kinesis: moção, movimento, mudança, movimentação
1. O movimento não representa problema para os filósofos milésios, é parte indiscutível do seu vitalismo (ver zoe) universal, e é neste espírito que tanto Anaximandro (Diels 12A11) como Anaxímenes (Diels 12A9, 13A6) postulam um movimento eterno. É também digno de nota que quando Xenófanes deseja temperar o antropomorfismo contemporâneo negue o seu Deus kinesis (Diels 21A25, 26). Kinesis está presente em toda a realidade, em Heráclito, ilustrada na famosa (...)
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stoicheion / στοιχεῖον / stokheion / stoicheíon / στοιχεῖα / stoikheîa / stoikheia / letra / elemento / elementos
gr. στοιχεῖον, stoicheíon: letra do alfabeto, corpo primário, elemento; στοιχεῖα, stoikheîa (tá): elementos. Latim: elemento. Componentes simples do mundo sensível. E o plural da palavra neutra tò stoikheíon, raramente empregada sozinha, pois o real se apresenta como uma coabitação dos elementos simples que o compõem. Aristóteles define o elemento como: "Um primeiro componente de um ser, que lhe é imanente e é indivisível em outras espécies" (Met., A, 3).
Matérias
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kinesis
24 de março -
Plotino - Tratado 40,1 (II, 1, 1) — Insuficiência dos argumentos do Timeu sobre a incorruptibilidade do céu
20 de janeiro, por Cardoso de CastroCapítulos 1-2: As dificuldades que impõe a hipótese da incorruptibilidade do céu. Cap 1: Insuficiência dos argumentos do Timeu: a vontade de deus e do mundo contêm tudo Cap 2: O fluxo dos corpos sensíveis, se concerne também os astros, cria problema
tradução desde Míguez
1. Diz-se que o mundo é eterno e que teve e terá sempre o mesmo corpo. Se damos como razão disto a vontade de Deus, é possível que não nos enganemos, mas, contudo, não nos procuramos nenhuma evidência. Por outro lado, oferece-se a (...) -
Plotino - Tratado 17,1 (II, 6, 1) — Qualidade e "complemento" da realidade sensível
17 de janeiro, por Cardoso de CastroCapítulo 1: Discussão sobre os estatutos respectivos da qualidade e do "complemento" da realidade sensível. 1-8: Relações entre o ser (on) e a realidade (ousia) no inteligível 8-29: É preciso estabelecer uma distinção entre as diferenças que completam a realidade sensível e as qualidades que lhe são exteriores 30-33: Exemplo da brancura da neve e da cerussita 33-40: Exemplo do calor, "ígneo do fogo visível" 41-48: É preciso estabelecer uma distinção entre as razões substanciais e suas produções, umas são (...)
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Plotino - Tratado 2,2 (IV,7,2) - Se a alma é incorpórea, devemos estudar a incorporalidade
30 de dezembro de 2021, por Cardoso de CastroCapítulo 2: A alma não é um corpo e ela não é corporal. A alma é a causa da existência dos corpos.
tradução
2. Qual é então a natureza [physin] que possui esta parte?
Se é um corpo [soma], ela deve ser inteiramente decomponível, pois todo corpo é um composto [syntheton]. E se ela não é um corpo, mas de uma outra natureza [physeos], deve-se examiná-la da mesma maneira ou de uma outra. O que é preciso examinar em primeiro lugar, é em que se divide este corpo que se chama "alma" [psyche] [segundo a Stoa]. (...) -
aisthesis (pré-socráticos)
24 de março6. A referência a Parmênides é, evidentemente, à segunda parte do seu poema «A Via da Aparência» (ver on, episteme). Sabemos que Parmênides tinha pouco respeito epistemológico pela aisthesis (cf. fr. 7), e não está de modo algum esclarecido que as teorias apresentadas na «Via da Aparência» sejam de fato suas. Mas o que ressalta do resumo de Teofrasto (De sens. 3-4) é que «Parmênides» sustentou que a sensação e o pensar (phronesis) eram idênticos (fosse o que fosse que ele possa ter acreditado o certo é que o (...)
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dynamis
24 de marçodynamis: capacidade ativa e passiva, daí 1) potência e 2) potencialidade
1. As «potências» fazem a sua primeira aparição com Anaximandro, não, como mais tarde, como qualidades de coisas, mas como as próprias coisas; opostos (ver enantia) que se diferenciam a partir do apeiron: o quente e o frio (Diels, frg. 12A10) e têm quase o estatuto de elementos. Com Anaxímenes (Diels, frgs. 13A5, A7, BI) começou a distinção entre as substâncias (terra, fogo, água) e as suas qualidades («potências»), quente e frio. (...) -
genesis
24 de marçogénesis.- nascimento, passagem ao ser, tornar-se (oposto a ser), processo, passagem a um contrário, mudança substancial 1. Mesmo no seu uso mais antigo (II. XIV, 201, 246) a genesis é algo mais do que um processo biológico e os dois significados de «nascimento» e «início no ser» estão interligados nos textos pré-socráticos. A presença da palavra no fragmento existente de Anaximandro tem sido atribuída pela maioria à linguagem do sumariador peripatético do texto (Teofrasto via Simplício, Physica 24, 17), (...)
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holon
24 de marçohólon: todo, organismo, universo
1. Um momento crítico na discussão da mudança surge quando Aristóteles rejeita, de um só golpe, as teorias anteriores de que a genesis absoluta se podia dar por associação (synkrisis) ou dissociação (diakrisis) das partículas e afirma que ela se verifica quando um todo (holon) se transforma num outro (De gen. et corr. I, 317a).
2. A questão da totalidade fora levantada anteriormente. No Parmênides a totalidade é negada ao Uno porque implica a presença de partes e, (...) -
hyle
24 de marçohylê: material, matéria
1. Hyle, um termo puramente aristotélico, não tem as suas origens numa realidade diretamente percebida — como se passa no caso da extensão ou magnitude (megethos) — mas emerge de uma análise da mudança (Physica I, 190b-191a); não é conhecida diretamente mas por analogia (analogia, ibid. 191a8). A dificuldade em compreender a natureza da matéria está em que ela parece situar-se fora do âmbito do conhecimento (Metafísica 1036a): quando se separaram (aphairesis) todas as qualidades (...) -
kinoun
24 de marçokinoún: motor, agente, causa eficiente
1. O problema de um agente externo ou arche para o movimento não o é para os primeiros physikoi, dado que no seu ponto de vista vitalístico a kinesis era inerente às coisas (ver kinesis 1). Mas uma vez que Parmênides negara que a kinesis fosse um atributo do verdadeiro ser, o fenômeno óbvio do movimento no mundo físico tinha de ser explicado pelo recurso a um motor externo que daria, pelo menos, o ímpeto inicial para a kinesis.
2. A primeira tentativa neste (...) -
Plotino - Tratado 3,2 (III, 1, 2) — As causas distantes, exame e refutação das diferentes opiniões.
28 de maio, por Cardoso de CastroCapítulo 2: As causas distantes, exame e refutação das diferentes opiniões. 1-9. As causas distantes. As cinco opiniões relativas às causas distantes: 10-15. Para os epicuristas, as causa são os átomos. 15-17. Para os "fisiólogos", os elementos. 17-25. Para alguns, o destino. 26-30. Para os astrólogos, o movimento dos astros. 30-36. Para os estoicos, o encadeamento das causas.
Míguez
2. El concederse descanso cuando se ha llegado a estas cosas y el no querer ir más allá, es tal vez muestra de (...) -
Plotino - Tratado 3,3 (III, 1, 3) — Refutação da opinião dos epicuristas
29 de maio, por Cardoso de CastroCap. 3, 1-8. As opiniões segundo as quais as causas distantes são corporais. Cap. 3, 9-29. A opinião dos epicuristas
Míguez
3. El hacer depender todas las cosas de los cuerpos, sean éstos los átomos o lo que suele designarse con el nombre de elementos, y el engendrar con su movimiento desordenado una determinada disposición, que es como la razón y el alma que sirve de guía, resulta en los dos casos algo extraño e imposible; imposibilidad todavía más patente, si puede hablarse así, partiendo del (...) -
pathos
24 de marçopathos: acontecimento, experiência, sofrimento, emoção, atributo
1. A história da palavra pathos está obscurecida por uma multiplicidade de conotações. A sua acepção mais geral significa «algo que acontece», quer em referência ao próprio evento (assim Heródoto V, 4; Sófocles, O. T., 732) quer à pessoa afetada (assim Platão, Fedão 96a: «as minhas experiências»), o último tipo de uso consideravelmente alargado em sentidos éticos, como, por exemplo, no «sofrimento instrutivo» dos trágicos (ver Esquilo, Aga. 177). (...) -
physis
24 de marçophysis: natureza
1. Embora a palavra em si não seja fortemente confirmada até ao tempo de Heráclito, (de fato, aparece anteriormente nos títulos de obras de Anaximandro e Xenófanes), é evidente que a investigação que usa a abordagem metodológica conhecida como Jogos e mais tarde conhecida por Pitágoras como philosophia teve, como assunto principal geral, a physis. Foi assim que a compreenderam tanto Platão (ver Fédon 96a) como Aristóteles (Metafísica 1005a) o qual chama aos primeiros filósofos (...) -
stoicheion
24 de marçostoicheíon: letra do alfabeto, corpo primário, elemento
1. A comparação dos corpos básicos do mundo físico com as letras do alfabeto, e assim, por implicação, a introdução do termo stoicheíon na linguagem da filosofia remonta provavelmente aos atomistas. Neste contexto a comparação é válida dado que as letras, como os atoma, não têm significado próprio, mas, manejando a sua ordem (taxis) e posição (thesis), é possível construí-los em agregados com significados diferentes (Aristóteles, Metafísica 985b; De gen. (...) -
Peters: genesis (Aristóteles)
24 de março12. Tudo isto é, porém, a genesis pré-cósmica, a situação «antes que ouranos se formasse» (ibid. ). As qualidades, juntamente com os seus «poderes» associados (dynameis; ver pathos, paschein), andam à deriva no Receptáculo de maneira caótica (ibid. ). Mas então o nons começa a sua ação e põe ordem no caos ao transformar as qualidades primárias da terra, ar, fogo e água nos quatro corpos primários do mundo sensível (ibid. ), pela identificação de cada um dos «elementos» com um dos sólidos geométricos primários (...)
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Plotino - Tratado 40,2 (II, 1, 2) — O fluxo dos corpos sensíveis
31 de maio, por Cardoso de CastroCapítulos 1-2: As dificuldades que impõe a hipótese da incorruptibilidade do céu. Cap 1: Insuficiência dos argumentos do Timeu: a vontade de deus e do mundo contêm tudo Cap 2: O fluxo dos corpos sensíveis, se concerne também os astros, cria problema
tradução
2. Admitamos esta opinião e afirmemos que o céu e tudo o que há nele possui uma eternidade individual, enquanto o que cai sob a esfera da lua possui uma eternidade quanto à espécie. Haverá que mostrar também como um ser corporal pode conservar (...) -
Plotino - Tratado 40,3 (II, 1, 3) — Imortalidade: o corpo do mundo e do céu
31 de maio, por Cardoso de CastroCapítulos 3-5: A alma e o corpo participam da imortalidade do vivente. Cap 3: O corpo do mundo e do céu Cap 4: O poder da alma do mundo Cap 5: Exegese do Timeu 41c, sobre o demiurgo, a alma do mundo e a alma intelectiva
tradução
3. Como pois apesar de sua fluidez constante, cooperam à imortalidade do mundo a matéria e o corpo do universo? Porque o corpo (flui), diríamos, mas não para fora; permanece no universo e não sai de modo algum dele, não sofrendo igualmente nem aumento nem diminuição; (...) -
Plotino - Tratado 40,4 (II, 1, 4) — Imortalidade: o poder da alma do mundo
31 de maio, por Cardoso de CastroCapítulos 3-5: A alma e o corpo participam da imortalidade do vivente. Cap 3: O corpo do mundo e do céu Cap 4: O poder da alma do mundo Cap 5: Exegese do Timeu 41c, sobre o demiurgo, a alma do mundo e a alma intelectiva
tradução
4. Melhor será, no entanto, considerar a questão em si mesma, e não com relação ao objeto buscado, isto é, se há algo que verdadeiramente flua dali e se as coisas do céu têm necessidade do que, com linguagem não apropriada, chamamos alimento. Ou é que, uma vez ordenadas as (...) -
Plotino - Tratado 40,6 (II, 1, 6) — A composição material do céu: natureza ígnea
31 de maio, por Cardoso de CastroCapítulos 6-7: A composição material do céu. Cap 6: Justificação da natureza puramente ígnea do céu Cap 7: Apelo à autoridade platônica por uma nova interpretação de Timeu 31b
Míguez
6. Volvamos a la consideración de antes: ¿el cielo contiene solamente fuego o hay algo, además, que fluya de él, por lo cual necesite de alimento? Para Timeo el cuerpo del universo está compuesto primordialmente de tierra y de fuego; de fuego para hacerse visible, y de tierra para aparecer sólido. Concluye de aquí que los (...)