Belo Divino, Beleza Divina Coomaraswamy Teoria Beleza - TEORIA MEDIEVAL DA BELEZA 3. SANTO TOMÁS DE AQUINO «Sobre lo Bello Divino, y cómo se atribuye a Dios» «Este bien es alabado por los santos teólogos como lo bello y como belleza; y como amor y lo amable». Después de tratar de la luz, Dionisio trata ahora de lo bello, para cuya comprensión la luz es un prerequisito. En conexión con esto, primero establece que lo bello se atribuye a Dios, y en segundo lugar, muestra de qué manera se atribuye a Él (...)
Página inicial > Palavras-chave > Escritores - Obras > Tomás de Aquino / Thomas d’Aquin / Thomas of Aquinas / Thomas Aquinas / Tomas (...)

Tomás de Aquino / Thomas d’Aquin / Thomas of Aquinas / Thomas Aquinas / Tomas de Aquino / Tommaso d’Aquino / Suma Teológica / Summa Theologica
TOMMASO D’AQUINO (1225-1274)
OBRA NA INTERNET: LIBRARY GENESIS
O século XIII — o centro da Idade Média — significa uma profunda crise na história da filosofia. Acontecem três fatos históricos de primeira ordem , que afetam decisivamente a vida intelectual do tempo: o aparecimento da filosofia aristotélica, transmitida pelos árabes, a partir do Oriente, e pelos espanhóis, sobretudo através da escola de tradutores de Toledo; a fundação das Universidades — Paris, Bolonha, Oxford, Cambridge — e a das Ordens mendicantes — franciscanos e dominicanos —, que dão um novo sentido à vida religiosa e ao trabalho das escolas.
Neste meio intelectual ativíssimo do século XIII vive Santo Tomás de Aquino (1225-1274), nascido em Roccasecca, da família dos condes de Aquino, destinado por esta a ser abade do esplêndido monastério beneditino de Monte-Cassino, que toma no entanto o. hábito dominicano e dedica-se, até sua morte, a uma vida espiritual e de criação teológica e filosófica, sem interrupção e sem repouso.
Santo Tomás aborda, com dotes filosóficos muito superiores, a empresa a que havia consagrado seus maiores esforços seu mestre Alberto Magno: a incorporação à Escolástica do pensamento aristotélico, que se, por um lado, oferecia à filosofia instrumentos mentais de incomparável fecundidade e agudeza, por outro, inspirava não poucos receios; a filosofia de Aristóteles , com efeito, fora pensada a partir de pressupostos alheios ao cristianismo, não conhecia a ideia de Criação, referia-se a um Deus bem diverso do cristão, e ademais carregava o acervo de influências árabes, obra de seus comentadores muçulmanos, sobretudo Averróis. Sobre o ingente labor — eruditíssimo, porém insuficiente — de Santo Alberto, Santo Tomás irá realizar uma síntese do pensamento de Aristóteles e da filosofia e teologia medievais, impregnadas até então, como o vimos, de platonismo e do espírito dos Patrologia - Padres da Igreja , sobretudo de Santo Agostinho .
Desde então, a filosofia escolástica será outra coisa: algo incomparavelmente mais rico, completo, preciso, capaz de defrontar-se com os problemas em seus pormenores e chegar a soluções rigorosas e coerentes. Talvez não sem alguma perda. Possivelmente não alcançam seu desenvolvimento devido muitas ideias e intuições dos pensadores cristãos precedentes, inspiradas por um contato direto com as questões filosóficas, a partir dos pressupostos de sua profunda religiosidade. O aristotelismo é um instrumento mental de alcance muito superior ao dos recursos dialéticos de que os escolásticos anteriores dispunham, e a filosofia toma desde então o novo caminho , que talvez oculte descobertas de valor insubstituível, algumas das quais foram recolhidas nas páginas deste livro.
Convém, no entanto, não esquecer que a obra mais. importante de Santo Tomás é a Summa theologica; isto é, o fim principal que se propõe é uma sistematização da teologia; e este fim o alcança com êxito insuperável e eficácia. A teologia católica, que recebeu sua primeira formulação suficiente das mãos geniais de Santo Agostinho, chega a sua maturidade em São Tomás, o qual, por outro lado, recolhe o ensinamento agostiniano; a interpretação racional dos dogmas, e sua mesma formulação, encontraram no tomismo um instrumento insubstituível, cujo significado foi reconhecido explícita e insistentemente pela Igreja.
Relativamente ao tema do homem , Santo Tomás aborda-o de um ponto de vista aristotélico; a doutrina do De Anima e da Ética incorpora-se à antropologia tomista; porém transposta, por assim dizer, em função da revelação cristã. O esquema geral é aristotélico: teoria da matéria e forma, interpretação da alma como forma do corpo, doutrina do fim e do bem; mas o espírito que anima esta antropologia, que lhe confere seu sentido último, é no fundo bem diverso do de Aristóteles, porque o interesse que move Santo Tomás é muito diferente. O que mais lhe importa é a alma como realidade espiritual e subsistente; mostrar sua essência incorpórea e não totalmente dependente do corpo servirá para assegurar sua imortalidade ; e toda a doutrina está determinada pela referência a Deus, cuja contemplação ser á em última instância o fim principal do homem, de quem depende a totalidade de seu sentido. Será, pois, do máximo interesse filosófico comparar a antropologia aristotélica com sua transposição cristã no tomismo.
A bibliografia sobre Santo Tomás é inesgotável. Aqui citarei somente alguns livros de especial valor filosófico: Etienne Gilson: Le thomisme. Introduction au système de St.-Thomas d’Aquin (1927); Sertillanges: Saint Thomas d’Aquin (1910); M. De Wuij: Introduction à la philosofia thomiste; H. Meyer : Thomas von Aquin (1938). [Julián Marías — O TEMA DO HOMEM]