Página inicial > Palavras-chave > Termos gregos e latinos > charis / χάρις / kharis / graça / kharisma / charisma / carisma / ou (...)

charis / χάρις / kharis / graça / kharisma / charisma / carisma / ou charin / οὗ χάριν / ou eneka / οὗ ἕνεκα / por conta de / em virtude de / para o bem de / donum / datum / es gibt / εὐμετάδοτος / eumetadotos / generoso

  

gr. χάρις, charis = graça, dom


Mateos & Barreto

kharis ou charis é o amor gratuito e generoso, favor, graça, dom. O amor é designado em João com dois substantivos, kharis e agape; o primeiro na abertura do Evangelho (vide abaixo) denota o sentido da agape, com vasto campo de significado em grego e usado com frequência neste Evangelho, enquanto entrega de si, doação, algo mais do que simples manifestação de amor. João também usa o termo philos, amigo, para denotar o o amor amizade, estabelecido na relação de iguais.

A kharis, amor gratuito, qualificada de "leal" (hendiadis kharis kai aletheia), equivale à glória, que por seu traço de luminosidade, significa o esplendo do amor leal, ou seja, sua visibilidade e sua evidência ao ser manifestado. Esta glória-amor leal que o Pai comunica ao Filho identifica-se, por outro lado, com o pneuma, o Espírito, ele é kharis, o dom de amor que os discípulos recebem da plenitude de Jesus (Jo 1,16). A identificação de "a glória" (= amor leal/Espírito) com a agape aparece no paralelo entre Jo 17,22 e 23, e pela comparação com 17,26 e 14,17. [Mateos & Barreto. Vocabulário teológico do Evangelho de João]

Monge

La incorporación del hombre a Cristo y su unión con Dios, requieren la cooperación de dos fuerzas desiguales pero igualmente necesarias: la gracia divina y la voluntad humana.

La voluntad (y no el entendimiento o el sentimiento), es el instrumento humano de la unión con Dios. No puede haber unión íntima con Dios si nuestra propia voluntad no es sumisa y conforme a la suya: "Tú no has querido ni sacrificio ni oblación... He aquí que vengo, oh Dios, para hacer tu voluntad" (Hb 10, 5-9).

Nuestra voluntad débil permanecería impotente si la gracia de Dios no la previniera ni la sostuviera. "Por la gracia del Señor Jesús seremos salvos" (Hch 15, 11). Su gracia logra en nosotros la voluntad y la acción.

El Oriente cristiano no llegó a sufrir las controversias que levantaron en Occidente las nociones de gracia y predestinación. En la Iglesia Ortodoxa, la idea de gracia ha guardado la frescura primaveral que la palabra kharis tenía para los griegos: belleza luminosa, regalo (don), serenidad, armonía.

Los Padres griegos enfatizaron la importancia del libre arbitrio en la obra de la salvación. Es un fuerte contraste con San Agustín. San Juan Crisóstomo escribe: "Si entramos por el camino recto, Dios nos ayudará a caminar. Su gracia no previene nuestra libertad para forzarla si no no gozaríamos de nuestro libre albedrío". Estas palabras podrían parecer teñidas de cierto pelagianismo si no fuera porque los Padres griegos no tenían nada que ver con esta herejía. Al contrario, tuvieron que combatir una fatalista gnosis oriental. San Juan Crisóstomo reconocía plenamente la gracia preveniente y su necesidad. "Por vosotros mismos no valéis nada porque habéis recibido todo de Dios. De Él recibisteis todo lo que poseéis: sí, no esto o lo otro, sino todo lo que tenéis. No lo debéis a vuestros propios méritos sino a la gracia de Dios. Queréis atribuirlo a vuestra fe pero lo debéis a su gracia". Orígenes ya había enseñado que la gracia fortalece la energía de la voluntad sin destruir la libertad. San Efrén escribía sobre la necesidad de la ayuda de Dios.

Clemente de Alejandría   inventa la palabra synergeia (cooperación), para expresar la acción de estas dos energías combinadas: la gracia y la voluntad humana. Hoy todavía, el término y la idea de synergeia resumen la doctrina de la Iglesia Ortodoxa a este respecto. [La gracia divina y la voluntad humana, "Introducción a la Espiritualidad Ortodoxa. Editorial Lumen, Buenos Aires, 1989.]

Daglis

Some gifts have as one of their conditions that a request be made for it, while others are given without such a condition. For Ibn Arabi   it is part of the divine economy that there be realized the possibility of a gift which is only given when it is asked for, just as the possibility of an unsolicited gift is realized in other circumstances. It is in this sense that the request vehicles the possibility. It does not put a constraint upon God, since unsolicited gifts are mentioned here as well. We would restrict God if we said that He only bestows without regard for a request. If we said that it is never the case that God bestowed only after a request we would be denying Him this possibility and would be limiting Him. This point echoes one of the major themes of the Ringstones, namely of restricting God through asserting only His absoluteness. (breve 1623)

Paulo Apóstolo

Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos Anjos, se não tiver caridade, não sou senão bronze que ressoa e címbalo que tange. Ainda que eu tenha o dom de profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência, ainda que possua a fé em plenitude, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou. E ainda que reparta por inteiro os meus haveres e entregue o meu corpo a fim de ser queimado, se não tiver caridade, de nada me aproveita.

A caridade é paciente, a caridade é amável, não é invejosa; a caridade não se pavoneia, não se ensoberbece, não é inconveniente; não procura o seu interesse, não se irrita, não leva o mal em conta; não se alegra com a injustiça, congratula-se, ao invés, com a verdade. Tudo encobre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

A caridade nunca fenece. E as profecias? Serão abolidas. E as línguas? Hão-de cessar. E a ciência? Eliminar-se-á. É, de fato, imperfeitamente que nós conhecemos e imperfeitamente que profetizamos. Mas, quando vier o que é perfeito, o que é imperfeito abolir-se-á. No tempo em que eu era criança, falava como criança, sentia como criança, raciocinava como criança; mas, quando me tornei homem, desfiz-me do que era infantil. É que nós, presentemente, vemos em um espelho, de maneira confusa; então, será face a face. No presente, conheço de maneira imperfeita; então, conhecerei exatamente como fui conhecido.

Agora, subsistem a fé, a esperança e a caridade, essas três; mas a maior delas é a caridade.
[I Coríntios, 13, 1-13, trad. do texto grego pelo cônego José Falcão]