Capítulo 1: Somos inteiramente ou parcialmente imortais? O corpo é mortal, mas aquilo que somos nós mesmos, nossa alma, não é.
tradução
1. Se cada um de nós é imortal ou se é inteiramente destruído, ou ainda se algumas de suas partes vão à dispersão e à destruição, enquanto outras, que são estas que somos nós mesmos, subsistem sempre, eis o que se pode descobrir em examinando a coisa conforme à natureza. Certamente, o homem não poderia ser algo de simples: há nele uma alma, e também um corpo, que seja (...)
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ousia / οὐσία / οὐσίη / ἐσσία / essía / ὠσία / ōsía / οὖσα / ousa / ser real / essência / substância / παρουσία / presença / ἀπουσία / ausência / hyperousios / ὑπερούσιος / epiousios / ἐπιούσιος / supersubstancial / hyperousia / ὑπερουσία / parousia / παρουσία / presença
gr. οὐσία, ousía é um substantivo derivado de ousa, particípio feminino do verbo einai: ser. O neutro é ón / on: ente, ser. A ousía significa, portanto, aquilo que é, o que existe realmente fora de nosso pensamento. É com Platão que essa palavra se instala na filosofia; ele lhe confere sentidos diversos, especialmente o Ser; em Teeteto (185c): ousía e mè einai = ser e não-ser, mas sempre no espírito do sentido primeiro, sobretudo: essência eterna; essência das coisas, sua natureza.
hyperousía: para além do ser, transcendência (divina): sobre a questão da transcendência das Formas, ver eidos. A noção de transcendência começa propriamente com o postular de um existente por Parmênides, que depois continua até o privar de todas as características exceto a unicidade (frg. 8, versos 1-50). Platão explora as possibilidades dialéticas disto no Parmênides, e particularmente na primeira «hipótese» (ver 141d-142a) onde demonstra que deste Uno nem sequer se pode dizer que «é». Isto pode ser dialético, mas com outras bases Platão está convencido da transcendência do seu princípio supremo: na Rep. 509b o Bem está para além do ser.
Matérias
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Plotino - Tratado 2,1 (IV,7,1) - somos inteira ou parcialmente imortais?
30 de dezembro de 2021, por Cardoso de Castro -
Plotino - Tratado 53,8 (I, 1, 8) — Porque e como possuímos o intelecto, as formas inteligíveis e deus
20 de fevereiro, por Cardoso de Castro(§8) O "Nós" e as realidades superiores O "Nós" e o Intelecto [noûs] O "Nós" e o Uno [hen] O "Nós" e a Alma do Mundo [psyche kosmou]
traduzindo MacKenna
8. E para com o Princípio-Intelectual qual é nossa relação? Por isto quero dizer, não aquela faculdade na alma que é uma das emanações do Princípio-Intelectual, mas o Princípio-Intelectual ele mesmo (Mente-Divina).
Isto também possuímos como o auge de nosso ser. E temos Ele seja como comum a todos ou como nossa própria posse imediata: ou de novo podemos (...) -
Plotino - Tratado 39,4 (VI, 8, 4) — Objeção: não é possível conceder a liberdade aos seres inteligíveis
8 de janeiro, por Cardoso de CastroCapítulo 4: Objeção: não é possível conceder a liberdade aos seres inteligíveis; resposta à objeção. 1-4: Retomada da questão da relação entre liberdade e desejo 4-11: Primeira formulação da objeção inspirada do "Tratado do destino" de Alexandre de Afrodisia: como os seres inteligíveis podem ser livres se estão submetidos a sua própria natureza? 11-32: Resposta à objeção: não é necessário separar no ser inteligível o ato e a realidade; o primeiro não pode portanto ser sujeito ao segundo 32-40: A existência que se (...)
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Barbuy: Do ser e das faculdades cognitivas
6 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroBARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 29-39. (1a ed., São Paulo: Liv. Martins Editora, 1950)
A visão científico-naturalista do mundo e da vida falsifica a realidade justamente porque ignora a única realidade real, o que os gregos denominavam — dytos dy — que são as substâncias e só considera os acidentes, os quais não existem senão nas e pelas substâncias. A concepção “científica” do mundo, entendendo que a noção de substância é pura invenção do espírito, como (...) -
Barbuy: Progresso (4) - progressismo, sociologismo, materialismo
7 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroBARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 107-108.
4. O progressismo dissolveu inteiramente a personalidade humana no todo social; pois, para que o progresso horizontal indefinido fosse possível era preciso que a sociedade e não o indivíduo fosse uma entidade real; que a sociedade e não o indivíduo tivesse um destino. E no mesmo passo em que o sociologismo explicava inteiramente o individual pelo social, o materialismo completou a obra explicando o social (...) -
Duhem: LE RETOUR DES CRÉATURES AUX CAUSES ÉTERNELLES
13 de novembro de 2008, por Cardoso de CastroLe système du monde : histoire des doctrines cosmologiques de Platon à Copernic, Pierre Duhem
Parmi les doctrines de Scot, il en est une qu’on a bien souvent donnée comme preuve de son Panthéisme ; c’est précisément une de celles où il avait pris, contre les interprétations panthéistiques, les plus minutieuses et les plus formelles précautions. Nous allons dire quelques mots de cette doctrine, non qu’il y ait lieu de la comparer aux enseignements d’Avicébron, mais parce qu’au sein de la Scolastique (...) -
Plotino - Tratado 53,2 (I, 1, 2) — A alma é nela mesma impassível e não misturada: as afecções logo não podem lhe pertencer
9 de janeiro, por Cardoso de CastroPrimeira parte (§2-7, 6): a união da alma [psyche] e do corpo [soma] e a teoria das potências [dynamis] A (§2) Estudo da primeira hipótese: o sujeito das paixões é somente a alma A alma, se ela é distinta do ser-alma, poderá ser o sujeito das paixões A alma idêntica ao ser-alma; a noção de ato [praxis] derivado Nada mais que reflexão e opinião, mas apenas, talvez, pensar e prazeres [hedone] puros [AUBRY]
minha tradução
desde MacKenna
2. A primeira investigação nos obriga a considerar de partida a (...) -
Plotino - Tratado 51,6 (I, 8, 6) — Exegese do Teeteto, 176a
4 de fevereiro, por Cardoso de Castro6: Exegese do Teeteto, 176a 1-17: Citações do Teeteto 176a: os males não podem desaparecer 17-32: Objeções: o vício é o contrário da virtude, não do Bem; o Bem sendo sem qualidade não poderia ter contrário; a existência de uma realidade não implica necessariamente aquela da realidade contrária; nem a ousia, nem o além da ousia não têm contrário. 32-59: Resposta: há dois princípios contrários, um dos bens e outros dos males.
Igal
6 Pero hay que examinar también qué quiere decir que «los males no pueden (...) -
Duhem: L’existence temporelle des choses créées
13 de novembro de 2008, por Cardoso de CastroLe système du monde : histoire des doctrines cosmologiques de Platon à Copernic, Pierre Duhem
« Ces raisons des choses, que l’on conçoit dans la nature supra-essentielle du Verbe, sont éternelles. En effet, tout ce qui est substantiellement dans Dieu le Verbe, c’est le Verbe lui-même, en sorte que c’est nécessairement éternel. »
Ces causes primordiales qui subsistent, éternelles, dans le Verbe divin ont pour effet tout ce qui se rencontre dans l’Univers visible, tout ce qui forme l’ordre des temps et (...) -
Zubiri (SE:3-6) – essência e substância
29 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroZUBIRI, Xavier. Sobre la esencia. Madrid: Alianza Editorial, 1985, p. 3-6
tradução
Essência é o título de um dos temas centrais de toda metafísica. A palavra latina essentia é um termo culto; é o abstrato de um suposto particípio presente essens (esente) do verbo esse (ser). Morfologicamente, então, é o homólogo exato do grego ousia, que por sua vez (ou pelo menos era assim percebido pelos gregos) um abstrato do particípio feminino atual ousa do verbo einai (ser). Essa homologia pode nos levar a (...) -
Plotino - Tratado 21,1 (IV, 1, 1) — Como se diz que a alma é intermediária entre a realidade indivisível e a realidade divisível
12 de janeiro, por Cardoso de CastroSegundo Brisson & Pradeau, a numeração deste tratado mudou conforme as edições, tomando por vezes o lugar do Tratado 4 nas Enéadas; em sua edição, Porfírio parece ter hesitado sobre o lugar que devia merecer este capítulo isolado, que é sem dúvida um esboço de um texto maior, e escolheu fazer dele o segundo tratado da quarta Enéada. Ficino o editou por seu lado no início da quarta Enéada; é esta numeração que é aqui adotada.
traduções
desde Guthrie
É no mundo inteligível [kosmos noetos] que habita (...) -
Plotino - Tratado 53,1 (I, 1, 1) — Qual é o sujeito da sensação?
9 de janeiro, por Cardoso de CastroI. Problema (cap. 1). —¿Cuál es el sujeto de las emociones y de las acciones y opiniones resultantes de aquéllas? ¿Cuál, el de los razonamientos, opiniones e intelecciones? ¿Cuál, el del presente examen crítico? Y, ante todo, ¿cuál es el sujeto de la sensibilidad? [IGAL]
nossa tradução
desde MacKenna
1. Prazer [hedone] e angústia [lype], medo [phobos] e coragem [tharre, andreia], desejo [epithymia] e aversão [apostrophe], onde estas afetividades e experiências se assentam? Claramente, somente na alma (...) -
Plotino - Tratado 17,1 (II, 6, 1) — Qualidade e "complemento" da realidade sensível
17 de janeiro, por Cardoso de CastroCapítulo 1: Discussão sobre os estatutos respectivos da qualidade e do "complemento" da realidade sensível. 1-8: Relações entre o ser (on) e a realidade (ousia) no inteligível 8-29: É preciso estabelecer uma distinção entre as diferenças que completam a realidade sensível e as qualidades que lhe são exteriores 30-33: Exemplo da brancura da neve e da cerussita 33-40: Exemplo do calor, "ígneo do fogo visível" 41-48: É preciso estabelecer uma distinção entre as razões substanciais e suas produções, umas são (...)
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Plotino - Tratado 50,2 (III, 5, 2) — O amor como deus
18 de fevereiro, por Cardoso de CastroCap 2: O amor como deus. Ligação entre Afrodite e Eros linhas 1-10: Teólogos e filósofos fizeram do Eros um deus; Platão dele fez o filho, por um lado de Afrodite, por outro de Poros e Penia linhas 10-19: Quem é Afrodite? — Existe na realidade duas Afrodite, uma celeste (Ourania), a outra ligada ao mundo sensível. linhas 19-32: A Afrodite celeste nascida de Chronos (que representa o Intelecto), é a alma divina e pura, sem relação com a matéria linhas 32-46: Retorno ao deus Eros: nascido da atividade (...)
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Plotino - Tratado 8,1 (IV, 9, 1) — Todas as almas não são senão uma
16 de janeiro, por Cardoso de CastroCapítulo 1: Exposição da tese segundo a qual todas as almas não são senão uma 1-13. Cada alma é uma e todas as almas são só uma. 13-fim. Dificuldades e objeções: qual é esta alma única e como explicar as diferenças entre as almas individuais, e após entre as faculdades da alma? Plotin a démontré ci-dessus dans le livre II, § 1-8 [Enéade IV, 2], que les âmes particulières ne forment pas une unité numérique, qu’elles ne sont pas les parties entre lesquelles se divise et se distribue l’Âme universelle. Il a pour (...)
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Plotino - Tratado 3,1 (III, 1, 1) — Todas as coisas têm ou não uma causa?
16 de janeiro, por Cardoso de CastroCapítulo 1: Todas as coisas têm ou não uma causa? 1-6. Ou todas as coisas têm uma causa, ou não têm. 6-13. Entre as coisas eternas, as primeiras não têm causa. 13-24. As coisas no devir, todas têm uma causa. 16-24. É necessário rejeitar, portanto, uma explicação pelos átomos, ou por uma tendência impulsiva da alma. É necessário distinguir entre as causas próximas e as causa distantes. 24-36. As causas próximas.
nossa tradução
1. Todas as coisas que devêm e todas aquelas que são, ou bem têm uma causa que (...) -
Gilson : Existentia
4 de agosto de 2014, por Cardoso de CastroExtrait de « Être et existence »
Nom féminin singulier dérivé du verbe exsisto, is. Ce verbe, composé de ex et de sisto, ne signifie pas « exister », du moins dans la langue classique. Il signifie proprement « sortir de », d’où, au figuré, « paraître », « se manifester ». Cf. relies ut transiret quidquid existit in praesentia ...; quod ex homine syro, docto prius graecae facundiae, post in latina etiam dictor mirabilis exstitisset... Certains emplois de ce verbe suggèrent combien était facile le passage au (...) -
Barbuy: ser unívoco e ser análogo II
6 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroBARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 53-71. (1a ed., São Paulo: Liv. Martins Editora, 1950)
Todo panteísmo encerra, de fato, a mesma contradição interna do sistema platônico e da qual Platão, em diversas passagens se deu perfeitamente conta, a saber: De que modo pode a multiplicidade participar da unidade da Ideia? De que modo pode uma Ideia determinada, sem deixar de ser ela mesma, participar da unidade do verdadeiro ser, vere ens? — Pois, como (...) -
Arnou : Le désir de Dieu dans la philosophie de Plotin
16 de janeiro de 2010, por Cardoso de CastroArnou, René : Le désir de Dieu dans la philosophie de Plotin
TABLE DES MATIÈRES.
Introduction.
Intérêt d’une étude sur la philosophie religieuse de Plotin — Métaphysique et mystique ; influence que ces idées ont exercée — Plan du travail — La théorie du désir est un centre de perspective dans le système — Le texte des Ennéades.
Chapitre Ier. L’AME DE PLOTIN.
Les traits saillants de sa personnalité, tels qu’ils se dégagent de son œuvre — Influences politiques ou philosophiques qu’il a subies — Une âme (...) -
Balthasar : LES QUATRE THEMES FONDAMENTAUX DE MAXIME LE CONFESSEUR
14 de setembro de 2014, por Cardoso de CastroExtrait de LITURGIE COSMIQUE
Avant d’aborder les problèmes obscurs et encore discutés que pose l’oeuvre du Confesseur, il est capital de préciser et de mettre nettement en relief les thèmes fondamentaux de sa pensée. C’est en ne les perdant pas de vue qu’on pourra répondre aux accusations mentionnées plus haut. Ce sont ces thèmes fondamentaux qui font de Maxime autre chose qu’un simple compilateur, c’est par eux que s’anime en lui cet instinct créateur qui travaille avec les données de la tradition (...)
Notas
- 1a. O reconhecimento perceptivo requer opinião (doxa) e razão empiricamente baseada (logos)?
- 2.° O mundo inteligível
- Supressão da forma intelectiva
- A QUESTÃO "O QUE É O ENTE?" (TI TO ON)
- Afrodite
- agnostos
- aisthesis (aristotelismo)
- aistheton
- Alma Substância Divina
- Antropologia
- Aristóteles
- Aristóteles: eidos
- arithmos
- Barbuy: elementos
- Bazan Tessalonicenses
- Bem-aventurados os mansos
- Boecio
- Borella Serafim da Alma
- Brisson & Pradeau (Enéada IV, 7) – causa sui
- Brisson & Pradeau: Somos nossa alma