Roberto Raposo
À primeira vista, porém, é surpreendente que a era moderna – tendo invertido todas as tradições, tanto a posição tradicional da ação e da contemplação como a tradicional hierarquia dentro da vita activa, com sua glorificação do trabalho como fonte de todos os valores e sua elevação do animal laborans à posição tradicionalmente ocupada pelo animal rationale – não tenha engendrado uma única teoria que distinguisse claramente entre o animal laborans e o homo faber, entre “o trabalho do nosso corpo (...)
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Marx
Matérias
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Arendt (CH:Cap11) – produção
5 de fevereiro de 2022, por Cardoso de Castro -
Safranski (Heidegger) – Husserl e Heidegger
6 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroSAFRANSKI, Rüdiger. Heidegger. Um mestre da Alemanha entre o bem e o mal. Tr. Lya Luft. São Paulo: Geração Editorial, 2000, Capítulo V.
Lia Luft
Quando Edmund Husserl foi a Freiburg em 1916, a fama da fenomenologia ainda não saíra do campo da filosofia especializada. Mas poucos anos depois, nos primeiros anos do pós-guerra, uma especialidade filosófica didática já é quase um portador de esperanças em nível de concepção de mundo. Hans-Georg Gadamer relata como no começo dos anos vinte, quando os “lemas (...) -
Ellul (TDS:82-88) – automatismo da escolha técnica
24 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroELLUL, Jacques. A Técnica e o Desafio do Século. Tr. Roland Corbisier. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1968, p. 82-88
"The one best way": é exatamente a isso que corresponde nossa técnica. Quando tudo foi medido, calculado, quando o método determinado é, do ponto de vista intelectual, satisfatório, e, do ponto de vista prático, revela-se eficiente, mais eficiente do que os outros meios até então empregados ou postos em competição no mesmo momento, a direção técnica se estabelece por si mesma. O (...) -
Henry (CC): indivíduo vivo
14 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto de HENRY, Michel. From Communism to Capitalism. Theory of a Catastrophe. Tr. Scott Davidson. London: Bloomsbury, 2014, p. 23-24
Tradução
O indivíduo vivo difere do indivíduo definido em termos de pensamento. Em sua relação consigo mesmo - que é uma relação com sua própria vida - não há pensamento no sentido de uma representação de objetos ou de uma relação sujeito / objeto. O que caracteriza a representação de um objeto é um colocar à distância e sua pôr diante do olhar do pensamento. Esse (...) -
Marx (IA) – teoria materialista do conhecimento e formação da ideologia
14 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroMARX, Karl & Engels, Friedrich. A Ideologia Alemã. Tr. Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo, 2007 (ebook)
português
Os pressupostos de que partimos não são pressupostos arbitrários, dogmas, mas pressupostos reais, de que só se pode abstrair na imaginação. São os indivíduos reais, sua ação e suas condições materiais de vida, tanto aquelas por eles já encontradas como as produzidas por sua própria ação. Esses pressupostos são, portanto, constatáveis por via puramente empírica.
O primeiro pressuposto de (...) -
Barbuy: Progresso (5) - devenir incessante
7 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroBARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 112-114.
5. Quando se verifica que a ideia do progresso indefinido, do devenir incessante, constituiu o fulcro de onde emanaram atividade e pensamento contemporâneos, justo será perguntar em que espécie de progresso se tem acreditado tão fanaticamente: se no moral ou no econômico; no espiritual ou no material; no afetivo ou no intelectual. O progressismo, porém, não saberia dar uma resposta: a ideia de progresso (...) -
Henry (CC) – sociedade
14 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto de HENRY, Michel. From Communism to Capitalism. Theory of a Catastrophe. Tr. Scott Davidson. London: BLOOMSBURY, 2014, p. 26-29
Tradução
[...] O que caracteriza o marxismo do ponto de vista teórico é a substituição do indivíduo vivo por um número de entidades abstratas, através das quais ele afirma explicar a totalidade dos fenômenos econômicos, históricos e sociais e, finalmente, esses próprios indivíduos. Isso leva a uma reversão extraordinária da ordem das coisas no final das quais o (...) -
Henry (CC) – a vida e o trabalho vivente
12 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto traduzido de HENRY, Michel. Du communisme au capitalisme. Théorie d’une catastrophe. Paris: Odile Jacob, 1990, p. 28-34 (versão em inglês).
Tradução
Marx está tão atento ao que faz que a vida é a vida, ao fato que ela se sente e se experiencia, que tudo o que se encontra desprovido desta propriedade extraordinária lhe parece, pelo contrário, privado de sentido, até mesmo como impossibilidade. E tanto amou Marx tudo o que é vivente, quanto rejeitou em um plano inferior tudo o que, privado da (...) -
Poster (MI:) – o modo de informação
26 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroPOSTER, Mark. The Mode of Information. Poststructuralism and Social Context. London: Polity Press, 1990
An adequate account of electronic communications requires a theory that is able to decode the linguistic dimension of the new forms of social interaction. As a step toward that end I am offering the concept of the mode of information. The term “the mode of information” plays upon Marx’s theory of the mode of production. In The German Ideology and elsewhere Marx invokes the concept of the (...) -
Henry (B) – Tão-somente a ciência: a técnica
13 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroMinha tradução do original em francês (Michel , La barbarie. Paris: Grasset, 1987, p. 59 seg.)
Tradução
A ciência, tal qual nós a entendemos hoje em dia, é a ciência matemática da natureza que faz abstração da sensibilidade. Mas a ciência só pode fazer abstração da sensibilidade por que faz de saída abstração da vida, é esta que ela rejeita de sua temática e, assim procedendo, ela a desconhece totalmente. É preciso bem compreender a razão deste desconhecimento e porque, do momento que ela realiza seu (...) -
Berdiaeff: L’Objectivation de l’esprit. Symbolisation et réalisation (II)
12 de novembro de 2008, por Cardoso de CastroNicolas Berdiaeff. Esprit et Realité. Aubier Montaigne, 1943 CHAPITRE III L’Objectivation de l’esprit. Symbolisation et réalisation
II
L’esprit est une activité créatrice. Tout acte de l’esprit est un acte créateur. Mais l’acte créateur de l’esprit subjectif est l’extériorisation de soi dans le monde. A. tout acte créateur vient s’ajouter un élément de la liberté originelle de l’esprit subjectif, un élément qui n’est pas déterminé par le monde, que rien ne détermine. L’acte créateur de l’homme, qui procède (...) -
Berdiaeff: L’Objectivation de l’esprit. Symbolisation et réalisation (I)
12 de novembro de 2008, por Cardoso de CastroNicolas Berdiaeff. Esprit et Realité. Aubier Montaigne, 1943 CHAPITRE III L’Objectivation de l’esprit. Symbolisation et réalisation
I
Nous avons montré que l’esprit est sujet et qu’il se révèle dans le sujet . Mais l’esprit s’objective, il se projette à l’extérieur, il s’exprime au dehors, dans l’être qui existe pour un autre. L’esprit s’exprime socialement. Il se socialise. L’esprit entre dans l’histoire : à partir de ce moment, il change beaucoup, on dirait qu’il perd un certain nombre de ses caractères (...) -
Barbuy: Progresso (8) - Paraíso no futuro
7 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroBARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 114-115.
8. O mito do progresso indefinido, negando o pecado original, a ordem natural e as essências ônticas, não é outra cousa senão o produto de uma inversão pela qual se colocou, no futuro da sociedade terrestre, o Paraíso Perdido, que todas as tradições colocavam no passado. Tendo rejeitado a crença bíblica no Paraíso que foi perdido, os sociólogos, historiadores, filósofos e reformadores progressistas, delinearam a (...) -
Rosendo: Henry comenta Wittgenstein
15 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto de ROSENDO, Ana Paula. ‘NO PRINCIPIO ERA O ACTO’. Ecos do excerto de um parágrafo de Wittgenstein no pensamento de M. Henry. Covilhã: LusoSofia, 2013, p. 4-5.
Ludwig Wittgenstein utiliza uma expressão da obra Fausto de Goethe, “No princípio era o acto”, por ser ilustradora de uma das suas ideias mais caras, a importância da acção. Este mote inspirou-nos à consideração do papel da acção no pensamento de Michel Henry. Pode, à primeira vista, parecer desconcertante que uma fenomenologia da (...) -
Giuseppe Lumia: Merleau-Ponty
5 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroLUMIA. (Giuseppe) O EXISTENCIALISMO PERANTE O DIREITO, A SOCIEDADE E O ESTADO. Tradução de Adriano Jardim e Miguel Caeiro. Colecção « Doutrina ». N.º 3. Livraria Morais Editora. Lisboa. 1964.
O pensamento de Maurice Merleau-Ponty (1908-1961) é de inspiração declaradamente husserliana. Mas está mais próximo do Husserl da última fase, o dos escritos inéditos, em que é mais claro o apelo às coisas e o recurso ao mundo da vida, o Lebenswelt. Em Merleau-Ponty motivos fenomenológicos encontram-se por um lado (...)