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pater / πατήρ / pai / père / father / padre / πατρός / πατέρος / πατέρας / adelphos / ἀδελφός / irmão / brother / hermano / huios / υἱός / filho / hijo / fils / μήτηρ / méter / madre / mãe / hermana

  

gr. pater, patros = pai. Por vezes, referência de Plotino   ao Uno. Não surpreende que o Uno seja às vezes dito Pai: Pai da Inteligência (Enéada II, 9, 2) e de todas as almas (Enéada I, 6, 8). A Inteligência também é dita Pai da Alma do Mundo (Enéada V, 1, 3).


Michel Henry

É com extrema violência, como o faz a cada vez, dizemos nós, que fala de si mesmo, que Cristo rejeita a ideia de uma genealogia humana, isto é, mundana, que lhe concerna. Essa genealogia pode ser dita mundana porque é no mundo que os homens interpretam sua própria genealogia. E no mundo que ela lhes aparece como “humana”, propondo-se cada homem ao mesmo tempo como filho daquele que o precede e como pai daquele que se lhe segue. Assim, a compreensão de sua condição de filho se faz para cada homem a partir da de seu próprio pai, condição que será depois a sua. Mostremos imediatamente porque essa genealogia humano-mundana é absurda. Ser pai, com efeito, quer dizer – se ao menos queremos atribuir a esse termo seu sentido próprio – dar a vida. Mas cada um desses pais humanos, que se diz ou que se crê pai, é antes de tudo um vivente: ele está na vida, longe de poder dá-la a outro ou a si mesmo. Vivente, apareça como filho ou como pai, ele depende da vida. Dar a vida, só o pode fazer a própria vida, nenhum vivente tem condições de fazê-lo, ele, que, longe de dar a vida, a pressupõe constantemente em si. Se dizemos de Deus que ele é vivente, designando-o, por exemplo, como o “Deus vivente”, é em sentido completamente diferente: no sentido em que, capaz de dar a Vida, ele só o é enquanto é primeiramente capaz de dá-la a si mesmo. No sentido em que, antes de ser vivente, ele próprio é a Vida, o eterno chegar a si em que ela se engendra eternamente a si mesma. E a este autoengendramento da Vida, a que ele chama Vida eterna, uma Vida que precede e que precederá eternamente a todo vivente, que Cristo dá o nome de Pai, e é por isso que ele diz, na linguagem fulgurante da verdade absoluta: “A ninguém na terra chameis ‘Pai’, pois só tendes o Pai do Céu” (Mateus   23,9; grifo nosso). [Michel Henry  , "Eu sou a verdade  "]

Ernst Benz

O elemento decididamente novo da fé cristã em Deus, no Novo Testamento  , é sua íntima ligação com a pessoa, a doutrina e a obra de Jesus Cristo, de tal sorte que se torna difícil estabelecer a linha divisória entre a doutrina sobre Deus e a Cristologia. Jesus mesmo professou o Deus dos pais, o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó (Mc   12,26), mas ele se autocompreende como sendo o cumprimento da promessa do Messias Filho do Homem, que se identifica com o Filho de Deus, aquele que estabelece o Reino de Deus. Para a experiência religiosa que está por trás do autoconhecimento messiânico de Jesus a consciência de o Messias Filho do Homem ser o Filho de Deus desempenha um papel decisivo. A relação particular de Jesus com Deus se expressa pelo fato de Jesus o chamar de Pai. Nas orações Jesus emprega para Deus (Mc 14,36) a palavra "Abba", que não é usual na linguagem religiosa comum do judaísmo e que só é empregada pelas crianças, referindo-se ao seu pai terreno (papai). Esta relação Pai-Filho passa a ser o modelo para a relação do cristão com o seu Deus. No evoluir da autocompreensão messiânica de Jesus o chamado à filiação divina desempenhou um papel decisivo. Segundo o relato do batismo ele se deu pela voz vinda do céu: "Este é meu Filho amado em que ponho minha afeição" (Mt 3,17; Mc 1,11; Lc   3,22). Segundo o Evangelho de João esta filiação é a base da autoconsciência de Jesus: "Eu e o Pai somos um" (Jo 10,30). A fé no Filho faz com que seja realidade também a unidade com o Pai. O Filho torna-se o mediador da glória do Pai para os que nele creem. Em sua oração sacerdotal (Jo 17,22-23) Jesus diz: "Dei-lhes a glória que tu me deste, a fim de que sejam um como nós somos um, eu neles e tu em mim, para que sejam consumados na unidade". Na oração que, a pedido deles, Jesus ensinou aos seus discípulos, eles dirigem-se a Deus como "Pai nosso", e também nas imagens e parábolas dos discursos de Jesus Deus aparece como pai. Para os discípulos de Jesus Deus passou, assim, a ser o Deus próximo, que se comunica com os homens não através de potências angélicas nem de seres intermediários, mas que, como criador e conservador, busca paternalmente conquistar o amor de seus filhos "perdidos".

A morte e a crucificação de Jesus não destruíram esta sua fé no Pai. Ao morrer na cruz, Jesus entrega o espírito nas mãos de seu Pai (Lc 23,46). Para os discípulos a ressurreição aparece como sendo a confirmação da maneira como ele se autocompreende e de sua convicção de que Deus "não é Deus dos mortos mas dos vivos" (Mc 12,27). Sob o impacto da ressurreição o Deus-Pai de Jesus passa a ser, para os discípulos, o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo (1 Cor 1,3; Ef 1,3; 1 Pd 1,3), que revelou seu amor pelo sacrifício de seu Filho enviado ao mundo (Jo 3,16). Agora o fiel cristão se torna filho de Deus. "Eu serei seu Deus e ele será meu filho" (Ap 21,7). Desta forma, professar este Deus só pode ser o professar que a ressurreição de Jesus dos mortos é um ato salvífico deste Deus (Rm 10,9): "Se com tua boca confessares o Senhor Jesus e com teu coração creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo". [Excertos de "Descrição do Cristianismo"]

von Balthasar

Que a relação entre Pai e Filho em Orígenes   é como a relação entre um e a mente (mundo das ideias) em Plotino, é inegável. Acima de tudo, a unidade absoluta do Pai e a multiplicidade potencial do Filho lembram a hierarquia neoplatônica do ser. Mas esta semelhança não é de modo algum exclusivamente origenista. Através de Agostinho torna-se um traço fundamental da doutrina trinitária cristã, na medida em que o Filho é sempre visto como o “lugar” das ideias-mundo ou “possíveis”. (Se alguém quiser evitar esse “platonismo  ”, deve, como Gregório de Nissa, abandonar completamente a existência metafísica das ideias.) Mas nessa relação com Plotino a diferença ainda maior ainda é muito óbvia. O Logos de Orígenes é um ser supremamente pessoal, livre e soberano que é amado não como uma esfera objetiva de valor, mas como Criador e Redentor. [BalthasarO  :82]

Coomaraswamy

Para algunas de estas equivalencias ver Bloomfield en Journal of the American Oriental Society XV, 172 sig. Debe agregarse que la totalidad del concepto de las dos esposas y de las dos madres sobrevive en las natividades del Buddha, del Mahavira, y de Krishna. Aparte de los paralelos más evidentes, se observará que Mayadevi, la madre del Buddha, que no sobrevive, deriva por su nombre mismo del lado Asura, mientras que la coesposa Pajapati, a quien en el Buddhacarita II.19, se le llama su samapmbhava, equivalente a savarna, vive; y que Devaki, la madre de Krishna, es la hermana del Asura Kamsa, en cuyo reino ambos padres están prisioneros, mientras que el niño es llevado por las aguas (la Yamuna, aunque en estado de inundación, deviene vadeable para él, como la Sarasvati en Rg Veda   Samhitapassim) al mundo humano-angélico donde lo amamanta otra madre. En el caso del Mahavira, las circunstancias de cuya natividad tienen un paralelo tan exacto en Rg Veda Samhita I.113.2 y I.12.8, citado arriba, la elección de la matriz Ksatriya (y similarmente en el budismo, la oposición entre Ksatriya y Brahman) no refleja necesariamente un conflicto social entre valores contemporáneos, sino que puede comprenderse mejor a la luz de todo el concepto védico de las relaciones y funciones contrastadas de los poderes espiritual (brahma) y temporal (ksatra), donde las primeras son primariamente las de Varuna = Brahman, y las segundas las de Indragni. Tampoco hay necesidad de que nos confunda el hecho de que cuando la relación de Agni e Indra se considera per se, y ab extra, ésta es nuevamente la que hay entre el orden espiritual y el poder temporal: pues de la misma manera que Agni delega el poder temporal en Indra (VIII.100.1-2, X.52.5 y 124.4, etc., cf. Satapatha Bmhmana V.4.4.15), aunque a veces juega un papel activo, así el Buddha (que en su mayor parte corresponde a Agni, pues «Gautama Buddha», por ejemplo refleja a Agni usar-budh) declina el poder temporal, y, como un maestro efectivo, juega el papel del Brahman, aunque, en los conflictos con Mara (= Mrtyu = Vrtra, etc.) y con el «Ahi-naga» (sic en Mahavagga, I.15.7) del templo de Jatila, toma ese papel que juega más a menudo Indra que Agni o Brhaspati en persona. [AKCgraal  :Nota]