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Upanishad da Renúncia / UpR / Degrâces-Fahd

  

DEGRÂCES-FAHD, Alyette. Upanishad   du Renoncement. Paris: Fayard, 1989

Que interesse temos nós, homens de hoje, em textos sobre renúncia? Textos da Índia! Que significado eles podem nos oferecer que ainda não sabemos? Que uso eles tinham para os hindus? Destinavam-se apenas a ascetas cuja vida já devia conformar-se, na prática, a essas regras? Ou para aqueles que simplesmente queriam ser?

Que necessidade temos neste mundo onde a vida de anacoreta parece cada vez menos possível? A renúncia ainda tem os mesmos direitos de antes?

Se a renúncia é de fato esse ato radical que reordena a vida e até a vida física de um homem, tornando-o renunciante, também oferece um lado oculto: atua secretamente em cada um de nós para se conduzir em nosso único espírito. E ficaríamos surpresos ao ver que ele participa de todos os momentos de nossas vidas. Na verdade, corresponde a uma certa visão do mundo, uma atitude filosófica em relação à vida, uma visão universalizante de nossa visão simples. Em ambos os casos, encontramos em ação o mesmo processo, um conjunto de condições bastante semelhantes, a mesma disposição interior no homem em que atua.

A renúncia opera plenamente, no espírito e no próprio modo de viver, ou sobretudo no espírito como uma transmutação interior, uma fase necessária para ultrapassar um estado e chegar a outro, uma "hesitação entre a carne e o astral" teria dito Mallarmé?