AGAMBEN, Giorgio. Homo Sacer. O poder soberano e a vida nua. Tr. Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007, p. 9-10.
Os gregos não possuíam um termo único para exprimir o que nós queremos dizer com a palavra vida. Serviam-se de dois termos, semântica e morfologicamente distintos, ainda que reportáveis a um étimo comum: zoe, que exprimia o simples fato de viver comum a todos os seres vivos (animais, homens ou deuses) e bios, que indicava a forma ou maneira de viver própria de um (...)
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zoe / ζωή / zôê / ζόα / zoa / ζωά / zoa / ζάω / zao / ζώω / zoo / ζῷον / zoon / ζῳδιακός / zodiakos / βίος / bíos / bios / βιόω / bióu / biou / βίοτος / bíotos / βιοτεύω / bioteúo / vita / vida / viver / therion / θηρίον / animal / besta / theríon / animal selvagem / teleia zoe / vida perfeita
gr. ζωή, zôê, βίος, bíos: vida. Um ser vivo é um corpo animado. É a presença de uma alma em um corpo que define o vivente. Todas as coisas sensíveis dotadas de uma alma e de um corpo são portanto viventes, desde os vegetais até o mundo em seu conjunto. (Luc Brisson ). Outros termos: bíos, bioteúo, bioté, bíotos, bióu.
teleia zoe: Expressão designa a "vida perfeita", e se repete várias vezes nos tratados de Plotino para designar o que é o Intelecto divino ou o ser principial. Trata-se da retomada da associação estabelecida por Platão no Sofista entre a vida, o pensamento e o ser. Plotino associa este texto àquele do Timeu onde Platão define o mundo como um vivente "perfeito" que imita o inteligível.
Matérias
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Agamben (HS:9-10) – bios e zoe
2 de dezembro de 2021, por Cardoso de Castro -
Plotino - Tratado 48,1 (III, 3, 1) — As razões são o ato de uma alma total
20 de janeiro, por Cardoso de CastroCap 1, 1-6: As razões são o ato de uma alma total e as partes das razões são o ato de almas parciais; a razão universal contém as coisas más e as coisas boas.
Cap 1,7 a cap 2: Tudo pertence a uma só e mesma ordem universal.
Míguez
1- ¿Qué hemos de pensar, por tanto, de estas cosas? Afirmaremos que la razón universal lo comprende todo, tanto los males como los bienes, pues unos y otros son partes de ella. Y no porque la razón los produzca, sino porque los tiene consigo. Las razones son el acto de un (...) -
Plotino - Tratado 53,7 (I, 1, 7) — O sujeito da sensação é o composto
20 de fevereiro, por Cardoso de Castro(§7, 1-6) A constituição da parelha O sujeito das paixões é uma terceira entidade, nascida da mistura do corpo e da potência emanada da alma. (§7, 6-23) O "Nós"e o animal. Multiplicidade do "Nós O processo da sensação As operações do "Nós"
traduzindo de MacKenna
7. A verdade jaz na Consideração que a Parelha subsiste em virtude da presença da Alma.
Isto, entretanto, não quer dizer que a Alma se dá como é em si mesma para formar seja a Parelha ou o corpo.
Não; do corpo organizado e algo mais, digamos uma (...) -
kinesis
24 de marçokinesis: moção, movimento, mudança, movimentação
1. O movimento não representa problema para os filósofos milésios, é parte indiscutível do seu vitalismo (ver zoe) universal, e é neste espírito que tanto Anaximandro (Diels 12A11) como Anaxímenes (Diels 12A9, 13A6) postulam um movimento eterno. É também digno de nota que quando Xenófanes deseja temperar o antropomorfismo contemporâneo negue o seu Deus kinesis (Diels 21A25, 26). Kinesis está presente em toda a realidade, em Heráclito, ilustrada na famosa (...) -
Plotino - Tratado 53,4 (I, 1, 4) — Alma enquanto forma no corpo que é matéria
20 de fevereiro, por Cardoso de Castro(§4) O sujeito das paixões é a mistura da alma e do corpo A crítica da concepção estoica [Stoa] da mistura A hipótese do entrelaçamento Última espécie da mistura: a forma na matéria [hyle]
traduzindo MacKenna
4. Consideremos, então, a hipótese de uma coalescência.
Se há uma coalescência, o inferior é enobrecido, o mais nobre degradado; o corpo é elevado na escala de ser como feito participante na vida; a Alma, como associada com a morte e a irracionalidade, é trazida ao mais inferior. Como pode uma (...) -
kosmos
24 de marçokosmos (scil. aisthétós): ornamento, ordem, o universo visível, físico (ver kosmos noetos)
1. Há uma tradição (Aécio II, 1, 1 e D. L. viu, 48) de que o primeiro a descrever o universo como um kosmos foi Pitágoras; mas a noção de universo como uma ordem surge nos fragmentos dos seus antecessores (Anaximandro, Diels, frg. 12A10; Anaxímenes, Diels, frg. 13B2), e de qualquer modo é difícil traçar a sua exata evolução ao longo dos estádios: ordem, ordem deste universo, o universo como ordem. Certamente (...) -
Agamben (UC:221-222) – vida
8 de fevereiro, por Cardoso de CastroAGAMBEN, Giorgio. O Uso dos Corpos. Homo Sacer IV,2. São Paulo, Boitempo, 2017, p. 221-222
Uma genealogia do conceito de zoe deve começar pela constatação - de nenhum modo óbvia, inicialmente - de que na cultura ocidental “vida” não é uma noção médico-científica, mas um conceito filosófico-político. Os 57 tratados do Corpus hippocraticum, que reúnem os textos mais antigos da medicina grega, compostos entre os últimos decênios do século V e os primeiros do século IV a. C., ocupam, na edição Littré, dez (...) -
Platão (República:L6:509d-511e) – as quatro operações da alma
15 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroPLATÃO. A República. Tr. Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2017
Rocha Pereira
[509d] — Imagina então — comecei eu — que, conforme dissemos, eles são dois e que reinam, um na espécie e no mundo inteligível, o outro no visível. Não digo «no céu», não vás tu julgar que estou a fazer etimologias com o nome . Compreendeste, pois, estas duas espécies, o visível e o inteligível?
— Compreendí. [310]
— Supõe então uma linha cortada em duas partes desiguais; corta novamente cada (...) -
Schopenhauer (MVR1:182-183) – vida orgânica
14 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro[Excerto de SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e como representação. Primeiro Tomo. Tr. Jair Barboza. São Paulo: Editora UNESP, 2005. p. 182-183]
[I 146] Naturalmente, em todos os tempos uma etiologia ignara de seu fim empenhou-se em reduzir toda vida orgânica ao quimismo ou à eletricidade [182]; e todo quimismo, isto é, toda qualidade ao mecanismo (efeito através da figura dos átomos), e este, por sua vez, em parte ao objeto da foronomia, tempo e espaço unidos para a possibilidade do (...) -
de Castro (SEI): técnica e vida
19 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroDE CASTRO, Murilo Cardoso. Sobre a essência da informática. Técnica e Informática a partir do pensamento de M. Heidegger. Tese (Doutorado em Filosofia) – Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, p. 189. 2005. (revisado)
Michel Henry (1987) opta, por sua vez, pela valorização da “vida” na crítica fenomenológica da técnica. Para ele, toda a cultura é uma cultura da vida, no duplo sentido que a vida se constitui, ao mesmo tempo, em sujeito desta (...) -
Plotino - Tratado 53,10 (I, 1, 10) — Isso que somos e isso que somos responsáveis (1)
20 de fevereiro, por Cardoso de Castro(§10) A dualidade do "Nós"e a purificação [katharsis] Dualidade do "Nós" Os níveis de virtude [arete]
traduzindo MacKenna
10. Será objetado, que se a Alma constitui o Nós (a personalidade) e Nós estamos sujeitos a estes estados então a Alma deve estar sujeita a eles, e similarmente que o que Nós fazemos deve ser feito pela Alma.
Mas foi observado que a Parelha, também - especialmente antes de nossa emancipação - é um membro deste "Nós" total, e de fato o que o corpo experimenta, dizemos "Nós" (...) -
Husserl (CCEFT:141-143) – A priori lógico e a priori do mundo da vida
13 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroDie Krisis der europäischen Wissenschaften und die transzendentale Phänomenologie, Husserliana, VI, La Haye, M. Nijhoff, 1954, pp. 141-143
[HUSSERL, Edmund. A crise das ciências europeias e a fenomenologia transcendental: uma introdução à filosofia fenomenológica. Tr. Diogo Falcão Ferrer. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012, p. 112-114]
Se o nosso interesse exclusivo se dirige para o “mundo da vida”, temos de perguntar: está, então, o mundo da vida, como tema científico universal, exposto (...) -
Plotino - Tratado 11,1 (V, 2, 1) — Como todas as coisas vêm do Uno?
16 de janeiro, por Cardoso de CastroCapítulo 1: Como todas as coisas vêm do Uno, se ele é absolutamente simples e que ele permanece sempre nele mesmo? 1-3. O Uno é todas as coisas e nenhuma delas 3-13. O Uno engendra o Intelecto por sua superabundância; o Intelecto, se voltando para seu princípio, dele é determinado, e se torna assim Intelecto e ser. 13-21. Do mesmo modo, por sua potência, O Intelecto produz a Alma; a Alma por sua vez produz uma imagem dela mesma que corresponde as funções inferiores. 21-28. A produção das realidades (...)
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Schopenhauer (MVR2:683-684) – a vida é um negócio
14 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro[SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e como representação. Segundo Tomo. Tr. Jair Barboza. São Paulo: Unesp, 2015, p. 683-684]
Tudo na vida nos ensina que a felicidade terrena está destinada a desvanecer-se ou a ser reconhecida como uma ilusão. Os dispositivos para isso encontram-se profundamente na essência das coisas. Assim, a vida da maioria das pessoas é breve e calamitosa. As pessoas comparativamente felizes o são na maioria das vezes apenas aparentemente, ou são, como ocorre no caso (...) -
Zimmerman – Metafísica Producionista
3 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroAnálise do desdobramento do pensamento de Heidegger sobre a técnica, sustentando um diálogo com pensamentos contemporâneos, p.ex. Jünger, Spengler e outros. A contextualização sócio-política é também retratada enquanto meio no qual a "questão da técnica" ganha ainda mais sentido.
-** Heidegger’s Confrontation with Modernity Technology, Politics Art Michael E. Zimmerman Indiana University Press, 1990 Introdução Excelente análise da questão da técnica em Heidegger, contextualizada na sua constituição de (...) -
Plotino - Tratado 26,6 (III, 6, 6) — Refutação da tese estoica segundo a qual o ser é corporal
28 de janeiro, por Cardoso de Castro1-7: Anúncio dos capítulos que seguem: e qual sentido a matéria é impensável? 7-11: É preciso refutar o sentido comum (e os estoicos) que se enganam sobre a natureza do ser 11-14: O ser real é a totalidade a qual nada falta; ele é a causa do que aparece. 14-23: O ser vive e pensa; toda adição seria para ele a adjunção de um não-ser 23-32: A vida e o intelecto não podem destacar-se do que é inferior ao ser. O ser não é portanto um corpo 33-41: Objeção de um auditor "materialista": como pensar que a terra e (...)
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Plotino - Tratado 53,6 (I, 1, 6) — Sensação e poderes psíquicos
20 de fevereiro, por Cardoso de Castro(§6) A teoria das potências Potência e faculdade [dynamis] Uma união sem comunhão Objeções e precisões
traduzindo MacKenna
6. Pode parecer razoável estabelecer como uma lei que quando quaisquer poderes estejam contidos em um recipiente, toda ação ou estado expressivo deles deve ser a ação ou o estado deste recipiente, os poderes eles mesmos permanecendo não afetados pois meramente fornecendo eficiência.
Mas se assim fosse, então, posto que o Animado é o recipiente do Princípio-Causador (i.e., a Alma) (...) -
HENRY (B) – Vida
14 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro[HENRY, Michel. A Barbárie. Tr. Luiz Paulo Rouanet. São Paulo: É Realizações, 2012, p. 26-27]
Nossa Tradução
Assim sendo, de que vida se fala aqui? Qual é esta força de existência que não cessa de se manter e de crescer? De maneira alguma a vida que forma o tema da biologia, o objeto de uma ciência, estas moléculas e estas partículas que o cientista busca alcançar através de seus microscópios, de onde elabora a natureza pelo viés dos procedimentos múltiplos, a fim de construir laboriosamente um conceito (...) -
Plotino - Tratado 32,1 (V, 5, 1) — Porque os inteligíveis não podem se encontrar fora do Intelecto
19 de janeiro, por Cardoso de CastroCapítulo 1: Porque os inteligíveis não podem se encontrar fora do Intelecto 1-32: O Intelecto contem os inteligíveis a fim de que seu conhecimento seja infalível e imediato 32-50: Os inteligíveis têm a vida e o intelecto, e eles não estão separados uns dos outros 50-68: Pôr os inteligíveis no exterior, é privar o Intelecto da verdade e de sua natureza
Míguez
1. En cuanto a la Inteligencia, a la verdadera y real Inteligencia, ¿podría ciertamente equivocarse y no formular juicios verdaderos? De ningún (...) -
Plotino - Tratado 40,1 (II, 1, 1) — Insuficiência dos argumentos do Timeu sobre a incorruptibilidade do céu
20 de janeiro, por Cardoso de CastroCapítulos 1-2: As dificuldades que impõe a hipótese da incorruptibilidade do céu. Cap 1: Insuficiência dos argumentos do Timeu: a vontade de deus e do mundo contêm tudo Cap 2: O fluxo dos corpos sensíveis, se concerne também os astros, cria problema
tradução desde Míguez
1. Diz-se que o mundo é eterno e que teve e terá sempre o mesmo corpo. Se damos como razão disto a vontade de Deus, é possível que não nos enganemos, mas, contudo, não nos procuramos nenhuma evidência. Por outro lado, oferece-se a (...)
Notas
- 2.° O mundo inteligível
- A vida é real só quando eu sou
- A VIDA FELIZ
- Adumbratio 2
- agonistes
- aither
- Alma e Vida
- Ammonius: zoe
- Analogias Ritmos Animal
- Animal - Animado
- Aristóteles Alma Vida
- Aristóteles Vida Contemplativa
- Aristóteles: zoon
- Árvore da Vida
- Árvore de Vida
- Árvores Vida Morte
- bios
- Boécio (CF:21) – deixaste de saber o que tu és...
- Boécio (Consolation 5, metr. 4, lines 30-40) – experiência
- Boehme Vida 10