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lakkos
λάκκος
poço
puteus
pege
πηγή
a fonte
la fuente
o nascedouro
a origem
el origen
a matriz
fons vitae

  

André Chouraqui

os matriciais: Não são “os misericordiosos” [como traduzido nas Bem-aventuranças], mas aqueles que assumem entre seus irmãos a função principal de YHVH, que é a de ser a matriz do Universo. A palavra rahamims deriva de rehem, “a matriz”, o útero da mulher. A matriz recebe, mantém e dá a vida, oferecendo ao feto, a cada segundo, tudo de que ele precisa para viver. Assim Elohims, matricial, tem função de matriz para o Universo e cada uma de suas criaturas. O mesmo acontece com o que ama YHVH, que só vive para matriciar o mundo.

AKC (matriz)

«Sede» o «matriz», como en Maitri Upanishad   VI.34.1, 2, citado más atrás; y «guarida» (asaya), apenas distinguible de «matriz» (cf. pali abbuda = arbuda, como «feto»), eso en lo cual los poderes de los sentidos están guhasaya nihitah (Mundaka Upanishad   II.1.8). Es en tanto que Varuna «yace» (asaye) en ellos, como Varuna, al igual que Agni, que hace su sede en ellos, conoce todos los nacimientos de los dioses, es decir, sus nacimientos como los poderes del alma y todas sus obras (Rg Veda   Samhita VIII.41.7). En Rg Veda Samhita I.32.7, que la guarida del desmembrado Vrtra está en muchos lugares ([...]) sugiere al Agni de Rg Veda Samhita III.55.4 ([...]): cf. «Yo soy el Espíritu, mi estación en la guarida (asaya) de todos los seres. Ananta soy yo de las serpientes» (Bhagavad Gita X.20, 29). La caverna (guha) de la cual son liberados los ríos y todos los demás principios vivos puede ser igualada con las «entrañas de las montanas» en Rg Veda Samhita I.32.1 y I.54.10. Cf. Isaías 51:1 «Mirad la roca de donde sois tallados, y el agujero del hoyo de donde sois excavados».

La «Persona en el ojo derecho» es regularmente igualada con «la Persona en el Sol», de quien se dice que «El que esta allí, la Persona allí en el Sol, mí mismo soy él» (Maitri Upanishad   VI.35). Solo a mi Sí mismo real, a esta «Persona interior» (antah purusha), pueden aplicarse las palabras «Eso eres tú»; no a «este hombre» que todavía sabe en el sentido mundanal quien es, por nombre y linaje de familia. [AKCMeta  :Nota]

AKC (fonte)

Un aviso explícito de que el Elixir de Vida no es una medicina física de ningún tipo; de la misma manera que la fons vitae no se encontrará fuera de nosotros mismos. Cf. Aitareya Brahmana   II.14, «...la oblación de Soma es una oblación de ambrosía. Estas oblaciones son incorporales (es decir, invisibles e intangibles); es con esas oblaciones que son incorporales como el sacrificador gana la inmortalidad». [AKCMeta:Nota]

Roberto Pla

A versão mais esclarecedora desta “figura” a oferece aquele poço-fonte do deserto, onde Agar, a escrava, descobre por sua própria imagem nas águas as primeiras perguntas que interrogam sobre o Ser: “De onde vens e aonde vais?” (Gn 16, 7-14).

Em resposta a sua busca introspectiva, formulada pela voz do poço, ou o que é o mesmo, pela voz da consciência (na Escritura, representada pelo Anjo de YHWH), concorda Agar em submeter-se a Sara, a livre. Ambas mulheres, Agar e Sara, unidas ao mesmo “marido”, são tipo daquelas outras duas mulheres evangélicas das quais se diz que “moem no mesmo moinho” (Mt   24,41). Dessas duas mulheres, uma, a livre porque está purificada, se diz que será “tomada”, e a outra, a escrava, impura, será “deixada”.

A decisão de submetimento “auto-batismal” de Agar, vem a ser como a alma se nega a seguir escravizada pela impureza. Na alegoria genesíaca, esta decisão é imputada como a concepção e iluminação de um filho psíquico, Ismael — isto é, “Escute Deus, Deus escutou” —, de consequências salvíficas, posto que é o primeiro passo no processo de salvação da alma.

Na linha exegética explicada na Carta aos Gálatas, o nascimento de Ismael, o filho da escrava, significa a aliança terrena (aliança = união) com a Jerusalém de abaixo, “mãe dos escravos”. De igual forma, o nascimento de Ismael é a “imagem” terrena do nascimento posterior de Isaque, o filho de Sara, a livre, pois este novo filho psíquico de Abraão, dado a luz por Sara, “sem conhecer as dores de parto”, é o fruto da aliança espiritual, a única que ensinará mais tarde o Evangelho, e que se corresponde com a Jerusalém de acima, livre, mãe de todos os “nascidos duas vezes” (Nascer do Alto).

  • Por possíveis razões de catequese, Paulo Apostolo explica a alegoria genesíaca segundo a vertente “manifesta”, exterior, mas o sentido é o mesmo agora explicado segundo a vertente interior.

Do poço genesíaco que estudamos há que dizer que o nome que Agar, a escrava, o designa, é o dado textual que faz possível a exegese “oculta” de toda a perícope. Ao anjo de YHWH que lhe anuncia o parto, o diz Agar:

  • “E ela chamou, o nome do Senhor, que com ela falava, El-Rói (o Deus de visão); pois disse: Não tenho eu também olhado neste lugar para aquele que me vê? Pelo que se chamou aquele poço Beer-Laai-Rói; ele está entre Cades e Berede (isto é, o poço do Vivente que me vê)” (Gen 16:13-14).

Se se interpreta o poço como “figura” da alma, é fácil aceitar que no fundo mistérico de suas águas, no Eu profundo, reside o enviado de Deus, o Filho do Homem, o qual, por ser sempre a raiz do Ser — o Ser puro, isento de determinações — deve ser denominado “o Vivente que me vê” [opsis].

O parto de Agar põe põe esta em contato breve e fugaz com o “Deus que vê” — El Ro’i —. O que com este texto se descreve é a primeira intuição do Ser, o descobrimento que abre as portas à fé e com ele à “presença”. Mas o relato autoriza a entender a escassa estabilidade desta percepção de Agar, porquanto Abraão se lamenta logo diante de Deus de que o filho da escrava não consegue viver na “presença” (Shekinah = pomba) de Deus.

  • Para que essa “presença” se consolide na consciência é preciso que antes Sara, a livre, tenha um filho, fruto da aliança espiritual e eterna, que leva a Jerusalém de acima.

Quem foi habitar depois nesse lugar preciso do poço de Lajai Ro’í, foi Isaque, o filho da livre, o fruto da aliança do espírito. Segundo diz o relato, “Isaque, se estabeleceu nas imediações do poço de Lajai Ro’í. Isso quer dizer “em figura” que Isaque se estabilizou na “presença” de Deus, do Ser, em si mesmo.

Foi, portanto, Isaque, um dos que conseguiram colocar-se “ao redor do poço”; mas não alcançou estar “no poço”. A diferença entre ambas posições é muito importante, e não demasiado difícil de entender, embora só é realizável a posição “no poço”, quando se recebe o dom de deus que a faz possível. Quando o homem percebe a menor diferença, por leve que esta seja, entre seu si mesmo — seu Eu-Sou — e o Cristo oculto, interior, não há dúvida de que a unidade que Jesus pedia em sua oração sacerdotal ao Pai, não foi realizada: “que sejam um como nós somos um”. A ausência de unidade é o único que define essencialmente a quem não entrou no poço, quem não está no poço. [Evangelho de Tomé - Logion 74]

C. Del Tilo

Em hebreu Be-er, do verbo Ba-er: explicar, clarificar esclarecer. [XXVI,15]

Por que se dedicavam os Patriarcas a cavar poços no deserto? O deserto é o mundo infecundo, carente da chuva da bendição; representa também os ritos e a letra das Escrituras, seladas no sentido histórico e moral da Gordon Estado Primordial. O poço está no homem, mas a água não sobre, não flui. «Buscamos as duas colunas do Templo e as temos ante nossos olhos e sob nossas mãos, mas nossos corações estão obscurecidos pelo pecado da Queda e a verdade de Deus se retirou no poço do abismo» (Mensagem Reencontrado, XXI-19).

Os filisteus taparam os poços de Abraão, já que o homem carnal sempre sepulta a Verdade de Deus em um poço sem fundo. Isaque alude ao Justo que volta a cavar o poço fazendo subir de novo a água do manancial para dar de berber a seu rebanho. Mas, como o realiza? Casando-se com a mulher que encontra ao lado do poço. Assim encontrou Isaque a Rebeca (Gen 24-43-48).

O mesmo ocorre com respeito a Jacó e Raquel (Gen 29). O Zohar   o comenta da seguinte maneira: «Vem e vê: quando sentou Jacó ao lado do poço e viu que as águas subiam até ele, soube que ali ia encontrar sua mulher. O mesmo ocorreu a Moisés. Assim a isso se refere o poço para eles, já que o poço é o segredo da Donzela de acima, e da mesma maneira que encontraram à Donzela de acima, assim mesmo encontrarão à donzela que está neste mundo» (Zohar I-151b).

Quando se une o homem com a Presença Divina (representada pelas mulheres dos Patriarcas), a Verdade luminosa volta a subir do poço e o homem regenerado sai rigorosamente do Deserto para viver eternamente na Terra Prometida regada pelo manancial de Vida. (v. Diálogo com a Samaritana). [LA PUERTA]