Míguez
3. Henos aquí, por tanto, ante esa naturaleza única, la Inteligencia, que es la totalidad de los seres y la verdad. Naturaleza única que es un gran dios, y mejor todavía, no un dios determinado, sino el dios universal que juzga digno el ser todas las cosas. Esta naturaleza es Dios, pero un dios de segundo rango, que se manifiesta con anterioridad al Primero y antes, incluso, de que veamos a Aquél. El Dios mas alto asienta y se mantiene sobre ella como sobre un bello trono, que (...)
Página inicial > Palavras-chave > Termos gregos e latinos > basileia / βασιλεία / βασιλέα / regnum / basileus / βασιλεύς / rex / (...)
basileia / βασιλεία / βασιλέα / regnum / basileus / βασιλεύς / rex / basileia ton ouranon / Βασιλεία τῶν Οὐρανῶν / reino dos céus / βασιλειαν του θεου / basileian tou theou / reino de Deus / malekut samayim / melek / malak / mamlakah / malkut / melukah / INRI / khalifah
gr. βασιλεία, basileia = reino; gr. βασιλεύς, basileus = rei.
Coenen & Brown
O substantivo basileus remonta a tempos tão remotos quanto o Linear B e era originalmente um termo geral para quem governa; depois mais especificamente, um rei.
O substantivo abstrato basileia é de origem posterior a basileuse é atestado pela primeira vez em Heródoto.
Traduziu na LXX os termos do AT: melek, três classes de soberanos; o verbo malak, fazer rei; o substantivo mamlakah (por vezes traduzido por arche); malkut, com mesmo sentido que mamlakah; melukah, realeza.
O conceito de “reino dos céus” (malekut samayim; gr. basileia ton ouranon) já aparece no AT, especialmente nos apócrifos e na literatura inter-testamentária.
No NT, basileia ocorre com mais frequência do que basileus e basileuo (mais frequente no Apocalipse).
Das 13 referências gerais à basileia no NT, os significados variam: ofício de rei; área de um reino; um reino. Quando Jesus fala dos reinos humanos, eles são contrastados com o Reino de Deus, pois estão todos sob o domínio do diabo.
As referências à basileia enquanto Reino de Deus ou de Cristo são 52 em Mateus , 16 em Marcos, 43 em Lucas , 5 em João e 2 no Apocalipse. Na literatura paulina tem 19 ocorrências, das quais cinco nos Atos. ["Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento", de Coenen & Brown]
Bonnet
Pilatos coloca quatro questões. Jesus não responde à primeira, ele o faz indiretamente à segunda e claramente à terceira: “Eu sou rei.” No contexto do judaísmo, que se deve entender por aí, da mesma forma que para o “reino” a respeito do qual Jesus acaba de se explicar?
Enquanto os sinóticos usam frequentemente o termo “reino”, este só aparece em João em duas ocasiões: aqui (na citação acima) e quando da conversa com Nicodemo onde é dito Jo 3, 1-21.
Reino se diz em grego basileia, em hebreu malkhut ou mamlakha. Nas duas línguas estas palavras designam ao mesmo tempo o reino e a realeza ou o reinado.
A expressão aparece pela primeira vez na Torá quando Deus diz a Moisés: Ex 19,3-6.
Este texto foi tão fundamental para os primeiros cristãos que é retomado na primeira Epístola de Pedro (1Pe 2,9-10) e no Apocalipse (Ap 1,6; Ap 5,10).
O reino é constituído daqueles que se tornaram santos, tendo recebido a santa unção — como o são os sacerdotes (“São esses os nomes dos filhos de Arão, dos sacerdotes que foram ungidos, a quem ele consagrou para administrarem o sacerdócio.” Num 3,3), e que se tornam assim “Filho do óleo”, quer dizer filho de luz e portanto “nascidos do Alto”, como Jesus diz a Nicodemo (vide Filho do homem).
Jesus se dizendo rei, afirma deste modo que recebeu a unção, pois no judaísmo, o rei era ungido (hebraico, mashyah, grego christos) — e quando adiciona que nasceu, é que nasceu do Alto (do Espírito). O rei recebia como insígnias a coroa (heb. Nezer) e o testemunho (heb edut), símbolos de atributos complementares (2Reis 11,12).
Com efeito se, como é de tradição no judaísmo se faz referência à primeira expressão figurando na Torá, o nome de Rei aí aparece a respeito dos vencidos por Abraão no Gênesis 14. Entre estes reis, um se destaca: (Melquisedeque, rei de Shalem. Ele é rei de Justiça (tsedeq) e de Paz (shalom), unindo estes dois atributos divinos como no Salmo 85 onde Justiça e Paz se beijam. É dito além do mais e isso relembra o texto do Êxodo sobre o “Reino de Sacerdotes”.
A benignidade e a fidelidade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram. (Salmo 85,10)
Shalem, comenta o Zohar , significa “completo”, pela união dos complementares e notadamente do mundo do Alto, simbolizado pelo vav do Tetragrama [IHWH], ao hé de Baixo que faz remontar até o vav. Melquisedeque é assim o Rei do Mundo (melekh há olam) (Zohar 1,87a) (Guénon - REI DO MUNDO).
O mesmo qualificativo de shalem é aplicado a Jacó no Gênesis 33,18 (“Depois chegou Jacó inteiro (shalem) à cidade de Siquém, que está na terra de Canaã, quando veio de Padã-Arã; e armou a sua tenda diante da cidade.”), texto que o Zohar aproxima do Salmo 76,3: “Sua tenda está em Shalem”. Ele se estende longamente sobre a perfeição de Jacó, perfeito (shalem) no Alto e em Baixo, nos céus e sobre a terra, pois ele representa a Fé suprema: hemanuta ilah, este atributo sendo de mesma raiz e de mesmo sentido que o hebraico emet (Zohar 1, 172b) [Traduzido do ensaio de Bonnet publicado na revista "Études Traditionnelles "]