ousía (he): substância, ser, essência. Latim: substantia.
ousía é um substantivo derivado de ousa, particípio feminino do verbo einai: ser. O neutro é ón: ente, ser. A ousía significa, portanto, aquilo que é, o que existe realmente fora de nosso pensamento.
Esse termo é empregado pelos autores não filósofos no sentido de ter: bens, haveres, riqueza; isso pode parecer paradoxal, mas não o é: para o homem comum, aquilo que tem realidade e consistência é aquilo que se possui de útil e rentável. Os (...)
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ousia / οὐσία / οὐσίη / ἐσσία / essía / ὠσία / ōsía / οὖσα / ousa / ser real / essência / substância / παρουσία / presença / ἀπουσία / ausência / hyperousios / ὑπερούσιος / epiousios / ἐπιούσιος / supersubstancial / hyperousia / ὑπερουσία / parousia / παρουσία / presença
gr. οὐσία, ousía é um substantivo derivado de ousa, particípio feminino do verbo einai: ser. O neutro é ón / on: ente, ser. A ousía significa, portanto, aquilo que é, o que existe realmente fora de nosso pensamento. É com Platão que essa palavra se instala na filosofia; ele lhe confere sentidos diversos, especialmente o Ser; em Teeteto (185c): ousía e mè einai = ser e não-ser, mas sempre no espírito do sentido primeiro, sobretudo: essência eterna; essência das coisas, sua natureza.
hyperousía: para além do ser, transcendência (divina): sobre a questão da transcendência das Formas, ver eidos. A noção de transcendência começa propriamente com o postular de um existente por Parmênides, que depois continua até o privar de todas as características exceto a unicidade (frg. 8, versos 1-50). Platão explora as possibilidades dialéticas disto no Parmênides, e particularmente na primeira «hipótese» (ver 141d-142a) onde demonstra que deste Uno nem sequer se pode dizer que «é». Isto pode ser dialético, mas com outras bases Platão está convencido da transcendência do seu princípio supremo: na Rep. 509b o Bem está para além do ser.
Matérias
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Gobry: ousia
24 de março -
Etienne Gilson Deus Existencia
29 de marçoDEUS E A EXISTÊNCIA Seria, para nós, muito instrutivo sabermos os caminhos pelos quais Tomás de Aquino chegou à apreensão de suas noções fundamentais em Filosofia, e, pela mesma razão em Teologia. Eis algo que muito raramente conhecemos no caso de qualquer filósofo, e que, sem dúvida ignoramos no tocante a São Tomás. A sua reforma doutrinai liga-se a certa noção de ser elaborada por ele próprio. Esta noção encontramo-la perfeitamente formulada no De Ente et Essentia, escrito por volta de 1256. Tinha ele, (...)
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Benz Romantismo
28 de marçoINTRODUÇÃO Em geral, a filosofia existencial alemã contemporânea se delicia em condenar a filosofia do idealismo de Fichte a Schelling tão severamente quanto os teólogos da escola dialética condenam o misticismo cristão. E isto ocorre não somente nas cadeiras universitárias e púlpitos da igreja, mas também em jornais filosóficos e teológicos, de modo que o misticismo e filosofia idealística, são temas negligenciados ou mesmo desprezados.
Esta situação não é única de nossa era: este mesmo fenômeno pode ser (...) -
Dasein
28 de marçoMichael Zimmerman: HEIDEGGER, BUDDHISM, AND DEEP ECOLOGY
Heidegger definiu «ser» de uma maneira diferente da maioria dos filósofos. Tradicionalmente, filósofos definiram o «ser» de uma entidade como sua base ou substância, aquilo que provê a «fundação» para a coisa. Platão chamava esta fundação de forma eterna das coisas; Aristóteles, sua substância; os teólogos medievais, seu Criador. Recusando conceber o ser como uma espécie de entidade superior, uma fundação eterna, base, causa, ou origem das coisas, (...) -
Coomaraswamy Lugar Realidade
28 de marçoCoomaraswamy Tempo Eternidade - INTRODUCCIÓN Lugar da Realidade El problema que se plantea es el del locus de la «realidad» (satyam; to on; ens), es decir, de si la realidad o el ser puede predicarse de una «cosa»[[Las palabras «real» y «cosa» (en inglés «thing») tienen un interés suyo propio. «Real» se relaciona con el latín res, y probablemente reor, «pensar», «estimar»; y «cosa » («thing») se relaciona con «pensar» («think», en alemán «denken»). Esto implicaría que a las apariencias se les dota de realidad y (...)
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Coomaraswamy Islam Tempo
28 de marçoCapítulo IV - EN EL ISLAM
«A Tu mirada, la vida está surgiendo y pereciendo instantáneamente ( har sa‘at ), - ¿cómo, entonces, podría implorarte a ti alguien por amor de la vida propia de uno?» Diwan Shamsi Tabriz, Oda 18
D. B. Macdonald ha tratado una parte de nuestro tema con alguna extensión en Isis 30 ( Junio 1927 ), en un artículo titulado «Continuous re-creation and atomic time in Muslim scholastic theology». Comienza con la exposición de Maimónides sobre el «atomismo» Muslim; acordemente al (...) -
Erigena Metafisica Dempf Realismo
29 de março1. El tránsito del realismo al hiperrealismo Erígena, representante del naturalismo, desarrolla su doctrina en dos etapas. Primeramente en su obra primeriza De praedestinatione, que entraña un alto interés metódico para la metafísica, por la razón de que nos permite reconocer con la máxima exactitud el paso dialéctico del realismo creador de San Agustín al naturalismo organológico. Erígena estudió los escritos juveniles de Agustín de una manera tan profunda y unilateralmente intelectualista como (...)
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Deus
24 de marçoDios.—Pero, además, por encima y fuera de todos estos grados de seres está Dios, del cual puede decirse que es ser y no ser. Es ser en cuanto que es el ser por excelencia y el único que verdaderamente es. Y es no ser en cuanto que no es ninguno de los seres particulares, inteligibles o sensibles que nosotros conocemos.
El conocimiento de Dios es sumamente difícil. Pero en algún modo podemos llegar a saber algo de él por medio de las criaturas. «Extolle te, igitur atque erige, spiritus meus, et (...) -
Erigena Metafisica Dempf Organon
29 de março2. La metafísica vital organológica El personalismo creador del joven Agustín no era una forma apropiada para que en ella pudiera Erígena dar expresión a su manera peculiar de sentir la vida. Su interioridad nórdica y su vitalidad gentílica propendían desde un principio hacia el fundamento oscuro y sustancia de todo ser, hacia el en-sí, sutilmente vislumbrado, de las cosas, del que brota su explicatio, su despliegue. Todo lo que en este despliegue se conoce fenoménicamente, no es en su claridad y (...)
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Fragmentos de Filolau
28 de marçoExcertos de "Pitágoras e o Tema do Número" de Mario Ferreira dos Santos - Mário Ferreira dos Santos FRAGMENTOS DE FILOLAU
Fr. 1 — a. O ser que pertence ao mundo (kosmos) é um composto harmônico de elementos ilimitados e de elementos limitados: é assim tanto do mundo (kosmos) em seu todo, como de todas as coisas que ele encerra.
b. Todos os seres são necessariamente limitados ou ilimitados, ou ao mesmo tempo limitados e ilimitados; mas não poderiam ser todos apenas ilimitados... (Este corresponde (...) -
Gregorio de Nissa Eternidade Tempo
29 de marçoExcertos da tese de Maria Cândida da Costa Reis Monteiro Pacheco, S. Gregório de Nissa - Criação e Tempo Eternidade e tempo (a eternidade como plenitude de ser - criatura e temporalidade - o conceito de diastema)
Quando tentamos entender o pensamento de S. Gregório de Nissa sobre a temática da criação, o homem definiu-se, a partir de raízes cósmicas, como ser complexo, na unidade corpo-espírito, preparado por uma evolução lenta e gradual e destinado a uma missão de divinizador. À medida que os temas se (...) -
Plotino - Tratado 8,5 (IV, 9, 5) — A alma é uma realidade única
16 de maio, por Cardoso de CastroCapítulos 4 e 5: Justificação da tese. Cap. 4. A unidade de todas as almas se explica pela unidade de sua proveniência Cap. 5. A alma é uma realidade única que, como a ciência, tem a capacidade de ser em múltiplas coisas.
Míguez
5. Pero, ¿cómo una sustancia única puede encontrarse en muchas otras? Porque, o bien se encuentra toda ella en todas las demás sustancias, o permaneciendo en su lugar, y sin dejar de ser una misma, da origen a toda la multiplicidad de los seres. Convengamos en que se trata (...) -
Heidegger: Hypokeimenon
16 de maio de 2009, por Cardoso de CastroDescartes ne se contente pas d’esquiver la question ontologique de la substantialité, mais il souligne expressément que la substance comme telle, c’est-à-dire sa substantialité, est d’emblée en et pour soi inaccessible. « Verumtamen non potest substantia primum animadverti ex hoc solo, quod sit existens, quia hoc solum per se nos non afficit » . L’« être » lui-même ne nous « affecte » pas, aussi ne peut-il être perçu. « L’être n’est pas un prédicat réal », selon l’expression de Kant, qui se borne à (...)
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Gazolla de Andrade: Alma do Mundo
13 de janeiro, por Cardoso de CastroGAZOLLA DE ANDRADE, Rachel. Platão: O Cosmo, o Homem e a Cidade. Um Estudo Sobre a Alma. Petrópolis: Vozes, 1994.
Platão expõe nesse diálogo mítico [Timeu] a formação do cosmo, iniciando sua reflexão com uma primeira divisão fundamental através da pergunta: qual é o ser que é sempre (to ón aei) e não nasce nunca, e qual aquele que, nascendo sempre, nunca é (28a)? A partir dessa indagação que anuncia o dualismo platônico de princípios, seguiremos passo a passo esse primeiro movimento do diálogo, uma vez que (...) -
Corbin Teologia
29 de marçoExcertos da tradução em português de Dimas David Santos Silva, do livro de Steven Wasserstrom, Religion after Religion
Ainda estou esperando por um anjo apocalíptico com uma chave para este abismo. J. G. Hamann, citado por Martin Heidegger
É preciso estudar todas as obras publicadas de Corbin para entender que este grande "islamicista" era um tanto diferente de qualquer outro. Ele escreveu o que veio a chamar de ‘filosofia profética’, uma espécie de ciência esotérica complementada pelo aparato (...) -
Gnose Pré-valentiniana
28 de marçoContribuição e tradição Antonio Carneiro
2.2.A gnose pré-valentiniana
Os recentes estudos de Peterson. Nem um nem outro, segundo a exposição que de seus respectivos sistemas faz Irineu de Lião - São Irineu, encontramos nada relativo à Marialogia. Nem é de estranhar. A encarnaç -
Libera Ontologia Medieval
28 de marçoExcertos de Filosofia Medieval, Jorge Zahar, 1990
O ser e a essência — A distinção entre ser e essência não é aristotélica: a ousia, isto é, a substância, de Aristóteles, tem um sentido existencial. A interpretação da ousia como essentia é uma criação da Idade Média. Atestada em Abelardo (Dialectica, III, 1) — onde ela coexiste aliás com diferentes outras distinções (essentia / habitudo; essentia / vocabulum; essentia / vox) —, a oposição entre essência e existência só se impôs verdadeiramente no Ocidente com (...) -
Plotino - Tratado 20,4 (I, 3, 4) — Definição de dialética
26 de março, por Cardoso de CastroTradução desde MacKenna
4. Mas esta ciência, esta Dialética essencial a todas as três classes igualmente, o que, em suma, ela é?
É o Método, ou Disciplina, que traz consigo o poder de se pronunciar com final veracidade sobre a natureza e relação das coisas — o que cada uma é, como difere das outras, que qualidades comuns todas têm, a que Espécie cada uma pertence e em que nível cada uma se encontra em sua Espécie e se seu Ser é Ser-Real, e quantos Seres existem, e quanto não-Seres a serem distinguidos (...) -
Plotino - Tratado 20,5 (I, 3, 5) — Origem e valor da dialética.
26 de março, por Cardoso de CastroTradução desde Mackenna
5. Mas de onde esta ciência deriva suas próprias leis iniciais?
O Princípio-Intelectual fornece padrões, o mais certo para qualquer alma que é capaz de aplicá-los. o que mais é necessário, a Dialética reúne para si mesma, combinando e dividindo, até que tenha alcançado a Intelecção perfeita. "Pois", lemos, "é a mais pura (perfeição) da Intelecção e da Sabedoria-Contemplativa". E, sendo o método e ciência mais nobres que existem deve necessariamente lidar com a Existência-Autêntica, a (...) -
Plotino - Tratado 49,11 (V, 3, 11) — A gênese do Intelecto a partir do Uno
13 de junho, por Cardoso de CastroCap 11-15: O Intelecto conhecente e pensante e o Uno além do conhecimento e do pensamento Cap 11, 1-30: A gênese do Intelecto a partir do Uno: O Intelecto nasce como visão que vê seu princípio e que é assim determinada; esta visão que é o Intelecto, vendo o Uno, o vê como uma realidade que se tornou múltipla nela mesma
Míguez
11. He aquí, pues, que la Inteligencia es múltiple cuando quiere pensar el principio que está más allá de ella. Y piensa, en efecto, pero, al querer aprehenderlo en su (...)
Notas
- 1a. O reconhecimento perceptivo requer opinião (doxa) e razão empiricamente baseada (logos)?
- 2.° O mundo inteligível
- Supressão da forma intelectiva
- A QUESTÃO "O QUE É O ENTE?" (TI TO ON)
- Afrodite
- agnostos
- aisthesis (aristotelismo)
- aistheton
- Alma Substância Divina
- Antropologia
- Aristóteles
- Aristóteles: eidos
- arithmos
- Barbuy: elementos
- Bazan Tessalonicenses
- Bem-aventurados os mansos
- Boecio
- Borella Serafim da Alma
- Brisson & Pradeau (Enéada IV, 7) – causa sui
- Brisson & Pradeau: Somos nossa alma