Página inicial > Palavras-chave > Escritores - Obras > Isha Upanixade / Isha Upanishad

Isha Upanixade / Isha Upanishad

  

O Isha Upanixade   contém apenas 18 parágrafos (originalmente, versos em Sânscrito) que se referem aos mais variados tópicos. A sua filosofia não se baseia na lógica e no raciocínio, mas no poder intuitivo e na sua verificação pela experiência prática. Aceita-se o universo como o base da existência cósmica e estabelecem-se as relações entre a criação e o Criador. O Espírito imutável, livre e eterno, sendo imaterial e supremo, move e simultaneamente não move, está longe e simultaneamente perto, e encontra-se simultaneamente no interior e no exterior do universo. É somente quando se reconhece a Alma Universal em tudo quanto existe e se aceita que tudo quanto existe deriva dessa Alma é que o Homem chega ao conhecimento da Unidade Suprema e atinge a imortalidade.

"Tudo quanto existe é a habitação do Senhor. Tudo, em si, é um universo individual de movimentos no movimento universal. Saibas apreciar esta renúncia: NÃO COBICES OS BENS ALHEIOS."
"Ainda neste mundo, na prática das suas ações, o homem pode desejar viver cem anos. Deste modo, e de nenhum outro, te sucederá: as ações não se aderem ao homem.
"Aos mundos envoltos em trevas e conhecidos como diabólicos vão esses que matam as suas almas (...)"
"Ele move e não move; está longe e, simultaneamente, perto; encontra-se no interior e no exterior de todo o universo." [ISHA UPANIXADE: Ver. 1-4]

A aparente multiplicidade do universo é exemplificada na dualidade do saber e da ignorância, porque nem o saber nem a ignorância são em si absolutos. A ignorância conduz o homem à morte a o saber leva-o à imortalidade.

"Aquele que atinge o conhecimento da dualidade do saber e da ignorância, pela ignorância, atravessa a morte, e pelo saber, goza da imortalidade." [ISHA UPANIXADE: Ver: 5]

Aqueles que creem na multiplicidade entram no mundo da ignorância e das trevas. Não se atinge a finalidade da criação seguindo-se só em si ou a ignorância ou o saber. Pelo saber o homem pode atingir Brahman ou a Alma Universal sem se integrar nela. A ignorância só em si apenas nos conduz aos prazeres e às alegrias efêmeras do mundo. É através do homem que a multiplicidade se manifesta conscientemente. O verdadeiro conhecimento é aquele através do qual o homem alcança a Alma Universal e rejeita as diversidades conscientes do saber e da ignorância. Só quando o Homem se identifica totalmente com a Alma Universal é que pode na realidade dizer: "Esse sou eu!" [ISHA UPANIXADE: Ver: 16].

[Retirado da tese de doutorado de Selma de Vieira Velho]