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Seth / Σήθ / Sutekh

  

Puis c’est la naissance de Seth et en lui une nouvelle postérité se lève à la place d’Abel   qui avait été tué, selon ce que dit Ève : " Dieu a fait lever pour moi une autre postérité à la place d’Abel que Caïn a tué. " Or le nom de Seth signifie " fondement de la Foi ". Et puisque Abel est le juste et que Seth a été engendré à la place du juste, on comprend que la génération des saints, toujours réservée par Dieu et renouvelée d’âge en âge, c’est l’Église qui est destinée à soutenir la Foi par les fondements solides quelle a en Pierre. [Traité des Mystères]


Roberto Pla

O que prevaleceu do episódio de Caim e Abel, para que ficasse aberto o acesso à glória da humanidade que haveria de vir, foi Set, que na economia testamentária (antiga e nova), desempenha o mesmo papel superior que Israel, e que o Cristo glorioso oculto, o Salvador luminoso dos gnósticos  . Estes são os que “constroem” sua Casa, se chame esta de Set, de Israel, ou de Davi, pois a “Casa” é seu corpo místico que a todos reúne e engloba. Na última informação genesíaca do relato de Adão, se diz que este engendrou Set, do qual se especifica que é o filho de “Homem”, engendrado (por Adão) “a sua semelhança”, segundo sua imagem. E este foi o primeiro “filho de Homem”, que entrou na lista das gerações de Adão, e que passou a ser, transformado, no Evangelho, o Filho do Homem.

  • Este é sem dúvida o filho de Anthropos que mencionam os Naassenos   e Ofitas  . Também é o Filho do homem que por ser o puro Espírito de Deus no homem, assiste às teofanias de Enoque, de Ezequiel e Daniel, e que como enigma de si mesmo e de todos os homens menciona Jesus em seu Evangelho. O Filho do homem é o Salvador, o raio puro da Luz do Pai que faz possível que o homem psíquico alcance a liberdade, uma vez realizadas suas bodas sagradas com ele. Evangelho de Tomé - Logion 87

René Guénon

Kâna el-insânu háyyatan fi-l-qídam (’Fue el hombre serpiente en lo antiguo’)

En un curioso libro inglés sobre las "postrimerías", The Antichrist (Personal Future), de E. H. Moggridge [1] ,hay un punto que ha atraído particularmente nuestra atención y sobre el cual quisiéramos aportar algunas luces: es la interpretación de los nombres de Nimrod y Shet. A decir verdad, la asimilación entre ambos por el autor impone muchas reservas, pero hay por lo menos cierta relación real, y las vinculaciones establecidas sobre la base del simbolismo animalístico nos parecen bien fundadas.

Dejemos establecido, ante todo, que namar en hebreo, como nimr en árabe, es propiamente el "animal moteado", nombre común al tigre, la pantera y el leopardo; y puede decirse, aun ateniéndose al sentido más exterior, que estos animales representan adecuadamente, en efecto, al "cazador" que fue Nimrod según la Biblia  . Pero además el tigre, encarado en un sentido no forzosamente desfavorable, es, como el oso en la tradición nórdica, un símbolo del kshatriya; y la fundación de Nínive y del imperio asirio por Nimrod parece ser, efectivamente, producto de una rebelión de los kshatriya contra la autoridad de la casta sacerdotal caldea. De ahí la relación legendaria establecida entre Nimrod y los Nefilîm u otros "gigantes" antediluvianos, que figuran también a los kshatriya en períodos anteriores; y de ahí, igualmente, que Nimrod haya quedado proverbialmente como imagen del poder temporal que se afirma independiente de la autoridad. espiritual.

Ahora bien; ¿cuál es la relación de todo esto con Shet? El tigre y los demás animales similares son, en cuanto "destructores", emblemas del Set egipcio, hermano y matador de Osiris, al cual los griegos dieron el nombre de Tifón; y puede decirse que el espíritu "nemródico" procede del principio tenebroso designado con el nombre de Set, sin que se pretenda por eso que éste se identifique con el mismo Nimrod: hay aquí una distinción que es más que un simple matiz. Pero el punto que parece ofrecer la mayor dificultad es esa significación maléfica del nombre de Set o Shet, el cual, por otra parte, en cuanto designa al hijo de Adán, lejos de significar la destrucción evoca al contrario la idea de estabilidad y de restauración del orden. Por lo demás, si se quiere establecer vinculaciones bíblicas, el papel de Set con respecto a Osiris recordaría el de Caín con respecto a Abel; y a este propósito haremos notar que algunos hacen de Nimrod, uno de los "cainitas  " a quienes se atribuye el haber escapado al cataclismo antediluviano. Pero el Shet del Génesis se opone a Caín, lejos de poder asimilársele: ¿cómo, pues, se encuentra su nombre aquí asociado? De hecho, el vocablo Shet tiene en hebreo mismo los dos sentidos contrarios: el de "fundamento" y el de "tumulto" y "ruina" [2]; y la expresión benì Shet ("hijo de Shet") se encuentra también con esa doble significación. Verdad es que los lingüistas quieren ver en ese doble significado dos palabras distintas, provenientes de dos distintas raíces verbales: shyt para el primero y shat para el segundo; pero la distinción de las dos raíces aparece como enteramente secundaria, y en todo caso sus elementos constitutivos esenciales son ciertamente idénticos. En realidad, no ha de verse en ello sino una aplicación de ese doble sentido de los símbolos al cual hemos tenido frecuente ocasión de aludir; y tal aplicación tiene más particularmente lugar en el caso del simbolismo de la serpiente. [SHET]

Jean Robin

O Egito nos faz lembrar o deserto implacável onde Rá, o Sol, engendra cada manhã o universo ilusório das formas, que ele dissolve cada noite em um incêndio. Terra do Espírito destruidor das aparências, sobre a qual, nos tempos pré-históricos, reinou Seth o Vermelho, com cabeça de asno, deus da violência e do trovão, homicida — ou melhor sacrificador — de seu irmão Osíris. Deus maléfico? Não. Antes que a incompreensão dos homens — na qual o antropomorfismo grego desempenhou seu papel — visse a obscurecer sua glória “solar” e “xivaíta”, é ele, o “deus da grande bravura” que, de pé “na proa do barco de Rá”, atravessa com sua lança a horrível serpente Apopis.

Diz-se que das três pirâmides do Egito, a Grande Pirâmide seria o túmulo de Seyidna Idris, quer dizer Enoque. Esta tradição, tomada ao pé da letra, seria um absurdo pois Enoque “foi elevado vivo ao céu”. Mas segundo a lenda árabe, não seria Enoque que estaria enterrado na Grande Pirâmide, mas sua ciência. Alguns entenderam que seriam livros. A hipótese de inscrições hieroglíficas não era possível dado que a Grande Pirâmide não contém inscrições, em figurações simbólicas, em suas paredes. Parece que a única hipótese viável, seria a de René Guénon, de que a ciência mesma de Enoque estaria efetivamente oculta na Pirâmide, na própria estrutura do edifício, na sua disposição interior e exterior, e em suas proporções.

Esta hipótese se baseia em outra “lenda” árabe que atribui a construção das Pirâmides ao rei antediluviano Surid — certamente atlântico — que, avisado em sonhos da iminência do dilúvio, as fez edificar segundo o plano dos Sábios, e ordenou aos sacerdotes que aí depositar os segredos de suas ciências e os preceitos de sua sabedoria. Outra versão copta relata a origem das Pirâmides aos gigantes Shedid e Sheddad, filhos de Ad. Trata-se de fato de Adad ou Hadad, deus do trovão dos assiro-babilônios e sumérios, muito associado a Baal e a Seth. Diz-se também que a segunda Pirâmide seria o túmulo do Mestre de Enoque, que não teria sido outro que o próprio Seth, ao qual revem finalmente a inspiração da ciência sacerdotal da segunda coluna de pedra; aquela que deve resistir ao cataclismo a vir, colocada sob o signo do fogo. O que indica a princípio a liturgia católica no Dies Irae: «Dum veneris judicare saeculum per ignem...».

Mas de que Seth se trata? Do filho de Adão ou do deus egípcio? Como salienta Guénon o nome Set ou Sheth «... enquanto designação do filho de Adão, está longe de significar a destruição, evoca ao contrário a ideia de estabilidade e de restauração da ordem». Mas como replica Guénon, a palavra Sheth tem em hebraico os dois sentidos antagônicos de “fundamento” e de “tumulto” ou “ruína”. Guénon conclui que «os dois Sheth não são outra coisa, no fundo, que as duas serpentes do caduceu hermético: é, se se quer, a vida e a morte, produzidas uma e outra por um poder único em sua essência, mas duplo em sua manifestação».

Desta unidade original, de onde se deduz logicamente a necessária complementaridade dos dois Seth, muito mais que seu irredutível antagonismo, implica não menos logicamente a apocatástase final, a reintegração deste par de opostos em seu “eixo” comum.

Seth era designado pelos antigos autores árabes sob os nomes bizarros de Aghatimun ou Adhimun, que não são outros que a deformação grega de Agathodaimon, “a boa serpente”. O que introduz desde então a ambiguidade mencionada entre o Seth egípcio e o patriarca bíblico, que jamais poderia se assimilar a uma serpente! De qualquer modo a conexão particular entre Seth e Enoque é tão notável, na medida que este último é relacionado com certas tradições concernentes ao retorno ao paraíso terrestre, ao estado primordial, posto que deve, ele também, retornar no final dos tempos. [Excertos de "SETH O DEUS MALDITO"]

Titus Burckhardt

Seth era o dom de Deus para Adão. Por seu nascimento, o assassinato de Abel foi compensado e a ordem rompida reestabelecida. Como primeiro profeta entre os descendentes de Adão, ele foi o verdadeiro filho, corporal e espiritual, de seu pai. Ora, como escreve Ibn Arabi   no capítulo sobre Enoque, "o filho é o segredo de seu pais", quer dizer que dele simboliza o aspecto interior. Em conformidade a este simbolismo, este capítulo implica uma perspectiva espiritual inversa daquela que representa o capítulo precedente. Enquanto o capítulo sobre Adão descreve a manifestação universal de Deus, ou a "visão" que Deus tem Dele mesmo no Homem Universal, o capítulo sobre Seth tem por tema a revelação interior de Deus ou o conhecimento que tem o homem dele mesmo no "espelho" divino. [SABEDORIA DOS PROFETAS  ]

Dagli

Nafthiyyah, which according to the commentators is meant to point out the correspondence between Seth’s having come out from Adam and the divine Breath coming from God. Also, Seth’s name, which means gift, corresponds to God’s bestowal of existence through breathing. The “Breath of the All-Merciful” (nafas al-Rahman) is a recurring theme in the Ringstones. (breve 1621)

Leo Schaya

"Tornou Adão a conhecer sua mulher, e ela deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Seth; porque, disse ela, Deus me deu outra semente em lugar de Abel; porquanto Caim o matou" (Gen 4:25; v. Caim e Abel). "Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e pôs-lhe o nome de Seth" (Gen 5:3). Ora, os três primeiros filhos de Adão simbolizam respectivamente a queda do homem e seu retorno espiritual ao estado de graça (v. Conversão), seu retorno do conhecimento do bem e do mal à Sabedoria e à Realidade divinas que significa a "Árvore de Vida". Segundo a Cabala  , Caim encarna o mal, Abel o bem, e Seth a Vida divina mesma. Seth é perfeito; é porque a Escritura diz dele unicamente, entre os três irmãos, que ele é — semelhante a Adão em relação a Deus — feito "segundo à semelhança e à imagem" de seu pai. No entanto, há a mesma diferença fundamental entre a criação de Adão e aquela de Seth que entre a primeira e aquela de Caim, tal como acabamos de mostrar. Mas isto é verdadeiro com esta nuance essencial que este último não soube se liberar do obscurecimento espiritual devido a queda de seus pais, enquanto Seth os acompanhou em seu retorno e seu novo acesso interior ao estado primordial. Quando à diferença "criatural" entre Adão e Seth, a Escritura o indica precisando que o primeiro foi criado "à imagem e segundo à semelhança" de Deus (cf. Gen. I, 26), enquanto Seth, inversamente, foi engendrado segundo à semelhança e à imagem" de seu pai. Isso significa, segundo a exegese cabalística dos termos "Imagem" (tselem) e "Semelhança" (demuth), que Adão foi em primeiro lugar criado "à imagem de Deus", quer dizer nascido diretamente de Sua Luz, e em segundo lugar, feito "segundo Sua semelhança" que implica um "Véu" entre o Criador e a criatura: quer dizer que a luz adâmica foi, como aquela do Deus Criador, envelopada da substância cósmica, em si tenebrosa, mas no paraíso transparente, receptiva à luz e se cristalizando na "terra"etérea e incorruptível do Éden. Seth, ao contrário nasceu em primeiro lugar — como Caim e Abel — das trevas da "carne", da matéria decaída e corruptível, da obscuridade dominando a terra maldita, que não se assemelha senão muito fracamente a seu arquétipo edênico. No entanto, no interior de seu corpo perecível, Seth realizou plenamente este arquétipo incorruptível, seu corpo etéreo e paradisíaco que possui a "semelhança" com a Receptividade própria de Deus, Sua Substância incriada e e criadora, ou a divina "Mãe". Enfim, neste corpo interior e deiforme, sua alma se tornou totalmente a "imagem de seu pai", não somente de seu pai humano mas, por sua união integral à Luz Divina, a perfeita "imagem" também do Pai supremo. Seth passou das trevas do mal — ou de Caim — à claridade do bem — ou de Abel —, acaba por se elevar do bem relativo até o Bem absoluto: ele reabsorveu o conhecimento do bem e do mal na Sabedoria puramente unitiva da "Árvore de Vida" acedendo por aí mesmo ao estado edênico interior.


[1Comentado por Argos en una crónica de V. I., julio de 1931, titulada: "...d’un curieux livre sur les derniers temps".

[2La palabra es idéntica en los dos casos, pero, cosa harto curiosa, es masculina en el primero y femenina en el segundo.