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Tai Chi / Tai-Chi / Taiji / Tai-ki / Viga-Mestra

  

Catherine Despeux

O Taiji é a unidade suprema, o princípio primeiro que rege o universo e preside à união do Yin-Yang. Traduz-se muitas vezes Taiji por "pilar supremo", posto que "ji" ou "chi" significa "viga mestra de uma casa", onde também se associam as noções de pivô, de eixo em torno do qual se ordenam as dez mil transformações, a partir da evolução do Yin-Yang. No céu o Taiji é a estrela polar, astro imutável ao redor do qual gira a abóbada celeste.

O termo aparece pela primeira vez escrito na versão do século VI-V aC, do Livro das Mutações   (I Ching): "Há nas mutações o Taiji que engendra os dois primeiros princípios Yin-Yang; os dois primeiros princípios engendram as quatro imagens; as quatro imagens engendram os oito Trigramas". O Taiji parece estreitamente associado ao I Ching e à teoria das transformações, mas ainda não aos Cinco Elementos, não sendo objeto ainda de especulações. Apenas outra vez se tem uma referência ao Taiji no Zhuangzi, obra taoista do século IV aC: "O Tao está além do Taiji, mas não está mais alto, ele está aquém das seis extremidades do universo, mas não está mais profundo". A partir da dinastia dos Song (século X-XIII), esta noção ganha importância e se desenvolveu em sistema cosmogônico e filosófico ligado aos Cinco Elementos, pelos neo-confucionistas, principalmente Zhou Dunyi e Shao Yang, com os quais surge a representação gráfica do Taiji, ligada aos Cinco Elementos e aos oito Trigramas.

[Excertos traduzidos do livro "Taiji Quan : Art martial - Technique de longue vie" de Catherine Despeux  ]

René Alleau

Convém distinguir da maneira mais clara este aspecto do «Tao» que corresponde exatamente ao «Tai-ki» chinês ou ao «Feito supremo» caracterizado por três atributos que se pode traduzir, aproximativamente, pelo «limite supremo» (Tai-ki), o «agir» (wei) e o «ter» (yeou), de um outro aspecto do «Tao» e principial em relação ao precedente, a saber o «Tao» propriamente metafísico que não é exprimível senão negativamente pelo «sem limites» (wou ki), o «não-agir» (wou-wei) e o «não-ter» (wou yeaou). Esta distinção entre o «Tao» do «Tai-ki» e o que se poderia denominar o «wou-tao» que é o «Tao» do «Tao», «a Via da via» é de uma importância capital se se deseja compreender a partir de que noções diferentes foram edificados o confucionismo e o taoismo e porque este último constitui, unicamente, o essencial do esoterismo extremo-oriental. [ASPECTS DE L’ALCHIMIE TRADITIONNELLE]