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Layton / Bentley Layton

  

BENTLEY LAYTON (1941)

OBRA NA INTERNET: LIBRARY GENESIS

Professor de História Cristã Antiga na Yale University. Autoridade reconhecida internacionalmente, em literatura gnóstica. Membro do projeto da UNESCO, CAIRO, que publicou a Biblioteca de Nag Hammadi  .

LAYTON, Bentley. The Gnostic Scriptures. New York: Doubleday, 1987

Segundo Layton, o objetivo de seu livro é reunir de maneira “legível e coerente” uma coleção de escrituras da antiga religião gnóstica e da literatura afim. Embora tratem-se de obras heréticas, enquanto contrapartidas da escritura sagradas da Cristandade e do Judaísmo, e mesmo apesar de seu caráter nada ortodoxo, estas obras lançam luz sobre a teologia em debate, assim como da atmosfera e tradições literárias da Cristandade e dos Judaísmo Helenístico.

Nestes primeiros séculos do cristianismo o gnosticismo foi uma ramificação vigorosa e disseminada no Oriente Próximo. Somente após a instituição oficial do cristianismo pelo Império Romano (313-380 AD), as objeções teológicas ao gnosticismo ganharam força de lei, banindo e destruindo seus escritos. Por um feliz acidente de preservação algumas destas escrituras foram recuperadas nestes últimos 200 anos e começam a ser estudadas e apresentadas.

Para Layton, três questões importam:

  • em que meio religioso (judeu? cristão? outro?) o mito gnóstico clássico e a religião decorrente, nasceu?
  • tal mito existia na época de Paulo Apóstolo ou João Evangelista e se sim pode estar refletido em seus escritos?
  • em que sentido um historiador está justificado ao falar de uma padrão geral, seja psicológico ou filosófico, denominado gnosticismo?
    Introdução geral
    O Conteúdo

Cinco coleções de escrituras estão incluídas neste livro: a escritura gnóstica (setiana), os escritos de Valentino  , as obras de seus seguidores, a escritura da escola de Tomé, e a seleção de outros, escritos relacionados. Cada coleção é precedida por uma introdução histórica que explica as circunstâncias de sua composição e a natureza de seu conteúdo. Sempre que possível obras completas foram incluídas. Elas são suplementadas por fragmentos e sumários de importantes obras perdidas.

Na primeira parte a escritura gnóstica clássica, as obras lidas por antigos grupos que se denominavam a si próprios "gnósticos" — "pessoas em condições de se familiarizar (gnosis) com deus". No meio acadêmico que os estudam, eles são chamados "setianos  ", "barbeloitas", "barbelognósticos", "ofianos  ", ou "ofitas". Em grande parte seus escritos nos chegam "cristianizados".

Na segunda parte os escritos de Valentino (100-175 AD), o grande reformador cristão da teologia gnóstica. O Evangelho da Verdade é incluído, sendo sua atribuição a Valentino aceita.

Na terceira parte se ilustra as várias espécies de literatura escrita pelos seguidores de Valentino. Grande parte deste material é composto de fragmentos ou excertos dispersos em vários autores antigos. Aqui foram incluídos tanto quanto possível obras inteiras.

Na quarta parte volta-se a atenção para o noroeste da Mesopotâmia, dominado pela obra de Dídimo Judas Tomé. Embora desta região estas obras circularam em várias línguas a partir do século II AD. EM si mesma a escritura de Tomé não demonstra influência gnóstica, mas expressa um conceito mítico de salvação através da auto-familiaridade, que é idêntico com um dos componentes cristão do revisionismo de Valentino.

A quinta parte ilustra duas correntes dos primórdios do cristianismo que devem ter influenciado Valentino: o sistema de Basilides e o Corpus Hermeticum  . Valentino deve ter tido contato com estas correntes durante sua educação em Alexandria.