Fernando Gil, MODOS DA EVIDÊNCIA. Lisboa: INCM, 1998, p. 22-26
«Se, de acordo com o imaterialismo, a matéria não existe, como vemos o que vemos?» Rosa Alice Branco consagrou a sua tese de mestrado a esta pergunta, que está no cerne da filosofia do conhecimento de Berkeley.
Será então preciso recorrer a Deus para assegurar a realidade do mundo? A leitura de Rosa Alice Branco sugere, é caso de o dizer, que a percepção contém dentro de si, na sua finitude, recursos suficientes para (...)
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Freud
Matérias
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Fernando Gil (ME:22-26) – a sugestão
11 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro -
Calcídio — Resumo de C. S. Lewis
24 de março de 2022Excertos de C. S. Lewis — La Imagen del Mundo
La obra de Calcidio es una traducción incompleta del Timeo de Platón, que se detiene al final del apartado 53b (es decir, a la mitad aproximadamente) y un commentarius mucho más extenso. Apenas se trata de lo que nosotros llamaríamos un comentario, pues pasa por alto muchas dificultades y se extiende exageradamente a propósito de cuestiones sobre las que Platón tenía poco o nada que decir.
Está dedicado a un Osio u Hosio, que se ha (...) -
Fernando Gil (ME:3-6) – a crença
11 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroFernando Gil, MODOS DA EVIDÊNCIA. Lisboa: INCM, 1998, p. 3-6
1. A minha exposição tem a sua origem no cruzamento de um dos eixos que nos é proposto — a distinção entre juízo de existência e juízo de atribuição tal como ela se apresenta em Freud — com uma ou, antes, duas questões filosóficas: a crença e a evidência. Partirei de algumas teses sobre a existência que encontramos em Kant, Husserl, Wittgenstein, para as confrontar a seguir com a doutrina freudiana do juízo. A referência a (...) -
Giuseppe Lumia: Sartre
5 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroLUMIA. (Giuseppe) O EXISTENCIALISMO PERANTE O DIREITO, A SOCIEDADE E O ESTADO. Tradução de Adriano Jardim e Miguel Caeiro. Colecção « Doutrina ». N.º 3. Livraria Morais Editora. Lisboa. 1964.
O «fenômeno» Jean Paul Sartre não interessa somente à filosofia, ao teatro, ou à literatura, — é um «fenômeno» que implica com os próprios costumes. Se em um certo momento, isto é, no após-guerra, o existencialismo se tornou uma moda e ultrapassou o círculo restrito dos especialistas, criando à sua (...) -
Varela: SOBRE EL SER COGNITIVO NO UNITARIO
21 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroCon el fin de que el ser no unitario cobre significado desde nuestra tradición y nuestra perspectiva (occidental), se antoja necesario dirigirse a la ciencia cognitiva moderna; sin embargo, no hemos de quedarnos en una sola de las tendencias de la ciencia cognitiva, porque incluso las perspectivas más conservadoras de la misma, como la computacional, niegan la existencia de un ser unitario sólido y centralizado.
El computacionalismo de la ciencia cognitiva abraza la idea de que el ser o (...) -
Deleuze (DR:169-174) – objetos virtuais
30 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[DELEUZE, Gilles. Diferença e Repetição. Tr. Luiz Orlandi e Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1988, p. 169-174]
português
Mas os objetos reais, o objeto posto como realidade ou suporte do liame, não constituem os únicos objetos do eu. assim como não esgotam o conjunto das relações ditas objetais. Dis-tinguimos duas dimensões simultâneas: é assim que a síntese passiva não se ultrapassa na direção de uma síntese ativa sem aprofundar-se também numa outra direção em que ela (...) -
Deleuze (C72-90:14-15) – falar em nome próprio
30 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[DELEUZE, Gilles. Conversações 1972-1990. Tr. Peter Pál Pelbart. São Paulo: Editora 34, 1992, p. 14-15]
Chego então à sua primeira crítica, onde você diz e repete com todas as letras: você está cercado, você está acuado, [13] confessa. Procurador geral! Não confesso nada. Já que se trata por sua culpa de um livro sobre mim, gostaria de explicar como vejo o que escrevi. Sou de uma geração, uma das últimas gerações que foram mais ou menos assassinadas com a história da filosofia. A (...) -
ROGER CAILLOIS : L’ALTERNATIVE
26 de fevereiro de 2010, por Cardoso de Castro(Naturphilosophie ou Wissenschaftlehre)
— Poète ! Ce sont des raisons non moins risibles qu’arrogantes. A. Rimbaud.
On compte peu d’époques qui aient vu l’activité poétique et l’activité scientifique se considérer autrement qu’avec une indifférence sommaire ou une distante indulgence. C’est une des originalités fondamentales du romantisme allemand que de figurer en bonne place parmi ces exceptions. Il s’en faut d’ailleurs qu’on puisse aisément se satisfaire des résultats de l’alliance (...) -
Rosset (RD:13-18) – a ilusão cega
12 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto de ROSSET, Clément. O real e seu duplo. Ensaio sobre a ilusão. Tr. José Thomaz Brum. Rio de Janeiro: José Olympio, 2008, p. 13-18.
Nada mais frágil do que a faculdade humana de admitir a realidade, de aceitar sem reservas a imperiosa prerrogativa do real. Esta faculdade falha tão frequentemente que parece razoável imaginar que ela não implica o reconhecimento de um direito imprescritível — o do real a ser percebido —, mas representa antes uma espécie de tolerância, condicional e (...) -
Buzzi (IP:31-32) – o mito
7 de dezembro de 2021, por Cardoso de CastroBUZZI, Arcângelo. Introdução ao Pensar (sexta edição). Petrópolis: Vozes, 1976, p. 31-32
O MITO, embora na linguagem comum o termo seja usado como sinônimo de crença dotada de validade mínima e de pouca verossimilhança, não deve ser visto como produto de uma atividade secundária e subordinada do intelecto. Porque o saber lógico-científico não consegue controlar a linguagem mítica, considera-a como ilógica. O ilógico é um termo criado pelo poder lógico para dominar o que não pode. Por (...) -
Groddeck: o ser humano é vivido pelo Isso
9 de maio de 2020, por Cardoso de CastroExcerto de GRODDECK, Georg. O LIVRO dISSO. Tr. José Teixeira Coelho Netto. São Paulo: Perspectiva, 1984, p. 9-12
ORIGINAL: DAS BUCH VOM ES
Coelho Netto
Acredito que o homem é vivido por algo desconhecido. Existe nele um “Isso”, uma espécie de fenômeno que comanda tudo que ele faz e tudo que lhe acontece. A frase “Eu vivo...” é verdadeira apenas em parte; ela expressa apenas uma pequena parte dessa verdade fundamental: o ser humano é vivido pelo Isso. É desse Isso que falarei em (...) -
Cassirer: A CRISE NO CONHECIMENTO DO HOMEM SOBRE SI MESMO
23 de março de 2022Antropologia Filosófica Ernst Cassirer Trad. Vicente Felix de Queiroz Editora Mestre Jou 1972
Antropologia Filosófica Ernst Cassirer Trad. Vicente Felix de Queiroz Editora Mestre Jou 1972
Parece ser universalmente admitido que a meta mais elevada da indagação filosófica é o conhecimento de si próprio. Em todos os conflitos travados entre as diferentes escolas filosóficas, este objetivo permaneceu invariável e inabalado: revelou-se o ponto de Arquimedes, o centro fixo e imutável, de (...) -
Fernandes (FC:204-208) – A invenção recente da consciência
9 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroFERNANDES, Sérgio L. de C.. Filosofia e Consciência. uma investigação ontológica da Consciência. Rio de Janeiro: Areté Editora, 1995, pp. 204-208
Gostaria de mostrar ao leitor de que maneira a consciência pode ser compreendida como parte do que chamamos de “natureza”; em outras palavras, tentarei eu mesmo compreender a “natureza” da consciência, ou seja, a relação entre a Aparência da consciência e suas “projeções” ou hipóteses, como uma “Realidade” no Universo. É a Realidade uma (...) -
Fernandes (SH:302-305) – o lugar da Ética é o Inferno
10 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[FERNANDES, Sérgio L. de C.. Ser Humano. Um ensaio em antropologia filosófica. Rio de Janeiro: Editora Mukharajj, 2005, 302-305]
Escrever a última Seção [A Questão da Ética], em que apenas rapidamente desloco a valoração das suas supostas origens num “agente livre e moralmente responsável” para a reatividade inconsciente da Mente, do Pensamento e da Linguagem está em consonância, assim como a própria “desconstrução” da problemática da Ética, com o “espírito do tempo” — o que destoou (...) -
Fernandes (FC:164-171) – esquema do Jogo de Luz
10 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[FERNANDES, Sérgio L. de C.. Filosofia e Consciência. uma investigação ontológica da Consciência. Rio de Janeiro: Areté Editora, 1995, p. 164-171]
Voltemos às duas linhas, de tamanhos diferentes ou iguais, do Capítulo anterior. O que as torna “evidentemente” identificadas como “de igual tamanho”, ou “de tamanhos diferentes”? A adoção, sem questionar, de teorias, que funcionam como pontos cegos que permitem ver. Essas teorias foram postas por mim num continuum, das incorporadas (...) -
Barbuy: Kierkegaard (2) - Formas do Desespero
8 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroNotas de uma palestra pronunciada na “Semana de Kierkegaard”, sob os auspícios do Instituto Brasileiro de Filosofia e da Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal de S. Paulo, publicadas na “Revista Brasileira de Filosofia”, vol. VI, fasc. 1, 1956. BARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 181-188
I — O ego é primeiramente uma síntese consciente de infinito e de finito, que se relaciona consigo mesma e cujo fim é tornar-se ela mesma, o que (...) -
Barbuy: Pavlovismo como Teoria da Vida
8 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroBARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 213-238
1. O pavlovismo se apresenta como o último remanescente das interpretações mecânicas da vida. Formulado no estilo e no espírito das teorias mecanicistas do século XIX, não ultrapassa os quadros do positivismo e constitui ainda hoje, como teoria, uma re-exposição do naturalismo científico. Como todo positivismo do século XIX, a teoria de Pavlov pretende ser o resultado de um rigoroso método (...) -
Lewinter: Isso e eu
15 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto traduzido do Prefácio de Roger Lewinter de GRODDECK, Georg. La maladie l’art et le symbole. Tr. Roger Lewinter. Paris: Gallimard, 1969.
nossa tradução
I. Por causa de si entendo aquilo cuja essência envolve existência, ou seja, aquilo cuja natureza não pode ser concebida senão existente.
III. Por substância entendo aquilo que é em si e é concebido por si, isto é, aquilo cujo conceito não precisa do conceito de outra coisa a partir do qual deva ser formado.
IV. Por (...) -
Stiegler (TT1:15-18) – episteme - techne
24 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroSTIEGLER, Bernard. La technique et le temps. Tomes 1-3. Paris: Fayard, 2018 (ebook)
L’objet de cet ouvrage est la technique appréhendée comme horizon de toute possibilité à venir et de toute possibilité d’avenir.
Cette question paraissait encore seconde lorsqu’il y a dix ans [en 1982] j’en esquissai les premières formulations. Aujourd’hui, elle traverse toutes les interrogations et son énormité s’impose à tous. Cela appelle un travail dont l’urgence est encore à peine mesurée malgré (...) -
Ghyka: Sortilèges du Verbe - MÉTAPHORE ET ANALOGIE
16 de novembro de 2008, por Cardoso de CastroLe mot comme image, symbole ou métaphore. — La métaphore et l’analogie. — Analogie et proportion. — La métaphore chez Shakespeare et Mallarmé. — La théorie hermétique de l’analogie et les correspondances de Baudelaire. — L’univers analogique de Mallarmé. — Rôle de l’analogie dans la philosophie, la mathématique et l’esthétique méditerranéennes. — L’invariant et la recherche de l’absolu. — Les contes de fées comme rêveries symboliques des peuples. — Le symbolisme littéraire en tant que système philosophique.