Só existe sofrimento, ninguém que sofra; Há o feito, mas não o fazedor; O Nirvana é, mas ninguém o buscando; Há o caminho, mas ninguém que o percorra.
tradução
Todo projeto de autotransformação é um círculo vicioso. Dogen, um mestre zen do século XIII, dizia que a primavera não se torna verão e, da mesma forma, a lenha não se torna cinzas: há primavera e então há verão; há lenha e então há cinzas. Pelo mesmo argumento, um ser vivo não se torna um cadáver, e uma pessoa não iluminada (...)
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antios / ἀντίος / enantios / ἐναντίος / enantia / ἐναντία / opostos / contrários / antikeimenos
gr. enantia = opostos. A doutrina da existência original das substâncias naturais opostas aparece pela primeira vez em Anaximandro (Aristóteles, Physica 187a). Posteriormente são isoladas quatro por Heráclito (frg. 126) e postulados como os quatro elementos irredutíveis por Empédocles (frg. 17; ver stoicheion). A oposição, como força geral, desempenha papel considerável tanto em Pitágoras como em Heráclito.
antikeímenos: oposto. Plural: antikeímena, neutro substantivado. De keímenos, particípio do verbo keimai: sou posto, e anti, em face . Os opostos constituem uma categoria lógica estudada por Aristóteles nas Categorias (X) e na Metafísica (A, 10).
Matérias
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Advaita: Watts (DM) – Plantando sementes e colhendo frutos
17 de setembro de 2022, por Cardoso de Castro -
A psyche nos Pré-Socráticos
24 de março de 20227. Liberta assim das suas imediatas associações pneumáticas, a psyche encontra o seu lugar, como sugere Aristóteles, dentro dos quadros mais vastos do movimento e da percepção. Típicas no que a isto se refere são as opiniões dos atomistas e de Empédocles. Aqueles tinham reduzido a realidade aos atoma e ao vácuo (kenon) e estavam, evidentemente, interessados na alma como a fonte do movimento quando a descreviam como um agregado (synkrisis; ver genesis) de átomos que são esféricos e (...)
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Plotino - Tratado 26,8 (III, 6, 8) — Em diálogo com Aristóteles: uma realidade não sofre a não ser de seu contrário
22 de maio de 2022, por Cardoso de CastroCapítulo 8: Em diálogo com Aristóteles: uma realidade não sofre a não ser de seu contrário 1-3: Retomada do princípio aristotélico, a afeição supões a contrariedade no interior de um gênero 3-9: Exemplo do quente e do frio, do seco e do úmido. Caso mais particular do fogo 9-12: A alteração conduz à destruição. Indestrutível, a matéria é também inalterável 12-20: As qualidades sensíveis se afetam mutuamente. A questão da presença das qualidades "na" matéria resta a precisar
Míguez
8. (...) -
Plotino - Tratado 51,6 (I, 8, 6) — Exegese do Teeteto, 176a
4 de fevereiro de 2022, por Cardoso de Castro6: Exegese do Teeteto, 176a 1-17: Citações do Teeteto 176a: os males não podem desaparecer 17-32: Objeções: o vício é o contrário da virtude, não do Bem; o Bem sendo sem qualidade não poderia ter contrário; a existência de uma realidade não implica necessariamente aquela da realidade contrária; nem a ousia, nem o além da ousia não têm contrário. 32-59: Resposta: há dois princípios contrários, um dos bens e outros dos males.
Igal
6 Pero hay que examinar también qué quiere decir que (...) -
Plotino - Tratado 51,7 (I, 8, 7) — Exegese do Teeteto, 176a (2)
6 de fevereiro de 2022, por Cardoso de Castro7: Continuação da exegese do Teeteto (do capítulo anterior) 1-12: A matéria é necessária à existência do mundo. 12-16: Fuga do mal e existência "entre os deuses" 16-23: A existência da matéria é necessária posto que ela é o "último" termo da emanação
Igal
7 Pero, entonces, ¿por qué, si el Bien existe, también existe el mal forzosamente?
¿No será por esto: porque en el universo debe existir la materia? En efecto, este universo consta forzosamente de contrarios. En realidad, ni (...) -
Plotino - Tratado 38,20 (VI, 7, 20) — Em qual sentido o Bem é um objeto de desejo para a alma?
27 de março de 2022, por Cardoso de CastroCapítulos 15-30: O Intelecto e aquilo que está além dele: a natureza do Bem e as dificuldades que surgem ao redor dele. Cap 15: O Intelecto e a vida inteligível não são senão uma imagem do Bem. Cap 16-18: Em qual sentido o inteligível é uma imagem do Bem? Porque o Intelecto e as formas provêm do Bem. Cap 19-20: Em qual sentido o Bem é um objeto de desejo para a alma? Cap 21-23: A alma deseja o Intelecto que é uma imagem do Bem, e é nesta medida que ela tem acesso ao Bem. Cap 24-25, 16: As (...)
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Plotino - Tratado 44,20 (VI, 3, 20) — Certas qualidades não têm contrário
18 de junho de 2022, por Cardoso de CastroIgal
20 Hay que considerar si no a toda cualidad le corresponde alguna otra que le sea contraria. Porque en la virtud y el vicio aun el intermedio parece ser contrario a los extremos; pero en los colores los intermedios no lo son. Pues bien, si no lo son porque los intermedios son combinaciones de los extremos, no habría que contradistinguir más que dos especies: blanco y negro; los restantes serían combinaciones. Pero, de hecho, contraponemos los colores basándonos en que en los (...) -
aisthesis (pré-socráticos)
24 de março de 20226. A referência a Parmênides é, evidentemente, à segunda parte do seu poema «A Via da Aparência» (ver on, episteme). Sabemos que Parmênides tinha pouco respeito epistemológico pela aisthesis (cf. fr. 7), e não está de modo algum esclarecido que as teorias apresentadas na «Via da Aparência» sejam de fato suas. Mas o que ressalta do resumo de Teofrasto (De sens. 3-4) é que «Parmênides» sustentou que a sensação e o pensar (phronesis) eram idênticos (fosse o que fosse que ele possa ter (...)
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Fédon 70c-72e — Compensação recíproca dos contrários: vida e morte
24 de março de 2022Estudemo-lo, pois, sob o seguinte aspecto: se as almas dos mortos se encontram ou não se encontram no Hades? Conforme antiga tradição, que ora me ocorre, as almas lá existentes foram daqui mesmo e para cá deverão voltar, renascendo os mortos. A ser assim, e se os vivos nascem dos mortos, não terão de estar lá mesmo nossas almas? Pois não poderiam renascer se não existissem, vindo a ser essa, justamente a prova decisiva, no caso de ser possível deixar manifesto que os vivos de outra parte (...)
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Plotino - Tratado 47,17 (III, 2, 17) — O mundo é múltiplo e contem contrários, bons e maus.
28 de maio de 2022, por Cardoso de CastroCap. 17, 11 ao cap. 18,26: Quarta objeção e sua solução Cap. 17, 12-16: Haveria ainda maldosos; se sim, eles o seriam neles mesmos? Cap. 17, 16-34: As almas são como atores que desempenham bem ou mal seu papel Cap. 17, 35-59: Elas não recebem um papel ao acaso e o desempenham como podem. Cap. 17, 59-89: Boas ou más, elas se harmonizam à razão universal Cap. 18, 1-5: As almas não são todas iguais Cap. 18: 5-18: Elas seguem o papel designado pela razão, que fixa as consequências Cap. 18, (...)
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Plotino - Tratado 26,9 (III, 6, 9) — Sequência da discussão com o tratado "Da geração e da corrupção" de Aristóteles
22 de maio de 2022, por Cardoso de CastroCapítulo 9: Sequência da discussão com o tratado "Da geração e da corrupção" de Aristóteles 1-2: Anúncio da questão: "ser presente a" e "ser em" são expressões polissêmicas 3-6: Distinção da transformação com ou sem paixão 7-13: Exemplos da impassibilidade da cera, da luz, de uma pedra e de uma superfície colorida 14: Objeção: o substrato corporal é afetado? 15-24: A matéria é impassível; comparação com os espelhos 25-35: A alteração acompanhada de paixão supõe uma relação de contrariedade (...)
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Eudoro de Sousa (HC:93-94) – Poema de Parmênides - Doxa
7 de outubro de 2022, por Cardoso de CastroDE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 93-94
51. A «Doxa» é a parte mais fragmentária do poema de Parmênides, o que parece dar razão aos intérpretes que formularam a hipótese de que essa última parte não passaria de um arranjo, mais ou menos hábil, das «opiniões físicas» dos antecessores do filósofo-poeta. Mas depois de Reinhardt (1916, 1959) e sob sua direta ou indireta influência, grande número de estudiosos bem viram (...)