Página inicial > Palavras-chave > Escritores - Obras > Pic de la Mirandole / Pico della Mirandola

Pic de la Mirandole / Pico della Mirandola

  

Jean Pic de la Mirandole (Giovanni Pico della Mirandola) (1463-1494) humaniste italien.

Giovanni Pico della Mirandola nasceu em 24 de fevereiro de 1463, no castelo dos condes de Mirandola e de Concordia, entre Parma e Perusia. O dia de seu nascimento, via-se desde o quarto no qual veio ao mundo uma bola de fogo que atravessou o céu, parou alguns instantes nos ares e desapareceu. Concluiu-se que o brilho do meteoro indicava uma vida breve: Pico morreu em 13 de junho de 1493, com trinta anos de idade. Aos dezessete anos, já tinha renunciado a uma carreira jurídica começada três anos antes em Bolonha, estudou a escolástica em Ferrara, Aristóteles   e o averroísmo em Pádua, aprendeu a ler o hebreu, o árabe e os textos caldaicos, e compôs sonetos. Aos vinte e um anos, retornou à Florença, se associou em seguida com Lourenço de Médicis e Marsilio Ficino  , que exortou a traduzir Platão  . Depois de uma estada em Paris de cerca de um ano, junto aos teólogos e mestres da Sorbonne, regressou à Florença e redigiu em algumas semanas as "900 Conclusões Filosóficas, Cabalísticas e Teológicas", conjunto de teses filosóficas sobre temas diversos, como lógica, física, metafísica, matemáticas, mas também doutrinas desconhecidas, interpretações inéditas mágicas e cabalísticas. A escritura e o estilo se inspiram abertamente dos "filósofos de nosso tempo", os escolásticos latinos. Pico recusa toda forma de eloquência e de aplica em empregar a linguagem "amarga mas verdadeira" da filosofia. Parte para Roma em 8 de maio de 1486 na esperança de aí sustentar suas teses durante a epifania no curso da grande disputa (disputatio) pública sob a égide do papa. Em 7 de dezembro de 1486, o texto definitivo das 900 Conclusões foi impresso. O livro foi recebido com entusiasmo em Florença. O mestre da Academia platônica em pessoa se propôs a aditar, a título de elogio, uma conclusão suplementar a este monumento de erudição para demonstrar que toda ciência é reminiscência "pois, diz Marsilio Ficino, é bem evidente que sustentar na sua idades tão facilmente e também corretamente problemas tão numerosos e tão importantes, decorre mais da reminiscência que de um conhecimento adquirido". Em Roma, a audácia do jovem filósofo desagradou e sua reputação causou rancores. Julgando algumas conclusões heterodoxas e outras duvidosas, em 4 de agosto de 1487, Inocente VIII publicou a bula Etsi ex iniuncto nobis, que condenava as 900 Conclusões. o Livro foi interditado. Declarado herético, Pico foi excomungado. Em 1491, um decreto do papa ordenou a destruição das 900 Conclusões. Os volumes foram queimados em Veneza na praça pública durante duas semanas.


Vers la fin de l’année 1485, un jeune et riche aristocrate, que l’étendue de ses connaissances avait déjà rendu célèbre, conçut un projet époustouflant: réunir à ses frais, dans la capitale de la chrétienté et sous la présidence d’Innocent VIII, les plus grands savants d’Italie, pour un débat sans précédent «sur les sublimes mystères de la théologie chrétienne, sur les questions les plus profondes de la philosophie et sur des doctrines inconnues». L’ambitieux organisateur (qui avait déjà compilé, huit ans plus tôt, des décrets du droit canon) entendait soumettre à discussion un vaste corpus de Conclusiones : les unes de son cru, les autres empruntées aux grands auteurs. Sept cents thèses au total, bientôt augmentées de deux centaines, afin d’atteindre un nombre «mystique»: celui qui symbolise pour la kabbale   l’aptitude à tout connaître. Dans une première partie du débat, il s’agissait de remonter le cours de l’histoire, pour soumettre à examen une immense tradition: de la scolastique à Zoroastre, en passant par les Arabes, les kabbalistes, les commentateurs d’Aristote et de Platon. En un second temps, c’est Giovanni Pico lui-même qui devait soumettre à la critique ses interprétations et ses thèses propres. Cette pacifique disputatio, qu’une confrontatio mettait en branle, devait exposer aux yeux de tous la concordance des sagesses, la convergence des méthodes, la cohésion des doctrines. (extrait du Préface de Yves Hersant, De la dignité de l’homme)