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margarites / μαργαρίτης / perla / perula / pérola / pearl / perle

  

Lilian Staveley

Diseminadas a lo largo de la historia, hay innumerables personas, tanto grandes como insignificantes, que buscaron la Perla de Gran Precio, y no parece que muchas la hayan encontrado. Unas buscaron con el estudio, con la inteligencia; otras, con la atención estricta y piadosa al servicio ceremonial externo; otras, con una vida «religiosa»; otras, incluso con la penitencia y el ayuno. Las que encontraron, buscaron con el corazón. Las que buscaron con una piedad escrupulosa, o con la inteligencia, tal vez encontraron la fe y la sumisión, pero no el gozo. La Perla es lo que no puede describirse con palabras. Es el contacto de Dios mismo con el alma, el Gozo del Amor. [FONTE DE OURO]

Manuel João Ramos

A identidade individual é forjada através das relações que o sujeito mantém com o mundo material, as quais precedem e se sobrepõem à relação espiritual com Deus, por inerência de uma criação fracassada; chegar, portanto, ao contato com a divindade constitui um ato de renúncia da identidade humana. É neste enquadramento teórico de um ascetismo gnosticizante que é possível compreender que, imanente à mensagem central dos Atos de Tomé, o combate contra o Diabo e o mal se assume explicitamente como um combate contra as tentações da carne. Este combate, apresentado através da narração das ações do apóstolo, e dos parágrafos que reportam as suas prédicas e preces, é suportado também por invocações de carácter alegórico: é, entre outros, o caso dos relatos do Hino da Pérola e do Sonho de Karish. Merece a pena, neste contexto, explorar algumas informações reportadas na literatura enciclopédica sobre alguns dos motivos contidos nesses relatos. Sobre a «pérola», Aeliano, no Da natureza dos Animais, descreve a história maravilhosa da sua origem: no mar Vermelho, o aparecimento das pérolas no interior das ostras ocorre devido ao fato de as conchas serem iluminadas por relâmpagos, quando se abrem em noites de tempestade; segundo Aeliano, a pérola prende-se, como um espinho, à carne da ostra, sem no entanto se confundir com ela; o texto informa ainda que a pérola, que é apanhada quando o mar está ameno, é como uma pedra (obtida por «petrificação») e está totalmente isenta de umidade; se por acaso a ostra morre antes da pérola ser extraída, a pérola apodrece em simultâneo com a carne; sendo naturalmente redonda e suave, torna-se, no entanto, rugosa e deformada se for obtida artificialmente (X, 13).

Esta passagem, para além de fornecer um elemento explicativo suplementar para a localização da pérola que o «Filho do rei», no Hino, deve resgatar (no mar Vermelho), vem confirmar o valor metafórico que ela tem como ilustração, por um lado, da problemática dos perigos da corruptibilidade da alma no mundo inferior devido à sua presença no cerne da carne com a qual ela, no entanto, não se confunde; e por outro lado, da sua proveniência luminosa e celeste, e total alteridade em relação ao meio aquático onde se desenvolve — a pérola, apesar de imersa no fundo do mar, na carne de um molusco, está «totalmente isenta de umidade». A metáfora cristológica estende-se ainda ao fato de a pérola-alma apodrecer — isto é, ser corrompida pela degradação da carne úmida da ostra morta — se não for colhida pelo «pescador» (Jesus ou um seu «gêmeo»). [ENSAIOS DE MITOLOGIA CRISTÃ]