Capítulo 1, 1-18: Tese: todas as coisas aspiram à contemplação Capítulo 1, 18 ao Capítulo 4: A natureza contempla
tradução desde Pradeau
Se começamos por nos entreter, antes de nos pôr a falar seriamente, dizendo que todas as coisas aspiram à contemplação, que esta é o fim para o qual todas voltam seu olhar – não somente os seres vivos racionais, mas também aqueles que não são racionais, a natureza que está nas plantas e a terra que as engendra – e que todas aí chegam tanto quanto sua natureza permite, (...)
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gaia / γαῖα / Γαῖα / Terra / γῆ / ge / γῆς / ges / γεωμετρία / geometria / γεωγραφία / geographia / agros / ἀγρός / campo
gr. γῆ, ge = Terra. Em Timeu 40b-c a Terra é chamada de "nossa nutriz" (trophon) e "guardião e demiurgo (demiourgon) do dia e da noite".
Platão considerava a geometria e os números como a mais concisa e essencial, e portanto ideal, das linguagens filosóficas. Mas não é senão em virtude de seu funcionamento num certo "nível" de realidade que a geometria e os números podem se tornar veículo para a contemplação filosófica.
Matérias
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Plotino - Tratado 30,1 (III, 8, 1) — Todas as coisas aspiram à contemplação
18 de janeiro, por Cardoso de Castro -
de Castro: medium
15 de janeiro, por Cardoso de Castro[de Castro. Tese de Doutorado em Geografia, UFRJ, 1999]
As coisas que existem estão religadas entre si por elementos intermediários; nada está isolado, cada coisa é apoiada por outra e, ao mesmo tempo, apoia outra. O meio se apresenta também, desta maneira, como um liame entre imaterial e material, entre númeno e fenômeno. Este meio tem afinidades com ambos. Em todas as suas produções, a natureza tem algo pelo qual a coisa é produzida, um meio com o qual ela produz, um recipiente ou forma onde se (...) -
Utopia
28 de marçoUtopia e Novo Mundo Akasha Grant e Murilo Cardoso de Castro
O Ocidente empreendeu, não apenas a descoberta de um Novo Mundo, mas um retorno às suas origens além das águas primordiais do oceano. Desde a Idade Média viajantes tinham recolhido e reproduzido os ecos de um reino fabuloso se estendendo do Oceano ao Nilo: o reino do Preste João onde viviam os primeiros cristãos salvos do pecado original, herdeiros da Promessa Divina.
Segundo outras tradições, os Reis magos tinham sido recompensados por (...) -
Plotino - Tratado 28,27 (IV, 4, 27) — A terra tem um poder vegetativo, um poder sensitivo e um intelecto
9 de maio, por Cardoso de CastroCapítulos 18-29: O prazer e a dor, o desejo e a cólera em sua relação à união da alma e do corpo. Cap 18: A união da alma e do corpo comparada ao ar aquecido (alma vegetativa) ou iluminado (alma descida) Cap 19: O prazer e a dor Cap 20-21: O desejo Cap 22-27: Digressão. A questão da alma vegetativa posta em relação a este vivente divino que é a terra Cap 22: Questão: É que a terra pode ter sensações? Cap 23-26: Sabe-se que a sensação não pode se fazer sem órgãos e tem por meta a utilidade Cap 27: Resposta. (...)
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de Castro (SEI): identidade mundo e meio
19 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroDE CASTRO, Murilo Cardoso. Sobre a essência da informática. Técnica e Informática a partir do pensamento de M. Heidegger. Tese (Doutorado em Filosofia) – Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, p. 189. 2005. (revisado)
Embora possa ainda soar heresia propor uma releitura dessa constituição ontológica ser-no-mundo sob a perspectiva da simples identidade entre mundo e meio, o mundo circundante (Umwelt), por sua ontologia instrumentalista é (...) -
Plotino - Tratado 27,9 (IV, 3, 9) — As duas maneiras para a alma de entrar em um corpo
22 de junho, por Cardoso de Castro1. Introducción: dos clases de entrada (9, 1-12). 2. Alma del cosmos. Primera explicación (9, 12-51): a) No hubo un tiempo en que el cosmos no estuviera animado, pero por razones didácticas cabe imaginar que la animación del cosmos tuvo un comienzo (9, 12-20). b) Para poder proceder adelante, el Alma hubo de crearse un cuerpo (9, 20-29). c) Resultado: el cosmos quedó convertido en una mansión hermosa y variada; creación e iluminación de la materia; el cuerpo del cosmos empapado de alma (9, 29-51). (...)
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Barbuy: senso comum (5) - ciência
6 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroBARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 146-153.
5. A tentativa de tudo explicar por meio de discursos racionais e métodos matemáticos parte da ignorância de que, se umas verdades foram expressas em mitos, outras em poesia, outras em música, isto se deve a que tais verdades não podiam [146] ser expressas absolutamente de outra maneira: ao contrário, o naturalismo científico, com sua visão linear da história, com seu progressismo, pretendeu que todo o (...) -
Platão (República:L6:509d-511e) – as quatro operações da alma
15 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroPLATÃO. A República. Tr. Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2017
Rocha Pereira
[509d] — Imagina então — comecei eu — que, conforme dissemos, eles são dois e que reinam, um na espécie e no mundo inteligível, o outro no visível. Não digo «no céu», não vás tu julgar que estou a fazer etimologias com o nome . Compreendeste, pois, estas duas espécies, o visível e o inteligível?
— Compreendí. [310]
— Supõe então uma linha cortada em duas partes desiguais; corta novamente cada (...) -
Fernandes (FC:20-21) – todo ponto de vista é um ponto cego
9 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroFERNANDES, Sérgio L. de C.. Filosofia e Consciência. Uma investigação ontológica da Consciência. Rio de Janeiro: Areté Editora, 1995, p. 20-21
A atividade filosófica pode ser chamada de “investigação”, mas distingue-se da investigação científica. Esta, pelo interesse em manipular, ou dominar, é sempre dirigida, pela urgência do desejo, à parcialidade das explicações. Pois é impossível explicar alguma coisa em sua totalidade: só há explicações parciais. E parcialidade gera conflito. De fato, a ciência conhece (...) -
de Castro: a noção de "meio geográfico
8 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroTextos associados à antiga versão da minha tese de doutorado em Geografia (UFRJ, 1999)
A Geografia parece se assentar em uma posição privilegiada . Levando em conta a divisão clássica da Geografia em "Física" e "Humana", percebe-se de imediato o "combate" para a consecução de um empreendimento epistemológico comum, à semelhança do proposto por Bruno Latour, ou seja uma Geografia que se ordene segundo um empreendimento epistemológico que reúna dois eixos de investigação, o Físico e o Humano, ou em (...) -
Jean Brun: Cronologia dos Pré-Socráticos
16 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroOs problemas de cronologia puderam ser parcialmente resolvidos graças a dois autores: Eratóstenes de Cirene e Apolodoro de Atenas.
Eratóstenes de Cirene era um bibliotecário de Alexandria que viveu no século III a.C. Escreveu sobre imensos assuntos — filosofia, gramática, história, geografia (foi uma das fontes de Estrabão) — e redigiu uma Cronologia. Esta obra foi preterida em favor da versão em métrica, feita por Apolodoro de Atenas no século II a.C. A Cronologia vai desde a queda de Troia até à (...) -
de Castro: a noção de autopoiese
28 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroVersão inicial da minha tese de doutorado
Ao se dedicar ao estudo da ontogenia, que os levou a formular o princípio que denominaram de autopoiese, os biólogos chilenos Francisco Varela e Humberto Maturana enunciaram várias constatações de interesse: primeiro, que cada ser começa com uma estrutura inicial, que condiciona o curso de suas interações, e restringe as mudanças estruturais que as interações podem disparar nesta estrutura inicial; ao mesmo tempo, este mesmo ser nasce também em um lugar (...) -
Eudoro de Sousa (HCSM:51-55) – Teogonia, a gênese dos deuses
8 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 51-55]
20. A Teogonia, gênese dos deuses, põe o começo da linhagem de Zeus nas núpcias do Céu e da Terra; mas a preposição do acto genesíaco dos dois grandes componentes cósmicos nada apresenta de original. No poema de Hesíodo, o traço mais surpreendente e, que o saibamos, inédito e inaudito, consta dos vv. 126-127: [51] «Primeiro, a Terra gerou, igual a si mesma, / O Céu estrelado, para que a (...) -
Latour: Onde aterrar? (1)
27 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroLATOUR, Bruno. Onde aterrar?. Tr. Marcela Vieira. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020 (ebook)
Este ensaio tem por objetivo aproveitar a ocasião da eleição de Donald Trump, em 8 de novembro de 2016, para aproximar três fenômenos que os comentaristas políticos já identificaram, ainda que nem sempre notem a relação entre os três, deixando por isso de perceber a imensa energia política que poderia ser extraída dessa aproximação.
No início dos anos 1990, logo após a “vitória contra o comunismo” (...) -
Plotino - Tratado 40,1 (II, 1, 1) — Insuficiência dos argumentos do Timeu sobre a incorruptibilidade do céu
20 de janeiro, por Cardoso de CastroCapítulos 1-2: As dificuldades que impõe a hipótese da incorruptibilidade do céu. Cap 1: Insuficiência dos argumentos do Timeu: a vontade de deus e do mundo contêm tudo Cap 2: O fluxo dos corpos sensíveis, se concerne também os astros, cria problema
tradução desde Míguez
1. Diz-se que o mundo é eterno e que teve e terá sempre o mesmo corpo. Se damos como razão disto a vontade de Deus, é possível que não nos enganemos, mas, contudo, não nos procuramos nenhuma evidência. Por outro lado, oferece-se a (...) -
Plotino - Tratado 48,6 (III, 3, 6) — A arte dos adivinhos
25 de maio, por Cardoso de CastroCap 6: A arte dos adivinhos se funda na ordem que reina no universo e na analogia que existe entre as coisas terrestres e as coisas celestes
Míguez
6- ¿De dónde proviene entonces que los adivinos anticipen los males y, asimismo, los prevean por el movimiento del cielo, o incluso añadiendo otras prácticas de este tipo? Ello es debido a que todo se enlaza, y también, sin duda, las cosas que son contrarias: la forma, por ejemplo, aparece enlazada a la materia, y en un ser vivo compuesto basta (...) -
Luijpen (IFE:98-114) – o conhecimento humano como intencionalidade
22 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroLUIJPEN, Wilhelmus Antonius Maria. Introdução à fenomenologia existencial. Tr. Carlos Lopes de Mattos. São Paulo: EDUSP, 1973, p. 98-114
A fenomenologia denomina o sujeito-como-cogito, o conhecimento humano, “intencionalidade”. Quando Husserl usou esse termo pela primeira vez, referiu-se expressamente a Brentano. O certo, porém, é que Husserl não tomou de Brentano senão a palavra, visto que lhe deu um significado inteiramente diverso do que o de Brentano. Na escolástica também ocorre a (...) -
Fourez (CC:117-125) – do pré-paradigmático ao paradigmático
11 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroFOUREZ, Gérard. A Construção das Ciências. Tr. Luiz Paulo Rouanet. São Paulo: EDUSP, 1985, p. 117-125
Ciência normal e revolução científica
Ao introduzir o conceito de paradigma como conjunto de regras e de representações mentais e culturais ligadas ao surgimento de uma disciplina científica, Thomas S. Kuhn valorizou as decisões (muitas vezes não-intencionais, não-racionais, mas não se devendo ao acaso ou sendo irracionais) pelas quais uma disciplina toma sua forma histórica. Ao introduzir esse (...) -
Deleuze (QF): O filósofo é o amigo do conceito
30 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroDELEUZE, Gilles & GUATTARI,Félix. O que é filosofia? Tr. Bento Prado Jr. e Alberto Alonso Munoz. São Paulo: Editora 34, 1997
português
O filósofo é o amigo do conceito, ele é conceito em potência. Quer dizer que a filosofia não é uma simples arte de formar, de inventar ou de fabricar conceitos, pois os conceitos não são necessariamente formas, achados ou produtos. A filosofia, mais rigorosamente, é a disciplina que consiste em criar conceitos. O amigo seria o amigo de suas próprias criações? Ou (...) -
Eudoro de Sousa (HCSM:118-123) – interpretação da República VI e VII (504d-517c)
9 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 118-123]
REPÚBLICA VI e REPÚBLICA VII
68. Só para desentranhar todas as implicações destas poucas páginas da República, necessário seria escrever um livro inteiro. Supondo que não nos tenhamos omitido de ler com a devida atenção nenhum dos mais importantes comentários que constam da bibliografia especializada, digamos, para começar, que só nos ocorre uma excepção (Fergusson) ao quase unânime (...)
Notas
- axioma
- chaos
- Cidades de Esmeralda
- Convite à Filosofia
- Corbin Corpo Espiritual
- Cronologia dos Pré-Socráticos
- Davy Medieval
- Do Mito à Razão (I): O Mito Grego
- Eudoro Tetis
- Grande Força
- Ibn Khaldun
- Imago Terrae
- Kingsley Realidade 6
- Kronos
- metron
- Não-Lugar
- Normand Universo
- Nothomb Segundo Relato 3,24
- Pai Nosso
- Paixão João