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James Robinson / Robinson Evangelho de Jesus

  

JAMES MCCONKEY ROBINSON (1924 – 2016)

Gnostic Library

Um dos acadêmicos responsáveis pelo trabalho de organização da tradução da Biblioteca de Nag Hammadi   - biblioteca gnóstica de Nag Hammadi, para o inglês. Seu papel foi fundamental para a disseminação da mesma. Ele reuniu traduções feitas por diferentes acadêmicos, dos livros da biblioteca copta, encontrada no Egito em 1945 e produziu a primeira publicação em uma língua ocidental, reunindo toda biblioteca.

Segundo Robinson, o grande valor desta biblioteca está na preservação de muitas obras em uma versão copta. A edição de Robinson reúne os doze livros encontrados, mais as folhas de um décimo-terceiro, compreendendo um total de 52 tratados.

Robinson também vem realizando, há muitos anos, estudos sobre a Tradição Cristã, que estaremos apresentando a seguir, pelo valor que têm suas especulações sobre o cristianismo primitivo, especialmente sobre o chamado Evangelho Q (fonte original de ditos de Jesus) e sobre a as divergências doutrinais e práticas entre uma igreja nascente, que cedo se polariza em fortes corrente: aqueles descendentes da comunidade judaica, berço do cristianismo, e aqueles que decidem pela disseminação desta tradição entre os gentios. Minha única restrição, nestes escritos sobre a tradição cristã, é quanto algumas interpretações do conteúdo da mensagem de Jesus. Não concordo com a acentuação humanista e social que Robinson dá ao conteúdo desta mensagem eminentemente esotérica e espiritual, portanto totalmente dirigida ao interior essencial do homem. Não aceito qualquer ênfase no literal que possa prejudicar uma compreensão do espiritual, em particular me recuso a comungar as colocações de Robinson acentuando uma forma de compreensão literal, como, por exemplo, nas referências evangélicas aos pobres, aos doentes, aos inválidos, etc.

É interessante notar a disposição hermenêutica de Robinson no exame dos escritos gnósticos, e sua distinta disposição diante dos Evangelhos   e ditos de Jesus, considerados canônicos, ou próximos destes. No primeiro há como que uma abertura para o simbólico, enquanto no segundo se atém ao literal.