Página inicial > Palavras-chave > Temas > hamartia / ἁμαρτία / pecado / ἀμαρτάνω / hamartano / ἀναμάρτητος / anamartetos / (...)
hamartia / ἁμαρτία / pecado / ἀμαρτάνω / hamartano / ἀναμάρτητος / anamartetos / impecável / πειρασμός / peirasmos / tentação / prolepsis / πρόληψις / antecipação / prosbole / προσβολή / ataque / πληροφορία / plerophoria / certeza / convicção / porneia / πορνεία / luxúria / gastrimargia / γαστριμαργία / gastrimargos / γαστρίμαργος / glutão / voraz / μάργος / margos / avidez / γαστήρ / gaster / barriga / philargyria / φιλαργυρία / ganância / cobiça / avareza / πλεονεξία / pleonexia
gr. ἁμαρτία, hamartia. Entre os gregos, a noção de pecado, em sentido moral, já é expressa nos famosos versos da Odisseia 1, 32s de Homero: "Ai! Como nos acusam sempre os mortais a nós deuses! De nós vem o mal, dizem, enquanto eles mesmos se causam os sofrimentos por seus próprios crimes contra o destino". gr. anamartesia: impecabilidade.
gr.
gastrimargia = glutonaria,
gula, glutonia. Busca pelo prazer de comer, ou o desejo de comer com vistas ao prazer que proporciona, ou ainda, negativamente em relação à virtude da qual constitui a negação, como a intemperança da boca e do ventre.
O espírito que se desviou de Deus (da unidade enquanto «unidade — princípio — centro »), que saiu desta unidade para viver nele mesmo, não pode mais, como já fiz notar em minha obra «sobre a força da adivinhação e da crença», senão separar em confundindo em lugar de distinguir em unindo, e confundir separando em lugar de unir em distinguindo. Desde então este espírito, que é aquele próprio à criatura, não poderá mais antes de tudo unir Deus em distinguindo ou distinguir em unindo enquanto que é revelado e não revelado, enquanto é em si e que se torna por e na natureza e criatura (Deus est in se, fit en creaturis), e da mesma forma todo ateísmo (teórico e prático) decorre de uma falsa unificação deste gênero (que é uma confusão) ou de uma falsa distinção (que é uma separação ). Ora a criatura tem o direito é verdade de se representar Deus na medida que ele não é expresso e que ele existe em seu mistério silencioso, parecido para ela a este estado de inocência primeira onde ela se encontraria antes de ter escolhido no sentido do bem ou do mal; mas assim fazendo ela deverá se guardar do erro ao qual sua natureza poderia induzi-la e que consistiria a crer que a saída constante (e reentrada) de Deus, o fato de abandonar seu mistério para se revelar (o fato para este Deus silencioso de se manifestar pelo Verbo), deve necessariamente passar pela mesma provação de tentação fortificante, tentação que necessita a bem dizer da parte da criatura não uma saída dela mesma idêntica mas análoga àquela de Deus. Eis aí uma ilusão muito antiga que veio à luz, por exemplo, na forma mais velha do panteísmo, quero dizer aquele da Índia, a doutrina de um Deus que decai dele mesmo e aquela de sua penitência, de sua justificação, etc..
Matérias
-
Plotino - Tratado 47,10 (III, 2, 10) — O homem é responsável de seus atos
27 de maio de 2022, por Cardoso de Castro
Cap. 10: O homem é responsável de seus atos, não sendo submetido a uma necessidade extrínseca ou a influência dos astros
Míguez
10-Si los hombres son malos contra su voluntad y sin querer serlo, nadie puede acusarles de esta falta, ni siquiera el que la sufre, cual si su mal dependiese de ellos . Que su maldad se origine necesariamente por el movimiento del cielo, o que sea una consecuencia de lo que antes ha ocurrido, eso dependerá de la misma naturaleza. Y si es la misma razón la que ha (...)
-
Plotino - Tratado 47,16 (III, 2, 16) — Se tudo está bem disposto, como poderia haver males?
28 de maio de 2022, por Cardoso de Castro
Cap. 16-17, 11: Terceira objeção e sua solução Cap. 16, 1-10: Se tudo está bem disposto, como poderia haver males? Cap. 16, 10-28: A razão é um produto do Intelecto e da Alma, ela dirige a vida. Cap. 16, 28-58: Sendo menos uma que o Intelecto e a Alma, ela contem contrários Cap. 17, 1-11: O mundo é múltiplo e contem contrários, bons e maus.
Míguez
16- Pero, si esto es así, ¿cómo existe todavía el mal? ¿Dónde se encuentran la injusticia y el error? ¿Cómo, si todo está bien, pueden realizarse actos (...)
-
Platão - A República - Livro X (614a-621d) — Descida aos infernos: o mito de Er
7 de dezembro de 2021, por Cardoso de Castro
3 Recompensas da justiça após a morte: Mito de Er o Pamphyliano (mito da escolha do destino) (614a até o fim) Er, morto em uma batalha, retorna à vida e relata o que viu no além. As almas, julgadas, e punidas ou recompensadas na proporção de sua conduta sobre a terra. Estrutura do mundo Antes de renascer à vida mortal, as almas devem, em uma ordem fortuita, escolher o gênero de vida ao qual elas serão em seguida ligadas necessariamente: "cada um é responsável de sua escolha, o deus está fora de (...)
-
Plotino - Tratado 53,9 (I, 1, 9) — Nossa responsabilidade ética
26 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castro
(§9) A impecabilidade da alma e a responsabilidade do "Nós" A impecabilidade da alma superior [hole psyche] O erro e o mal [kakia] A impecabilidade do Intelecto e seu contato com o "Nós" Atualização e reminiscência [anamnesis]
traduzindo MacKenna
9. Aquela Alma, então, em nós, se manterá em sua natureza aparte de tudo que pode causar qualquer dos males que o homem faça ou sofra; pois todos tais males, como vimos, pertencem somente ao Animado, à Parelha.
Mas há uma dificuldade em compreender como (...)
-
Plotino - Tratado 53,12 (I, 1, 12) — Isso que somos e isso que somos responsáveis (3)
20 de fevereiro de 2022, por Cardoso de Castro
(§12) Retorno sobre o problema da impecabilidade da alma separada. O problema do julgamento dos mortos [thanatos] A estátua de Glauco O problema da descida da alma [kathodos, katabasis] Hércules [Herakles] ou a dualidade [dyas]
traduzindo MacKenna
12. Mas se a Alma é sem pecado, como podem haver expiações? Aqui certamente há uma contradição; por um lado a Alma está acima de toda culpa; por outro, ouvimos de seu pecado, sua purificação, sua expiação; está condenada ao mundo inferior, passa de corpo (...)
-
Thomas Taylor (CWP:184-186) – assemelhar-se a Deus
29 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castro
TAYLOR, Thomas. Collected Writings of Plotinus. Somerset: The Prometheus Trust, 2000, p. 184-186
The endeavour is not to be without sin, but to be a God. That is, to be a God according to a similitude to divinity itself. For through this similitude, good men are also called by Plato Gods. Hence, too, Empedocles says of himself, " Farewell, no mortal, but a God am I."
From this magnificent conception of human nature by the Pythagoreans and Plato, considered according to its true (...)
-
Plotino - Tratado 6,5 (IV, 8, 5) — A descida da alma é ao mesmo tempo voluntária e necessária
15 de maio de 2022, por Cardoso de Castro
Capítulo 5. A descida da alma é ao mesmo tempo voluntária e necessária. 1-10. Retomada das expressões de Platão, Empédocles e Heráclito: não há contradição entre os caracteres necessários e voluntários da descida da alma. 10-24. A falta da alma e seu castigo. 25-37. A alma é de natureza divina; desce no corpo para exercer sua potência e manifestar aquilo que é.
Míguez
5. Ninguna diferencia existe entre estas expresiones: la siembra de las almas para la generación, su descenso para la conclusión del (...)
-
Plotino - Tratado 49,17 (V, 3, 17) — A alma não pode ter acesso ao Uno
14 de junho de 2022, por Cardoso de Castro
Cap 16-17: A condição do Uno e o acesso ao primeiro princípio Cap 16, 1 a cap 17, 14: O Uno é superior ao Intelecto e à vida inteligível, e é por esta razão o Bem para as realidades que vêm após ele; é absolutamente suficiente a ele mesmo enquanto todas as realidades que vêm dele têm necessidade dele Cap 17, 15-38: A alma não pode ter acesso ao Uno ao por meio de sua faculdade discursiva, pois esta não chega a apreender uma realidade simples e una; deve-se portanto a persuadir, como por uma "encantação", (...)
-
Malherbe (SD:35-42) – Sofrer Deus
12 de outubro de 2022, por Cardoso de Castro
“Sofrer Deus” é deixá-lo vir, deixá-lo sair, deixá-lo ir. É engendrá-lo. Deus é o meu sofrimento e eu sou o dele. Este vínculo salvífico não é da ordem da expiação, mas da expiração. É exalando que se abre o espaço que a respiração vai ocupar. É por isso que encontro Deus como meu sofrimento.
“Sofrer Deus” poderia ser considerado o ícone do pensamento eckhartiano. Mas este ícone tem dois lados: um feito de sofrimento, o outro de confiança. É a articulação dos dois que melhor pode sugerir o que está envolvido na (...)