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creatio ex nihilo
A definição clássica de creatio reza assim: Creatio est productio rei ex nihilo sui et subjecti. Ex nihilo sui significa que Deus não recorreu a matéria preexistente. ... et subjecti quer dizer que Deus não tirou nada de si, não se depauperou, não se despotencializou. [Ullmann ]
Elevando-se acima de todo o ser (epékeina tès ousías), o Uno não se isola dos seres como tais. “Ele não é nenhum dos entes, e contudo ele é todos ao mesmo tempo; não é nenhum deles, porque são posteriores a ele; é todos, porque são derivados dele. Ele tem o poder de produzir todos (...)” [En.
VI, 7 , 32, 13-15]. Em outras palavras, ele é dynamis tôn pántôn [En.
III, 8 , 10, 1]. Essa produção ou emanatio não se diferencia, essencialmente, da noção cristã de creare ex nihilo, conquanto haja diferenças nalguns pontos: processão sucessiva e mediadora do Nous e da Alma do mundo para o surgimento dos seres e eternidade do mundo. Porém, a excelsitude do Uno fica resguardada: “O Bem é a causa de todas as coisas, sem se misturar com elas; ele está acima de todas as coisas” [En.
V, 5 , 13, 35]. Não era desconhecida de
Plotino a doutrina criacionista, devido ao seu convívio com
Amônio Saccas
[1]. Esse fato, sem dúvida, terá influído na complexa síntese do [20] seu pensamento, elaborado, em grande parte, na cidade de Roma, onde teve diuturno contato com o cristianismo
[2]. Ao menos pela rama o licopolitano conhecia a doutrina cristã
[3]. [
Ullmann :20-21]
Matérias
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Izutsu Criação Perpétua
28 de março
O conceito de criação perpétua em mística islâmica e no zen budismo Este artigo está baseado sobre duas conferências que fiz na Universidade de Teerã, Irã, dias 20 e 24 de maio de 1972. Aproveito esta ocasião para exprimir minha profunda gratidão ao professor Seyyed Hossein Nasr que me deu esta oportunidade. (Trad. Antonio Carneiro)
O que nos propomos estudar aqui, é a estrutura do conceito de «criação perpétua» que foi desenvolvida no sufismo em torno da expressão corânica “khalq jadîd”, literalmente (...)
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Izutsu Mundo Manifestação
28 de março, por Cardoso de Castro
Texto integral em El auto conocimiento del hombre O AUTOCONHECIMENTO DO HOMEM Mundo Manifestação do Absoluto El conocimiento de que el mundo de la creación no es sino una manifestación de lo Absoluto corresponde a la segunda fase, que Ibn Arabi describe de la siguiente manera: Tras el primer estadio viene el segundo, en que la experiencia de la «revelación» nos hacer tomar consciencia de que lo Absoluto en sí (y no el mundo) es el indicador de sí mismo y no de su ser Dios (para el mundo). (También (...)
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Eudoro de Sousa (HCSM:85-90) – antigo xamanismo grego e as duas almas
9 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro
[Eudoro de Sousa. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 85-90]
46. «Nas páginas seguintes, ocupar-nos-á a questão de averiguar o papel que a alma tem desempenhado nas ideias acerca da existência após a morte. Procuraremos mostrar que, da variedade dos relatos colhidos pelos etnólogos, se destacam dois círculos de representações, cada um dos quais reflecte um conceito fundamental, inteiramente diverso do outro. Em primeiro lugar, há que apercebermo-nos (...)
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Eudoro de Sousa (HCSM:110-112) – mundo é uma caverna
9 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro
[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 110-112]
64. Para o daimon de Empédocles, o mundo é uma caverna: já acenamos para a novidade da cifra, na codificação filosófica do mistério do horizonte. Mas a Caverna passa por ser o mais notável e a mais notada «ilustração» da gnosiologia platônica. Já lemos copiosas páginas (por exemplo, Zepf; cf. A. J. Festugière, La révélation d’Hermes Trismégiste, vol. II, «Le Dieu Cosmique», Paris, 1949, com (...)
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Carton Pitagoras
29 de março
(Para outros estudos do Dr. Paul Carton visite nosso site francês - Dr. Paul Carton)
O texto abaixo foi retirado do livro "Vida Perfeita" do Dr. Paul Carton, traduzido por Mário Lôbo Leal, 1954
A verdade é una, imutável, eterna, porque é de ordem sintética e divina.
Está inscrita por toda a parte no universo, na natureza e nos seres. Mas, necessário nos é descobri-la, porquanto se oculta a fim de que o esforço de progresso que exige essa descoberta seja recompensado com a felicidade de saber e de (...)
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Fraile Marcion
29 de março
Marción (h.85-150). Natural de Sínope, en el Ponto Euxino (Tertuliano lo llama «el lobo de Ponto»). Se enriqueció con el comercio y la navegación. Según San Hipólito, fue excomulgado por su propio padre, obispo de la ciudad, por haber seducido a una joven. Una tradición con poco fundamento le hace pasar por Efeso, donde habría sido rechazado por San Juan. Hacia 130-140 fue a Roma, y, para congraciarse con la comunidad cristiana, le hizo un donativo de doscientos mil sextercios, que más tarde le (...)
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Boehme Criação
29 de março
Retiradas do estudo de Franz Hartmann sobre Boehme, traduzido e oferecido pela SCA.
"Deus criou os santos anjos, não através de alguma substância estranha a seu próprio ser; Ele os criou de seu próprio ser, de Seu poder e sabedoria eterna". (Aurora, IV. 26).
"É dito que Deus é tudo, que Ele está no céu e na terra, e também no mundo externo; tal afirmação é verdadeira, de certa forma; porque tudo se origina em Deus e de Deus. Mas de que serve essa doutrina, que não é uma religião? Tal doutrina foi (...)
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Inferno 11-20
28 de março
Lallement Dante inferno (continuação do resumo dos cantos) Canto 11 No limite do cemitério se encontra o túmulo do papa Anastase, suposto não crer na Encarnação Ele está na beira de um abismo e de baixo sobe um fedor de decomposição Dante e Virgílio fazem ali uma parada e Virgílio explica a Dante o ordenamento dos infernos, segundo a moral de Aristóteles Em seguida ele retomam sua caminhada até uns escombros permitindo descer ao círculo seguinte Canto 12 No topo dos escombros, que data da morte de (...)
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Homem Centro Criação
28 de março
VIDE: CALIFA, CHAKRAVARTI, IbnArabiCoraoII28 - IBN ARABI Cristologia Bernardo de Clairvaux: IN VIGILIA NATIVITATIS DOMINI (sermo III)
E contempla primeiro a criação, a posição e a disposição das coisas, a saber: quanto poder há na criação, quanta sabedoria em sua disposição, quanta benignidade em sua composição. Vê na criação quantas coisas e quão grandes o foram criadas poderosamente; na disposição, quão sabiamente todas estão colocadas; na composição, de que modo benigno estão unidas as coisas supremas e (...)
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Bestiário Pombo
28 de março
O pombo O POMBO NOS CULTOS PRÉ-CRISTÃOS Tomado desde a mais alta antiguidade como símbolo da paz, da fidelidade conjugal, da pureza dos costumes, da simplicidade e da dor resignada.
Em Creta e no antigo império dos Hititas da Ásia Menor que se encontraram os mais antigos documentos religiosos cultuando o pombo.
No mundo cretense na época micênica, o pombo como a flor de lis estão representados por toda parte: altares, colunas sagradas, árvore de vida, pinturas de palácios, decoração dos templos. (...)
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Detienne: Aletheia
24 de março
Em uma civilização científica, a ideia de Verdade introduz imediatamente as de objetividade, comunicabilidade e unidade. Para nós, a verdade se define em dois níveis: por um lado, conformidade com alguns princípios lógicos, e, por outro, conformidade com o real, sendo, desse modo, inseparável das ideias de demonstração, verificação e experimentação. Dentre as noções que o senso comum veicula, a verdade é, sem dúvida, uma das que parece ter sempre existido, sem ter sofrido nenhuma transformação; uma das que (...)
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Serafim Criação
29 de março
Excertos do livro "Instruções Espeiriuais - Diálogos como Motovilov", trad. de Helena Livramento A criação
Muitos, por exemplo, interpretam as palavras da Bíblia: "Deus modelou o homem com a argila do solo, insuflou em suas narinas um hálito de vida" (Gn 2, 7), como querendo dizer que até então não havia em Adão nem alma, nem espírito humano, mas somente uma carne criada do barro do solo. Esta interpretação não é correta, pois o Senhor Deus criou Adão do barro do solo no estado do qual fala o apóstolo (...)
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Spengler Decadencia Esquema
29 de março
Tentativa de construção de um esquema em árvore que permita se adicionar citações, comentários e excertos desta obra monumental de Spengler. Prologo de la segunda edición alemana Prologo de la primera edición alemana Introducción El problema Morfología de la historia universal: una nueva filosofía ¿Para quien hay historia? La Antigüedad y la India son ahistóricas Egipto: la momia y la cremación de los muertos La forma de la historia universal: Edad antigua, media y moderna Origen de este esquema Su (...)
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Couliano Iatromantes
28 de março
Iatromantes, iatromantes Os Iatromantes Várias categorias de experiências de êxtase, na Grécia antes do século V. Uma delas é o dionisismo, que continua a tradição mítica-ritual antiga, relativa às divindades femininas como Hera e Artemísia. O dionisismo pode ser chamado "culto extático" típico, que pressupões um grupo formado de indivíduos possuídos de modo involuntário (pela "mania" que emana do deus). Os atores do ritual são em grande parte mulheres, cujas manifestações principais são a vagabundagem (...)
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Palavra Criação Revelação
28 de março
Cabala Marc-Alain Ouaknin
É importante revelar a distinção que existe em hebreu entre “amira” e “dibbour”. Dois textos servem aqui de pontos de referência: o capítulo da Gênese - Criação do Mundo e aquele de Gordon Estado Primordial no Monte Sinai.
O Midrach ensina: “O mundo foi criado com dez maamarot”.
A palavra maamarot é o plural de maamar, da raiz “amar”, “dizer”.
Dez vezes, com efeito, se encontra repetida no primeiro capítulo do Gênesis a expressão Vayomer Elohim: “E Deus disse”. Um olhar sobre o (...)
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Nomes Concentrações
28 de março
Antes de apresentarmos as concentrações cósmicas da cosmologia de G é importante ter em mente as seguintes questões: "o que significa dentro do ensinamento de G sua cosmologia?"; "trata-se de uma descrição do Universo físico?"; ou, pensando melhor, "trata-se da configuração imaginal do universo real (não-físico), da ‘vida real onde SOMOS’?". Não vejo qualquer interesse em G de descrever o universo físico, embora afirme peremptoriamente que "G Materia - tudo é matéria", ainda vale a questão se, como (...)
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Eliade Orfeu Escatologia
28 de março
A nova escatologia. No que concerne à escatologia "órfica", as suas linhas gerais podem ser reconstituídas com base em certas referências de Platão, Empédocles e Píndaro. Depois da morte, a alma dirige-se para o Hades. Segundo o Fédon (108 a) e o Górgias (524 a), o caminho "não é nem único nem simples, vários são os desvios e numerosos os obstáculos". A Republica (614 c-d) esclarece que é permitido ao justo tomar a estrada à direita, ao passo que os maus são enviados para a esquerda. Deparam-se indicações (...)
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Nothomb Criação Relato 26
29 de março
Gen 1,26 E «Deus» pensou: Faremos nós (fazer) um homem a nossa imagem, nos assemelhando quase e que dominem sobre os peixes do mar e sobre os pássaros do céu e sobre o gado e sobre toda a terra e sobre todos os répteis rastejando na terra?
Louis Segond traduz «Façamos o homem, etc. » enquanto nos versículos precedentes «paralelos» (quer dizer exprimindo como aqui a intenção do Criador) ele respeita a indeterminação do hebreu e traduz «animais», etc, Para sua primeira aparição no texto, a palavra ‘DM como (...)
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Ibn Arabi Criação
29 de março
Excertos do Capítulo 39 — O Neoplatonismo místico de Ibn Arabi de Múrcia (1165-1240)
La creación Esta concepción del ser posible, que no obliga necesariamente al panteísmo, sirve para deshacer la aparente paradoja — señalada por Miguel Asin Palacios - Asín Palacios — de una supuesta concordancia entre una ascética y mística ortodoxas con un sistema filosófico panteísta. Según Miguel Asin Palacios - Asín Palacios, la experiencia extática de Ibn Arabi, «acusando en el fondo de la conciencia la intimidad (...)
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Ibn Arabi Deus Criação
29 de março
Excertos do Capítulo 39 — O Neoplatonismo místico de Ibn Arabi de Múrcia (1165-1240)
Dios y el mundo de la creación El fundamental principio de la Unidad del ser, connatural tanto al pensamiento neoplatónico como al movimiento sufi, adquiere en Ibn Arabi unos perfiles, si no originales, sí los más definidos dentro del neoplatonismo sufi, más aún cuando la Unidad del Ser (al-wahdat al-wuyud) era ya sinónima, desde hacía siglos, con el concepto alcoránico de la Unidad Divina (al-tawhld) manifestado en (...)
[1] “Che Ammonio non solo potesse, ma dovesse conoscere la dottrina della creazione è fuori dubbio, dato che nacque e fu educato in una famiglia cristiana e dato che in Alessandria già con Filone la dottrina aveva avuto larga risonanza” (REALE, Giovanni, Storia della Filosofia Antica, 9. ed. (Milano, 1992), v. IV, p. 468). Na época de Plotino, a criação era expressa pelo substantivo grego poíêsis o qual deriva do verbo poiein. No Credo niceno-constantinopolitano. Deus criador é denominado Theòs poiôn, isto é, o criador fez tudo do nada. Ora, o Uno, archê de tudo. também não recorreu a matéria preexistente nem se depauperou ao dar origem às coisas.
[2] Indubitavelmente, Plotino conhecia os atributos dados pelos cristãos a Deus. Nas Enéadas encontram-se reflexos evidentes disso, v.g., quanto à criação consciente por parte do Uno. A esse respeito é elucidativo este comentário: “Rien d’inconscient ni d’inerte en l’Un. C’est en ‘pleine maîtrise de soi’ (En. VI, 8, 13, 10) qu’il produit” (TROUILLARD, Jean, Im procession plotinienne (Paris, 1935), p. 77). Cf. etiam En. V, 4, 4, 16-17). “II est donc difficile de croire que ce qu’il (l’Un) fait ou ce qui sort de sa puissance lui échappe de quelque façon que ce soit” (id., ibid., p. 79).
[3] “Notre philosophe (= Plotin), rappelons-Ie encore, n’a pas été initié à la vie intime des communantés chrétiennes; il les connaît du dehors et assez en gros” (GUITTON, Jean, Le temps et l’éternité chez Plotin et Saint Augustin, 4. éd. (Paris, 1971), p. 87).