kosmos (scil. aisthétós): ornamento, ordem, o universo visível, físico (ver kosmos noetos)
1. Há uma tradição (Aécio II, 1, 1 e D. L. viu, 48) de que o primeiro a descrever o universo como um kosmos foi Pitágoras; mas a noção de universo como uma ordem surge nos fragmentos dos seus antecessores (Anaximandro, Diels, frg. 12A10; Anaxímenes, Diels, frg. 13B2), e de qualquer modo é difícil traçar a sua exata evolução ao longo dos estádios: ordem, ordem deste universo, o universo como ordem. Certamente (...)
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Gobry
IVAN GOBRY
Vocabulário Grego da Filosofia. Tr. Ivone Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
Matérias
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kosmos
24 de março -
apeiron
24 de marçoápeiron: não limitado, indefinido, infinito, indeterminado
1. A arche de todas as coisas era, de acordo com Anaximandro, o apeiron, o não limitado. O termo é susceptível de várias interpretações que dependem de como se entende o limite (peras) que está a ser negado na palavra composta. Aristóteles inclui na sua Física, numa extensa discussão, os vários significados da palavra (202b-208a), alguns dos quais, a infinidade espacial, podem ser rejeitados como sendo anacrônicos em relação ao pensamento de (...) -
bouleusis
24 de marçoboúleusis: deliberação ver proairesis. [Termos Filosóficos Gregos, F. E. Peters] boulé (he) / boule / βουλευτόν: deliberação. Marca da liberdade de escolha (proaíresis) que preside a ação virtuosa (Aristóteles, Et. Nic, III, III). Política: o Conselho da Polis (que delibera) (id. Pol., VI, III, IV.VIII). [Gobry] Βουλή era a assembleia deliberativa, a sede de deliberação. Βουλευσις é o acto de aconselhamento e deliberação qua nomen actionis. A deliberação é um processo e é, assim, o que serve de base fundamental a (...)
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chronos
24 de marçochronos: tempo
1. O tempo como personificação, Chronos, aparece nas cosmogonias quase míticas antes de conquistar um lugar nas cosmologias filosóficas. Chronos em vez de Kronos, o pai de Zeus, foi uma substituição bastante vulgar (ver Plutarco, De Iside 32), e o primeiro a tê-la feito deve ter sido o protofilósofo do século vi, Ferecides (D. L. I, 119). Fosse quem fosse que a originou, um Tempo poderoso é um elemento principal nos poetas (cf. Píndaro, 01. II, 17 e fr. 145), e particularmente nos (...) -
nomos
24 de marçonómos: costume, convenção, lei constitucional ou arbitrária
1. A intrusão de nomos no discurso filosófico no século v seguiu-se à passagem da noção de natureza (physis) do campo físico para o ético. Isto pode ter sido resultado da influência médica («Sobre a natureza (physis) do Homem» aparece como título no Corpus Hippocraticum), mas pode também ser visto no tratamento ético do conceito de kosmos. Por outro lado havia uma compreensão crescente de natureza puramente arbitrária e relativa de nomos (ver as (...) -
Gobry: ousia
24 de marçoousía (he): substância, ser, essência. Latim: substantia.
ousía é um substantivo derivado de ousa, particípio feminino do verbo einai: ser. O neutro é ón: ente, ser. A ousía significa, portanto, aquilo que é, o que existe realmente fora de nosso pensamento.
Esse termo é empregado pelos autores não filósofos no sentido de ter: bens, haveres, riqueza; isso pode parecer paradoxal, mas não o é: para o homem comum, aquilo que tem realidade e consistência é aquilo que se possui de útil e rentável. Os (...) -
Gobry: eidos
24 de marçoeidos (tó) / eidos (to): essência, ideia, forma, gênero, espécie. Latim: species, forma, essentia.
A palavra eidos tem múltiplos sentidos, que encerram, de qualquer maneira, a noção de generalidade, seja nos seres, seja na inteligência.
Eidos deriva do verbo arcaico e poético eídomai / eidomai: apareço (sou visto); donde o sentido primeiro de eidos: aspecto, aparência. O perfeito do inusitado eido / eido: ver, oída / oída, adquire um sentido presente: sei. Só tardiamente e de modo acessório eidos (...) -
Gobry: noûs
24 de marçonoûs (ho): espírito. Latim: spiritus, intellectus.
Esse termo tem dois sentidos: substância: espírito; faculdade mental: inteligência.
Essa forma, usual nos filósofos clássicos, é a contração de nó-os (noos), que se encontra no dialeto jônio; o radical no designa pensamento. A linguagem filosófica emprega vários derivados:
nóesis / noesis: Razão contemplativa.
noerós / noeros: Intelectual.
nóema / noema: Pensamento. Arcaico, empregado por Parmênides.
noetón / noeton: Aquilo que é pensado. Platão e (...) -
Gobry: hen
24 de marçohén (tó) / hen, o Uno. Latim: Unum.
Esse termo é o neutro do adjetivo numeral heis / heis (feminino mia / mia). Substantivado, pode ter dois sentidos: o Único, a Realidade que se apodera do ser e não tolera outra; o Todo (pân, hólon), a Realidade que reúne tudo em si. Para Aristóteles, a palavra hén teria quatro sentidos: contínuo, unidade-forma, unidade-indivíduo, unidade-universalidade (Met., I [iota], 1).
Encontram-se nesses quatro sentidos quatro noções: O contínuo = noção geométrica (a unidade (...) -
Filosofia Anthropos
28 de marçoVOCABULÁRIO DA FILOSOFIA: W.P. Breed A palavra grega anthropos nos é dada nos léxicos como um triplo composto, feito primeiramente de um advérbio que signfica "para o alto"; então do fragmento de um verbo que significa "voltar-se", e finalmente de um substantivo que designa a "face humana". O todo, combinado em uma palavra, nos aponta para o homem como a criatura que volta sua face em direção dos céus. (Anthropos)
Ivan Gobry ánthropos (ho) : homem. Como espécie, oposto ao animal (oposto à mulher, (...)