Página inicial > Palavras-chave > Categorias > FENOMENOLOGIA - HERMENÊUTICA - GNOSEOLOGIA - CIÊNCIA
FENOMENOLOGIA - HERMENÊUTICA - GNOSEOLOGIA - CIÊNCIA
A fenomenologia inventada por Husserl no início do século XX suscitou um dos mais importantes movimentos de pensamento desse tempo e talvez de todos os tempos. As breves observações desta introdução nos permitem ao menos saber em que condição uma filosofia poderia servir de via de acesso à inteligência dessas realidades que são a carne, por um lado, e a vinda nessa carne, a encarnação — e notadamente a Encarnação no sentido cristão –, por outro: com a condição de não ser um pensamento grego. A fenomenologia responde a essa primeira condição? De modo algum. Eis por que aparece desde agora que um recurso à própria fenomenologia não se revelará fecundo se não for capaz de operar a inversão da própria fenomenologia recusando seu pressuposto mais habitual — substituir uma fenomenologia do mundo ou do Ser por uma fenomenologia da Vida.
E por que tal apelo à fenomenologia? De que serve começar por uma antítese? Porque, por trás do pressuposto grego da fenomenologia contemporânea, esconde-se uma dificuldade muito mais geral, que concerne afinal de contas a toda a filosofia possível. Se a vida invisível se furta às conquistas do pensamento, como poderíamos fazer o que pretendemos, isto é, entrar em relação com ela, falar dela de algum modo? As considerações que precedem e as que se seguirão não pertencem ao domínio do pensamento? Como este poderia escapar a si mesmo de alguma forma para tornar-se adequado ao “completamente outro”, ao completamente diferente dele? A inversão da fenomenologia responderá a essa questão, ao mesmo tempo que nos conduzirá ao cerne das intuições do cristianismo. [MHenryE]
Strictly speaking, phenomenology means the science or study of the phenomena. But what is a phenomenon? And what kind of phenomena do phenomenologists investigate? Are they mainly interested in spectacular phenomena, in truly phenomenal phenomena? In her autobiography, Simone de Beauvoir recounts how Sartre was first introduced to phenomenology. They were both visiting a cocktail bar with their friend Raymond Aron, who had just returned from Germany, and Aron then pointed to the apricot cocktail he had ordered and said to Sartre: “You see, my dear fellow, if you are a phenomenologist, you can talk about this cocktail and make philosophy out of it!” Aron was quite right. Even the everyday experience of simple objects can serve as the point of departure for a phenomenological analysis. Indeed, if philosophy is to avoid the dead end of stale abstractions, it has to reconnect to the richness of everyday life. Importantly, however, phenomenology is primarily interested in the how rather than in the what of objects. Rather than focusing on, say, the weight, rarity, or chemical composition of the object, phenomenology is concerned with the way in which the object shows or displays itself, i.e., in how it appears. There are important differences between the ways in which a physical object, a utensil, a work of art, a melody, a state of affairs, a number, or another human being presents itself. Moreover, it is possible for one and the same object to appear in a variety of different ways: From this or that perspective, in strong or faint illumination, as perceived, imagined, wished for, feared, anticipated, or recollected. Briefly stated, phenomenology can be seen as a philosophical analysis of these different types of givenness. [ZAHAVI , Dan. Phenomenology: The Basics. London: Routledge, 2019 (ebook)]
Matérias
-
Leibniz (Mariás) – Excertos da obra
11 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
A NOÇÃO DA SUBSTÂNCIA INDIVIDUAL
Visto que as ações e as paixões pertencem propriamente às substâncias individuais (actiones sunt suppositorum), seria necessário explicar o que é tal substância. É muito certo que quando se atribuem predicados diversos a um mesmo sujeito, a este sujeito não se atribui a nenhum outro, chama-se-lhe substância individual; mas isto não basta, e tal explicação é só nominal. Deve-se considerar, pois, o que significa ser atribuído verdadeiramente a certo (...)
-
Plotino - Tratado 20,1 (I, 3, 1) — A dialética como método de escalada
17 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castro
Tradução desde MacKenna
1. Que arte há, que método, que disciplina para nos aportar aí onde devemos ir?
O Termo que devemos alcançar podemos aceitar como acordado: estabelecemos alhures, por muitas considerações, que nossa viagem é para o Bem, para o Princípio-Primal; e, de fato, o próprio raciocínio que descobriu o Termo foi ele mesmo algo como uma iniciação.
Mas que ordem de seres alcançarão o Termo?
Certamente, conforme lemos, aqueles que já viram tudo a maioria das coisas, (...)
-
Plotino - Tratado 43,21 (VI, 2, 21) — Os gêneros primeiros e suas espécies: vinda ao ser da multiplicidade no Intelecto
18 de junho de 2022, por Cardoso de Castro
Igal
21 —Si, pues, la Inteligencia permanece conceptualmente una, ¿cómo es que produce Inteligencias parciales?
—Esto equivale a preguntarse cómo de aquellos cuatro géneros proceden las especies que decimos que vienen seguidamente. Pues bien, considera cómo en esta magna e imponente Inteligencia, Inteligencia no multílocua, sino multiintelectiva, Inteligencia universal y total, no Inteligencia parcial y particular, están contenidos todos los Seres, emanados de ella. El Número, (...)
-
Rosset (RD:13-18) – a ilusão cega
12 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro
Nada mais frágil do que a faculdade humana de admitir a realidade, de aceitar sem reservas a imperiosa prerrogativa do real. Esta faculdade falha tão frequentemente que parece razoável imaginar que ela não implica o reconhecimento de um direito imprescritível — o do real a ser percebido —, mas representa antes uma espécie de tolerância, condicional e provisória. Tolerância que cada um pode suspender à sua vontade, assim que as [13] circunstâncias o exijam: um pouco como as aduanas que (...)
-
Espinosa (E II, 11): Pensamento constitui Mente
15 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
Grupo de Estudos Espinosanos
Proposição XI. O que, primeiramente, constitui o ser atual da Mente humana é nada outro que a ideia de uma coisa singular existente em ato.
Demonstração. A essência do homem (pelo corol. da prop. prec.) é constituída por modos certos dos atributos de Deus, e certamente (pelo ax. 2 desta parte), por modos do pensar, dentre todos os quais (pelo ax. 3 desta parte) a ideia é anterior por natureza e, dada, os outros modos (aos quais a ideia é anterior por (...)
-
Plotino - Tratado 43,16 (VI, 2, 16) — Eliminar outros gêneros: a relação, o onde, o quando...
18 de junho de 2022, por Cardoso de Castro
Igal
16 La relación, que «parece una excrecencia», ¿cómo puede estar entre los géneros primarios? La relación es de una cosa con otra, no de algo consigo mismo. El donde y el cuando están todavía más lejos. El donde implica una cosa en otra; así que implica dos cosas, mientras que el género debe ser una sola cosa, y no un compuesto. Además, allá no hay lugar; ahora bien, nuestra discusión versa sobre los Seres verdaderos. Si existe allá el tiempo, hay que estudiarlo; pero más bien parece (...)
-
Plotino - Tratado 30,6 (III, 8, 6) — Todas as atividades da alma são contemplações
17 de maio de 2022, por Cardoso de Castro
Míguez
6. La acción se realiza, pues, en vista de la contemplación y del objeto a contemplar. De modo que la contemplación es el fin de toda acción, y andamos realmente inciertos alrededor de lo que no podemos aprehender directamente, pero tratando, con todo, de apropiárnoslo. Es así que cuando alcanzamos lo que queremos, hacemos la comprobación de nuestro deseo, que no era precisamente el desconocimiento, sino el conocimiento de este objeto, esto es, su visión presente por el alma, y es (...)
-
Plotino - Tratado 5,13 (V, 9, 13) — Há Formas de coisas que não se encontram no sensível?
15 de junho de 2022, por Cardoso de Castro
Míguez
13. Nos queda por decir si en el mundo inteligible se dan sólo los modelos de los seres sensibles o si, al igual que el hombre en sí es diferente del hombre sensible, se dan allí también un Alma en sí diferente del alma y una Inteligencia en sí diferente de la inteligencia. Debemos afirmar en primer lugar que no hay que creer que todas las cosas de aquí son imágenes de unos modelos, ni aun que el alma sea una imagen del alma en sí. Porque un alma se diferencia de otra en razón de (...)
-
Plotino - Tratado 42,10 (VI, 1, 10) — A qualidade
17 de junho de 2022, por Cardoso de Castro
Igal
10 Acerca de la cualidad, de la que proviene el llamado «cualificado», hay que considerar, ante todo, en qué consiste, para que dé origen a los llamados «cualificados», y si, siendo una sola y la misma, en virtud de su carácter común, da origen a sus especies mediante las diferencias, o si no puede ser un solo género, dado que las cualidades se predican en múltiples sentidos.
¿Qué hay, pues, de común en el hábito y en la disposición, en la cualidad pasiva, en la figura y en la (...)
-
Plotino - Tratado 44,27 (VI, 3, 27) — Repouso
18 de junho de 2022, por Cardoso de Castro
Igal
27 Sobre la estabilidad, que se contrapone al movimiento, o mejor, sobre el reposo ¿qué hay que decir? ¿Hay que considerarlo como un nuevo género o hay que reducirlo a alguno de los mencionados? Pero quizá sea mejor reservar la estabilidad para los Seres inteligibles y estudiar en los de acá el reposo. Lo primero que hay que estudiar es en qué consiste este reposo. Y si aparece ser lo mismo que la estabilidad, ni siquiera sería correcto estudiarlo acá, puesto que acá nada es (...)
-
Plotino - Tratado 5,9 (V, 9, 9) — A unidade do Intelecto e as Formas
15 de junho de 2022, por Cardoso de Castro
Míguez
9. ¿Qué son, entonces, en esa Inteligencia una, las cosas que nosotros separamos al pensarlas? Conviene que las presentemos inmóviles, como si contemplásemos en la unidad de una ciencia todo lo que esta ciencia contiene. Este mundo visible es un ser animado que contiene en sí mismo todos los seres animados, pero que obtiene su ser y todo lo que él es de otro mundo que, a su vez, hay que referir a la Inteligencia. Es necesario, pues, que la Inteligencia contenga en sí misma el (...)
-
Plotino - Tratado 43,17 (VI, 2, 17) — Eliminar outros gêneros: o bem
18 de junho de 2022, por Cardoso de Castro
Igal
17 —Pero la belleza, el bien y las virtudes ¿porqué no están entre los primeros géneros?.
—El bien, si se trata del primer Bien, lo que llamamos «la naturaleza del Bien», de la que nada se predica pero que nosotros, no pudiendo designarla de otro modo, la llamamos así, no puede ser género de ninguna cosa. El Bien, efectivamente, no se predica de las demás cosas; si no, cada una de las cosas de las que se predica se llamaría «el Bien». Además, el Bien es anterior a la Esencia, no (...)
-
Plotino - Tratado 23,2 (VI, 5, 2) — É necessário discutir do inteligível
29 de março de 2022, por Cardoso de Castro
Míguez
2. La razón, al tratar de justificar lo que hemos dicho, aduce que ella no es una unidad, sino algo divisible, y, asimismo, que toma para su búsqueda la naturaleza corpórea y sus principios, dividiendo la sustancia inteligible a la manera como haría con un cuerpo. De este modo llega a desconfiar de la unidad de esa sustancia por no partir para la búsqueda de los principios que son apropiados para ella.
En cuanto a nosotros, para referimos a la unidad que se da en todas partes, (...)
-
Plotino - Tratado 20,4 (I, 3, 4) — Definição de dialética
26 de março de 2022, por Cardoso de Castro
Tradução desde MacKenna
4. Mas esta ciência, esta Dialética essencial a todas as três classes igualmente, o que, em suma, ela é?
É o Método, ou Disciplina, que traz consigo o poder de se pronunciar com final veracidade sobre a natureza e relação das coisas — o que cada uma é, como difere das outras, que qualidades comuns todas têm, a que Espécie cada uma pertence e em que nível cada uma se encontra em sua Espécie e se seu Ser é Ser-Real, e quantos Seres existem, e quanto não-Seres a (...)
-
Plotino - Tratado 53,13 (I, 1, 13) — Como a alma e o intelecto nos pertencem
20 de fevereiro de 2022, por Cardoso de Castro
traduzindo MacKenna
13. E o princípio que raciocina estas matérias? É "Nós" ou a Alma?
"Nós", mas pela Alma.
Mas como "pela Alma"? Isto quer dizer que a Alma raciocina por possessão (pelo contato com matérias da investigação)?
Não; pelo fato de ser Alma. Seu Ato subsiste sem movimento; ou qualquer movimento que possa ser descrito para ela deve ser absolutamente distinto de todo movimento corporal e ser simplesmente a própria vida da Alma.
E a Intelecção em nós é dupla: posto que (...)
-
Isaiah Berlin (2013) – Hamann is the pioneer of anti-rationalism in every sphere
29 de agosto de 2023, por Cardoso de Castro
THE MOST PASSIONATE, consistent, extreme and implacable enemy of the Enlightenment and, in particular, of all forms of rationalism of his time (he lived and died in the eighteenth century) was Johann Georg Hamann. His influence, direct and indirect, upon the Romantic revolt against universalism and scientific method in any guise was considerable and perhaps crucial.
This may seem at first sight to be an absurd claim on behalf of a man whose name is scarcely known in the English-speaking (...)
-
Plotino - Tratado 43,1 (VI, 2, 1) — Questões preliminares sobre os gêneros do ser
17 de junho de 2022, por Cardoso de Castro
Igal
1 Pero puesto que hemos concluido nuestro examen sobre los supuestos diez géneros y nuestra discusión de los que reducen todas las cosas a un solo género poniendo cuatro como especies bajo este único género, sería procedente pasar a exponer cuál es nuestro parecer acerca de estas cosas, tratando de reducir lo que nosotros opinamos a la opinión de Platón.
Pues bien, si hubiera que admitir que el Ente es uno solo, ya no habría que plantearse las preguntas siguientes: ¿Hay un solo (...)
-
Plotino - Tratado 29,7 (IV, 5, 7) — A luz morre?
13 de maio de 2022, por Cardoso de Castro
Míguez
7. Pero, ¿acaso se pierde la luz o vuelve a su lugar de procedencia? Tal vez saquemos algo en limpio de aquí para lo que antes se ha dicho. Pues si la luz se introdujese en el objeto y éste, por tanto, llegase a poseerla en propiedad, podría afirmarse tal vez que la luz puede ser destruida. Ahora bien, si la luz es un acto que no fluye — de otro modo correría en abundancia por el objeto y penetraría en su interior hasta el punto de sobrepasar cualquier acto de un ser activo — , si (...)
-
Plotino - Tratado 42,8 (VI, 1, 8) — A relação
17 de junho de 2022, por Cardoso de Castro
Igal
8 Mas esto ha sido una digresión. Pero de aquí hemos de tomar pie para investigar el porqué de la disparidad en estos casos. Pues bien, que nos digan cuál es la realidad común que posee el ser proveniente de la correlación. Esa realidad común no puede ser un cuerpo. Sólo resta que, si existe, sea incorpórea y que sea o intrínseca o extrínseca. Y si la relación es la misma en todos, será unívoca; si no es la misma, sino distinta en unos y en otros, será equívoca. No porque reciba el (...)
-
Plotino - Tratado 5,4 (V, 9, 4) — O Intelecto é superior à Alma
15 de junho de 2022, por Cardoso de Castro
Míguez
4. ¿Por qué, pues, hemos de ascender sobre el alma, dejando de considerarla como el término primero? En primer lugar, la Inteligencia es diferente del alma y superior a ella, y, por naturaleza, lo superior es el término primero. Porque no es verdad, como creen algunos, que el alma engendra la Inteligencia, una vez llegada a su perfección. ¿Cómo, entonces, un ser en potencia podría estar en acto, si no existe causa alguna que le lleve al acto? Porque, sí lo fiamos al azar, sería (...)