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thymos / θυμός / thymós / θυμοειδὲς / parte irascível / spirited part / εὐθυμία / bom humor / ἀθυμία / sem coração
gr. θυμός, thymós: energia da vida ela mesma.
A palavra usada justo no início do Poema de Parmênides é justamente thymos, onde tem o sentido da energia da vida ela mesma, que deve conduzir Parmênides em sua jornada ao submundo até o máximo. Segundo Peter Kingsley , thymos é a presença crua em nós, senciente e sensitiva, o poder massivo de nosso ser emocional. Acima de tudo é a energia da paixão, apetite, aspiração e ardor.
Desde o tempo de Parmênides aprendemos tão bem a dominá-lo, puni-lo e controlá-lo. Mas com ele é o que vem em primeiro, justo no início. E há um profundo significado nisto, porque o que ele está dizendo é que — deixado por si mesmo — o ardor torna possível para nós ir todo o caminho até onde realmente necessitamos ir.
Não há nenhum arrazoar com a paixão e o ardor, embora gostemos de nos enganar crendo que há. Tudo que conseguimos fazer é arrazoar conosco sobre a forma que nosso ardor tomará. Arrazoamos que se encontrarmos um trabalho melhor estaremos contentes, mas nunca estamos. Arrazoamos que se formos a um lugar especial estaremos felizes; mas quando lá chegamos começamos a querer ir a outro lugar. Arrazoamos que se nos enamorarmos com alguém de nossos sonhos estaremos plenos. E no entanto mesmo se tal for alcançado, não ser á suficiente para nossa plenitude .
O que chamamos natureza humana significa ser puxado pelo nariz como gado em centenas de direções diferentes e acabar indo a lugar algum muito rapidamente.
Mas embora não haja arrazoar possível com nossa paixão, ela tem uma tremenda inteligência própria. O único problema é que interferimos; fragmentamos ela em pequenos pedaços, espalhados por toda parte. Nossas mentes sempre nos ludibriam em focar pequenas coisas que pensamos querer — ao invés da energia de querer ela mesma.
Se pudermos sustentar diante de nossa face nosso ardor ao invés de encontrar maneiras infinitas de tentar satisfazê-lo e tentar escapar dele, ele começa a nos mostrar vislumbres do que jaz por trás das cenas. Ele nos abre uma perspectiva devastadora onde tudo está de ponta cabeça: onde preencher se torna limitar, realizar se transforma em capturar. E assim faz com uma intensidade que embaralha nossos pensamentos e nos força diretamente ao presente .
Matérias
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Plotino - Tratado 33,2 (II, 9, 2) — A natureza de nossa alma e da alma do mundo
19 de junho de 2022, por Cardoso de Castro
Capítulo 2: A natureza de nossa alma e da alma do mundo. 1-4. Lembrança do capítulo 1.: não mais de três realidades e não existe senão um só Intelecto. 4-10. As três faculdades de nossa alma não impedem nossa alma de ser única. 10-18. A alma do mundo permanece no inteligível e governa o sensível sem usar reflexão.
Míguez
2. No contemos, pues, con nada más que las tres hipóstasis, como tampoco con esas invenciones accesorias que los seres inteligibles no pueden recibir. Hemos de admitir una inteligencia (...)
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apatheia
28 de março de 2022
Philokalia Todos os escritores associados literariamente ao platonismo estão de acordo em fazer da apatheia a meta da virtude e ver na katharsis - purificação o meio de aí chegar. Apathe - apatheia - katharotes são três noções estreitamente associadas em Plotino e Gregorio de Nissa. Este é um dos pontos, aliás, de maior similitude entre seus pensamentos.
Em Philon - Filon, segundo Bréhier: "Os estoicos queriam suprimir totalmente as paixões. Philon - Filon também via na apatheia o ideal da Sabedoria. (...)
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Máximo, o Confessor — Centúrias sobre a Caridade I 76-100
30 de julho de 2022, por Cardoso de Castro
Tradução feita por Antonio Carneiro a partir da versão espanhola, MÁXIMO EL CONFESOR, Tratados Espirituales - ed. Ciudad Nueva. A tradução de cada centúria foi organizada em 4 páginas de no máximo 25 itens cada uma, para facilitar a leitura na Internet. PRIMEIRA CENTÚRIA (I, 1-25) PRIMEIRA CENTÚRIA (I, 26-50) PRIMEIRA CENTÚRIA (I, 51-75)
76. La humildad y el sufrimiento libran al hombre de todo pecado: aquella extingue las pasiones del alma, éste las del cuerpo. El bienaventurado David nos lo enseña (...)
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praktike
28 de março de 2022
VIDE: PRAXIS; PRAKTIKOS; ASKESIS; THEORIA PRÁCTICA, de las virtudes, de los mandamientos (praktikí, praktikón): vocablo usado sobre todo por Evagrio, quien lo recibe directamente de Orígenes, el cual ve en María y en Marta el símbolo de la contemplación y de la práctica. Ambas virtudes son entendidas como inseparablemente unidas, en cuanto que la práctica es el actuar de los mandamientos, de las virtudes, de la ascesis tendiente a la obtención del conocimiento espiritual y de la contemplación. (...)
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Plotino - Tratado 27,23 (IV, 3, 23) — Como as faculdades da alma se exercem localmente
21 de abril de 2022, por Cardoso de Castro
Capítulos 20-24: A alma está no corpo como em um lugar? Cap 20 a 21: A alma não está no corpo, como em um lugar, nem como um substrato, nem como uma parte em um todo, nem como a forma na matéria, nem mesmo como o piloto em seu navio Cap 22: A alma está no corpo como a luz está no ar, e é o corpo que está na alma Cap 23: Como as faculdades da alma se exercem localmente Cap 24: A saída da alma fora do corpo
Míguez
23. Todo cuerpo animado e iluminado por un alma participa de esta alma de una cierta (...)
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orge
28 de março de 2022
VIDE: IRA DIVINA; PATHOS; TANQUEREY IRA
EVANGELHO DE JESUS: Mt 3:7; Mc 3:5; Lc 3:7; Lc 21:23; Jo 3:36; Rom 1:18; Rom 2:5-8 Philokalia [http://lesvoies.free.fr/spip/mot.php?id_mot=94">CITAÇÕES DOS PADRES (em nosso site francês)
Cólera ou impaciência - na linguagem bíblica fala-se literalmente de "brevidade de sopro", ou "respiração curta". A cólera nos faz perder o alento; ficamos com a respiração curta e rápida; sufoca-se, como possuído.
Uma das principais causas da cólera é a não aceitação dos (...)
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Aristóteles (EN:III,2) – decisão (proairesis, escolha)
10 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castro
2. Escolha distinta do voluntário: o objeto da escolha é o resultado de deliberação prévia.
Caeiro
Definidas que estão as ações voluntárias e involuntárias, [1111b4] segue-se agora a discussão acerca da decisão [proairesis, escolha]. A decisão é, na verdade, 5 [70] o que de mais próprio concerne a excelência e é melhor do que as próprias ações no que respeita a avaliação dos caracteres Humanos.
A decisão parece, pois, ser voluntária. Decidir e agir voluntariamente não é, contudo, a mesma coisa, pois, a ação (...)
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Tatakis: L’homme selon Maxime
25 de setembro de 2007, por Cardoso de Castro
Extrait de « Histoire de la Philosophie », Fascicule supplémentaire - La Philosophie Byzantine, de Basile Tatakis
Avant de saisir le rythme mystique dans l’univers, Maxime le sentit au dedans de l’homme. Ses idées sur l’âme constituent, en effet, le point central de sa pensée ; la nature qu’il lui confère, conduit, d’une part, à une certaine théorie de la connaissance, à l’intuition, à l’élévation de l’homme jusqu’à Dieu, à la déification et même jusqu’aux interprétations allégoriques et mystiques de (...)
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Platão - A República - Livro II (372c-376d) — Guardiões do Estado
9 de dezembro de 2021, por Cardoso de Castro
O aumento das necessidades além do necessário e suas consequências: doenças e guerras. Daí, a necessidade de "Guardiões" . Necessidade (segundo o Princípio da Especialização), que os Guardiões têm qualidade próprias que lhes permitem exercer sua tarefa. B) Condições requeridas para ser guardião do Estado (II, 374e-III, 412c) 1. Qualidades naturais dos Guardiões: Aliança de duas qualidades opostas: a ferocidade (para com o inimigo) e a doçura (para com o amigo)
Gredos
Entonces Glaucón tomó la palabra y (...)
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Plotino - Tratado 47,18 (III, 2, 18) — As almas não são todas iguais
28 de maio de 2022, por Cardoso de Castro
Cap. 17, 11 ao cap. 18,26: Quarta objeção e sua solução Cap. 17, 12-16: Haveria ainda maldosos; se sim, eles o seriam neles mesmos? Cap. 17, 16-34: As almas são como atores que desempenham bem ou mal seu papel Cap. 17, 35-59: Elas não recebem um papel ao acaso e o desempenham como podem. Cap. 17, 59-89: Boas ou más, elas se harmonizam à razão universal Cap. 18, 1-5: As almas não são todas iguais Cap. 18: 5-18: Elas seguem o papel designado pela razão, que fixa as consequências Cap. 18, 18-26: As más (...)
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Platonismo de Gregorio de Nissa
29 de março de 2022
VIDE Gregorio Nissa Platonismo - JEAN DANIÉLOU - PLATONISMO E TEOLOGIA MÍSTICA Excertos da tese de doutorado de Maria Cândida Monteiro de Pacheco
No horizonte filosófico da época é comum ao pensamento pagão e cristão o reconhecimento unânime do valor e do predomínio do platonismo.
Desde o século II, o platonismo é assumido pelo pensamento cristão como propedêutica à Revelação. O itinerário espiritual de S. Justino é, neste campo, particularmente revelador, definindo uma posição que será válida por mais (...)
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Platão (Fedro:237a-242b) — Primeiro discurso de Sócrates
8 de dezembro de 2021, por Cardoso de Castro
Críticas sobre o fundo do discurso de Lysias (237a-257b) O primeiro discurso de Sócrates (237a-241d) Invocação às Musas Introdução: necessidade de uma definição Desenvolvimento o que é o amor vantagens e danos esperados para o amado da parte do amoroso quando ele ama ele é daninho para o espírito para o corpo para as possessões ele é desagradável por sua presença cotidiana pela exigência que impõe quando ele não ama mais Conclusão Intermezzo: necessidade de uma palinodia (241d-243e) Sócrates para de falar, (...)
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Plotino - Tratado 52,3 (II, 3, 3) — Os astros não influenciados pelos lugares
1º de junho de 2022, por Cardoso de Castro
3-4. Os astros não são influenciados pelos lugares ou pelas configurações.
Míguez
3. Dícese acaso que no actúan por su libre designio, sino forzados por las regiones donde asientan y por su propia condición. Pero si así fuese, sería necesario que todos los planetas produjesen los mismos efectos atendiendo a una región y condición determinadas. Ahora bien ¿en qué se modifica un planeta cuando pasa de una sección del zodíaco a otra? Porque es claro que no se encuentra en el zodíaco mismo, sino a una (...)
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Plotino - Tratado 53,9 (I, 1, 9) — Nossa responsabilidade ética
26 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castro
(§9) A impecabilidade da alma e a responsabilidade do "Nós" A impecabilidade da alma superior [hole psyche] O erro e o mal [kakia] A impecabilidade do Intelecto e seu contato com o "Nós" Atualização e reminiscência [anamnesis]
traduzindo MacKenna
9. Aquela Alma, então, em nós, se manterá em sua natureza aparte de tudo que pode causar qualquer dos males que o homem faça ou sofra; pois todos tais males, como vimos, pertencem somente ao Animado, à Parelha.
Mas há uma dificuldade em compreender como (...)
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Plotino - Tratado 53,5 (I, 1, 5) — O que é o vivente?
20 de fevereiro de 2022, por Cardoso de Castro
(§5) Aporias concernentes ao sujeito das paixões O animal [zoon] e a alma O sujeito das paixões e a crítica do estoicismo O sujeito das paixões e a crítica do aristotelismo
traduzindo MacKenna
5. Este Animado poderia ser meramente o corpo como tendo vida: poderia ser a Parelha de Alma e corpo: poderia ser uma terceira entidade formada de ambos.
A Alma por sua vez - aparte da natureza do Animado - deve ser ou impassível, meramente causando Percepção-de-Sentido em seu companheiro, ou (...)
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Plotino - Tratado 16,1 (I, 9, 1) — Sobre o suicídio razoável
10 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castro
Capítulo 1: O suicídio não é admissível, a menos que seja absolutamente necessário. 1-7. É preciso esperar a dissolução natural do corpo, para que a alma seja verdadeiramente livre. 7-14. O suicídio é o resultado de paixões que é preciso dominar; deve-se portanto tentar evitá-lo, a menos que seja verdadeiramente necessário. Se tomado de loucura, o sábio pode aceitar o suicídio como necessário. 14-15. O suicídio pelo envenenamento é perigoso para a alma. 15-17. O tempo da morte é fixado pelo destino, e não é (...)
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Plotino - Tratado 28,28 (IV, 4, 28) — A cólera
10 de maio de 2022, por Cardoso de Castro
Capítulos 18-29: O prazer e a dor, o desejo e a cólera em sua relação à união da alma e do corpo. Cap 18: A união da alma e do corpo comparada ao ar aquecido (alma vegetativa) ou iluminado (alma descida) Cap 19: O prazer e a dor Cap 20-21: O desejo Cap 22-27: Digressão. A questão da alma vegetativa posta em relação a este vivente divino que é a terra Cap 22: Questão: É que a terra pode ter sensações? Cap 23-26: Sabe-se que a sensação não pode se fazer sem órgãos e tem por meta a utilidade Cap 27: Resposta. (...)
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Plotino - Tratado 51,15 (I, 8, 15) — A alma pura permanece preservada do mal
14 de fevereiro de 2022, por Cardoso de Castro
15: A alma pura permanece preservada do mal 1-3: Objeção: a matéria não existe 3-4: Objeção: o mal não existe 4-12: Resposta: o bem e o mal estão misturados. Não se pode suprimir um sem fazer desaparecer o outro 12-22: A alma pura preservada de todo contato com a matéria não sofre o mal 22-28: Conclusão: no sensível, o mal-matéria resta oculto e dominado pelo Bem.
Igal
15 Pero si alguien niega que la materia exista, habrá que mostrarle la necesidad de su existencia basándose en nuestro tratado sobre (...)
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Crouzel (Origène Philosophie:60-67) – Qu’y a-t-il de commun entre Abimélech et Isaac? (7)
10 de novembro de 2022, por Cardoso de Castro
Extrait de « Origène et la philosophie »
Origène croit en ce qui concerne l’origine des noms à une relation réelle, de nature quasi-magique, entre le signifiant et le signifié : il l’utilise dans le Contre Celse pour expliquer aux païens à qui il s’adresse pourquoi les chrétiens n’acceptent pas, même sous la menace des supplices, de donner à Dieu des noms païens. Il s’appuie sur un passage du Philèbe, à vrai dire bien laconique, qu’il cite librement à deux reprises. Philèbe a appelé la volupté une déesse. (...)
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Plotino - Tratado 26,4 (III, 6, 4) — O que é a potência passiva (pathetikon)?
27 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castro
Capítulo 4: O que é a potência passiva (pathetikon)? 1-6: Anúncio da questão 6-17: Todas as paixões não vêm de uma opinião, mas se acompanham de opinião 17-30: Análise do medo e de suas manifestações corporais 31-41: Introdução da noção de Forma (eidos): o poder vegetativo onde se enraíza o desejo é uma forma impassível 41-52: Comparação entre a relação da alma ao corpo e aquele da harmonia das cordas de um instrumento de música
Baracat
4. Devemos investigar a chamada parte afectiva da alma. De certo modo, já (...)