MEYRINK, Gustav. Le Visage vert. Traduit de l’allemand par A. D. Sampieri. Préface et glossaire de Serge Hutin. Paris: La Colombe, 1964
A chave que nos tornará mestres da natureza interior ficou enferrujada desde o dilúvio.
Ela chama-se: velar. Velar é tudo.
O homem está firmemente convencido de que vela; mas na realidade, é apanhado numa rede de sono e de sonho que ele próprio teceu. Quanto mais apertada é essa rede, mais poderosamente reina o sono, Aqueles que estão presos nas (...)
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bodhi / éveil / awakening
BODHI (Eveil). Sk., subs. Jim.. Dérivé de la racine verbale BUDH-, s’éveiller, comprendre, apparentée au grec pynthanomai.
Notions philosophiques
«Despertar », operação pela qual certos seres, os bodhisattva, «se despertando» para a realidade, descobrindo subitamente, mas depois de uma longa preparação, os princípios essenciais da doutrina budista e se tornando por este fato «budas» ou «Despertos». O Despertar compreende três fases sucessivas durante as quais, em uma só noite, o bodhisattva descobre o que se chama as três ciências (vidya ): ele se recorda então de todas as suas existências anteriores, o que o convence da realidade das transmigrações; vê em seguida os seres renascerem aqui e aí, felizes e infelizes, segundo a qualidade moral, boa ou má, de suas ações passadas, o que lhe revela a lei da maturação dos atos (karma -vipaka); enfim, constata o esgotamento total e definitivo de todo seu "fluir" impuro (asrava) e adquire assim a certeza de estar liberado para sempre da obrigação de renascer, logo de ter alcançado o Nirvana. (A. Bareau.)
Lilian Silburn
Do Despertar, só se pode dizer uma coisa: é o supremo Enquanto-Tal (tathata ), o Despertar assim sendo, não de outro modo. Enquanto a imaginação perturba a paz original da consciência, o Despertar não pode ter lugar. Mas quando se dá, se dá total, no instante e definitivamente.
Nada aí pode conduzir, nem mesmo o voto de alcança-lo, logo inútil buscá-lo: ele se esquiva a qualquer busca:
Não há dharma que possa servir para alcançar o Despertar e consequentemente nenhum Despertar. Penetrar isso é precisamente o que se chama Despertar... Em alcançando toda «produção», «produz-se» a consciência de Despertar (bodhicittotpada). A produção do Despertar é não-produção.
Dito de outro modo, o Despertar se revela por ele mesmo, é idêntico ao maravilhoso Conhecimento do sem-produção sobre o qual nós nos entendemos longamente.
Embora seja inefável e escape à linguagem e a toda convenção, os budistas se esforçaram de defini-lo em relação à sapiência:
Chama-se Despertar a Sapiência de caráter real, que corresponde ao samadhi do vazio, e pelo qual são conhecidos o Enquanto-Tal, a Essencialidade, a suprema Realidade; é esta Sapiência de Realidade que é dito o Despertar.
Quando paixões e ignorância se esgotam, a sapiência se nomeia Despertar: Despertar do arhat e do buda -para-si que «tocam» a Realidade, mas permanecem muito absorvidos nela para portar qualquer interesse ao mundo; eles conhecem o essencial e as características gerais mas não obtêm o Despertar supremo e perfeito que celebra o Mahayana pois não alcançam a onisciência. Só a sapiência do Buda merece ser assim nomeada; onisciência onigenérica (sarvakarajnana), ela é apta a conhecer todas as coisas até em seus caracteres particulares. O Tathagata vê os diversos planos do universo em sua suprema realidade sem nada de contingente. [Aux sources du bouddhisme]