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stoma / στόμα / mouth / χεῖλος / cheilos / lábios / γλῶσσα / glossa / língua / ὀδούς / odous / dentes / ptuo / πτύω / saliva / cuspe

      

gr. στόμα, stoma = boca


Souzenelle (boca)

Atapetada de vermelho (língua), a boca se abrindo sobre último palácio (palato), tem seu nome do latim buca, cuja etimologia é a mesma que as palavras francesas bucle (anel  ) e bouclier (escudo).

O dragão das profundezas que guarda o NOME é celebrado por sua terrível mandíbula. E todos os guardiões da passagem herdam dele sua função de monstros devoradores. Aquele que destrava as mandíbulas do Leviatã nas profundezas, e que abre a goela do monstro, se torna Verbo.

Enquanto goela, a boca é « liberação », conquista da última pele e da última liberdade que é a realização   do Verbo. Identificada ao feminino  , a boca é Isha que selava em suas profundezas, e revela agora — o segredo do NOME; e com ele, Basar, a « carne   » totalmente entregue a seu Esposo   divino, e Basorah, esta « boa nova » que clama a língua tornada Logos  . [SouzenelleSCH  ]

Souzenelle (saliva)

Annick de Souzenelle  : O SIMBOLISMO DO CORPO HUMANO

A saliva, na boca, parece ter grandes virtudes. Ela desempenha um papel importante na formação do "bolo alimentar" e em sua absorção; mas seu poder purificador e cicatrizante é bem conhecido. Alguns milagres de Jesus mencionam o uso da saliva, embora o sentido oculto   seja mais importante de se encontrar.

Não esqueçamos que o cego  , hbr. Iver, é a mesma palavra que « túnica de pele » (daí a preferência de Paul Nothomb   pela tradução túnica de cego), então pronunciada Aor.

É uma espécie de circuncisão que o Cristo pratica sobre os olhos da humanidade cega, humanidade que é o « sal da terra   », chamada a se torna « luz ». Qual seria esta associação entre saliva, sal e luz? Em uma cabala   fonética que se aproxima da « língua mãe   », a palavra « saliva » contém o « sal », assim como « salva », salvação, salvador  ...

Em hebreu   « cuspir » — Yaroq — é a mesma palavra que Yereq, a « verdura ». E a cor verde não aquela da vida, ou seja, da eternidade  ? Logo ela é luz.

A saliva é indispensável à palavra. Ela está intimamente ligada ao desejo de alimento, ao desejo de « comer Deus   », de esposar Deus.

Charbonneau-Lassay

No conjunto   da boca humana, os lábios são os guardiões da entrada, pois impedem ou liberam o sopro como a palavra. Agindo de acordo com a língua e as cordas vocais, são eles que dão ao verbo sua forma, sua nitidez, sua beleza, seu poder de ação. São eles que, no beijo real, selam as palavras de amor e de fidelidade, lhes dando assim sua suprema consagração; e, quando eles traem, entende-se como um eco de Gethsemani: Beijo de Judas  .

Em muitas passagens a Escritura celebra os lábios puros. Davi quer que YHWH   ele mesmo lhes abra a fim de cantar dignamente seus Salmos  ; e é aos lábios dos pequeninos inocentes que atribui o privilégio da salmodia perfeita. As iluminuras dos quinze primeiros séculos cristãos, nos bizantinos e nos orientais sobretudo, reproduziram muitas vezes a cena onde o Serafim de YHWH pousa sobre os lábios do profeta   Isaías um dos carvões ardentes do altar, e lhe diz: Veja, teus lábios estão purificados e tua iniquidade não mais está sobre ti (Is VI, 6-8).

E é o Verbo divino, se exprimindo pelos lábios humanos, que nossos anciões honraram quando denominaram Crisóstomo, « boca de ouro », ao santo bispo de Constantinopla, João Crisóstomo, que viveu no século IV; e Crisólogo, « palavra de ouro », São Pedro  , arcebispo de Ravena, um século depois. [Bestiário do Cristo]