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pyr / πῦρ / πυρός / pyros / fogo/ pira / Hephaistos / Ἥφαιστος / Hefesto / deus do fogo / círio
gr. πῦρ, πυρός, pyr: fogo. Embora o fogo esteja presente tanto nos sistemas de Anaximandro (Diels, frg. 12A10) como de Anaxímenes (13A7), ele é para ambos um produto, enquanto para Heráclito o universo (kosmos) é um fogo (Diels 22B30), não como uma arche mas antes como «matéria arquetípica», provavelmente em virtude da sua ligação com a psyche e com a vida (frg. 36) e, daí, com o aither.
gr.
Hephaistos =
Hefesto, deus do fogo, protetor de todos os ferreiros e trabalhadores do metal. Muito celebrado em Atenas, no arrabalde fabril do Cerâmico.
VIDE: AGNI
Nos livros sagrados do Irã (especialmente no Bundahishn; v. Zoroastro), a «luz soberana», Kavaem Qareno, constitui a substância sobrenatural e imortal das coisas. Temos aí uma perfeita definição do fogo transcendente, do tão puro Agni, cuja claridade dos astros e as chamas dos sacrifícios eram tidas como a condensação visível. É graças a este fogo divino que se estabeleceu a comunicação entre o universo espaço-temporal e o universo dinâmico. É neste fogo sacrossanto, de onde todo o cosmo procede, que a matéria vista como opaca e mecanizada deve finalmente se reabsorver: o que marcará a cessação do mundo, ou seja, o retorno ao pensamento puro, cuja matéria radiante forma o revestimento. — insistimos em várias ocasiões sobre estas noções essenciais.
A água deve, além do mais, sua virtude divinizante à presença, em seu seio, do fogo transcendente.
A criação do cosmo fenomenal graças ao fogo se encontra vigorosamente em relevo nas tradições nórdicas da jovem Edda (aquela do escaldo — bardo escandinavo — Snorre Sturlason); segundo estes surpreendentes relatos, são com efeito as centelhas sagradas partidas de Muspellsheim, outro nome da morada eterna da radiância, que vivificam o nada congelado de Niflheim; esta vivificação se opera no Ginnungagap, ou seja, em um abismo intermediário entre a luz do ser e o nada; uma ilha surgiu deste buraco, e assim nasceu o gigante Ymir, em outros termos o primeiro Rei do Mundo. — No final do tempo humano, o Senhor do fogo (o super-homem) virá de Muspellsheim, e tudo se abrasará; tudo retornará ao estado radiante. [A IMAGEM DO MUNDO NA ANTIGUIDADE]
O fogo e a nuvem são, segundo o relato que proporciona o Êxodo, as duas luminárias que desde o firmamento celeste acompanharam aos israelitas quando saíram do Egito e empreenderam sua quarentena desértica com YHWH posto à frente: de "dia em coluna de nuvem para guiá-los e de noite em coluna de fogo para iluminá-los". Isto quer dizer na fechada linguagem alegórica da antiga Escritura que o homem que vive em trevas de Deus — de noite — pode despertar-se a seu Deus graças à luz que o proporciona o resplendor de seu fogo que "nele mora", o qual é conhecimento e espírito de verdade, e que sempre acompanha e ilumina quando o busca quem vê nele seu "tesouro" único. Depois, para quem já "vive de Dia" sobrevém a nuvem na qual há "que entrar", habitar em sua sombre. De fato, o fogo e a nuvem são sempre os protagonistas do caminho do conhecimento e da unidade, em representação de Deus, em qualquer processo de teofania; mas o fogo do conhecimento de Deus é o mensageiro adiantado. Por isso diz o saltério que "Diante dele avança o fogo" (Sl 97,3) e agrega que (Deus) toma "às chamas por ministros" (Sl 104,4). Na primeira teofania de Moisés, no monte Sinai, "YHWH desceu sobre ele em forma de fogo" (Ex 19,8).
A identidade fogo = conhecimento fica bem esclarecida no primeiro Discurso que Moisés dirige a Israel. O povo, colocado ao pé da montanha enquanto esta ardia em chamas, ouviu durante a teofania o "rumor" das palavras de "YHWH", o qual falava "em meio" do fogo. A aliança teofânica consistiu para eles no trabalho inicial de pôr em prática as dez Palavras escritas nas Tábuas de pedra; mas a Moisés, situado no alto do monte e adentrado na nuvem, se o permitiu perceber não só a voz, senão "algo mais" (Dt 1-4, especialmente Dt 4,9-14).
A voz de YHWH, segundo o salmista, "perfila labaredas" (Sl 29,7), para ferir a seus adversários, os quais são, já o sabemos, aqueles aos quais a Escritura chama os inimigos da alma. Por isso se atribui a esse fogo que Jesus traz sobre o mundo uma ação "devoradora" de tais inimigos [1] e por isso se diz: "Teu Deus é um fogo devorador" (Dt 4,24; Is 29,6). A "terra", significa nesta passagem o hílico, a palha que deve ser devorada, arrasada, para remate de sua purificação, em oposição ao celeste, o grão, o homem pneumático que assim fica liberado de toda aderência impura. Dentro da mesma ideia se expressa o profeta Sofonias: "Pelo fogo de teu zelo a terra inteira será devorada" (Sof 1,18). Do que se fala em definitivo é da culminação do batismo que começa com a água de purgação e conclui com a consumação de todas as impurezas pelo fogo. Quanto ao que é puro como o grão desnudo de palha o assegura YHWH sua imunidade, segundo Isaías: "Se andas pelo fogo, não te queimarás" (Is 43,2). [Evangelho de Tomé - Logion 10]
Matérias
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Plotino - Tratado 29,4 (IV, 5, 4) — A afecção de um intermediário não é a condição da vista (2)
13 de maio de 2022, por Cardoso de Castro
Míguez
4. ¿Qué relación existe, pues, entre la luz contigua al ojo y la que se da en él, así como entre la que media con el objeto sensible? Digamos en primer lugar que no tiene necesidad del aire como medio. Y si se dijese que la luz no puede existir sin el aire — sin el aire, que es para ella un medio por accidente — , entonces la luz misma sería un medio, y un medio rigurosamente impasible. Pero no tenemos necesidad absoluta de que el medio sea afectado, y si existe en realidad el (…)
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Plotino - Tratado 38,6 (VI, 7, 6) — A forma do homem, a razão do homem e o homem sensível
26 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castro
Míguez
6. ¿Pero vamos a admitir que en esa alma superior se dé la facultad de sentir? Eso afirmamos y, además, que tiene las sensaciones del mundo inteligible y tal como allí se ofrecen. Por ello, podemos damos cuenta de una armonía sensible; y ello hace también que al recibirla el hombre sensible por los sentidos la haga corresponder a la armonía de aquel mundo, de la misma manera que busca corresponder el fuego sensible a ese fuego inteligible, percibido por el alma superior a través de (…)
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Plotino - Tratado 2,2 (IV,7,2) - Se a alma é incorpórea, devemos estudar a incorporalidade
30 de dezembro de 2021, por Cardoso de Castro
tradução
2. Qual é então a natureza [physin] que possui esta parte?
Se é um corpo [soma], ela deve ser inteiramente decomponível, pois todo corpo é um composto [syntheton]. E se ela não é um corpo, mas de uma outra natureza [physeos], deve-se examiná-la da mesma maneira ou de uma outra. O que é preciso examinar em primeiro lugar, é em que se divide este corpo que se chama "alma" [psyche] [segundo a Stoa]. Posto que a vida [zoe] está necessariamente na alma e que este corpo, a alma, é (…)
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Plotino - Tratado 14,1 (II, 2, 1) — O movimento do céu imita aquele do Intelecto
17 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castro
Míguez
1. ¿Por qué se mueve (el cielo) con un movimiento circular? Porque imita a la inteligencia. ¿Y a quién corresponde este movimiento, al alma o al cuerpo? ¿Por qué? ¿Acaso porque el alma está en sí misma y porque procura con todo celo el acercarse a sí misma? ¿O porque está en si misma, pero no continuamente? ¿Consideramos que al moverse mueve consigo al cuerpo? Pero entonces convendría que alguna vez dejase de transportarlo, cesando en ese movimiento; y así, debiera hacer que las (…)
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Plotino - Tratado 27,22 (IV, 3, 22) — A alma está no corpo como a luz está no ar
21 de abril de 2022, por Cardoso de Castro
Míguez
22. ¿Diremos entonces que el alma está presente en el cuerpo como el fuego lo está en el aire? Aclaremos en qué consiste la presencia del fuego en el aire, pues no se trata de que esté presente en el fuego sino mejor de que lo penetra enteramente, pero sin mezclarse a él. El fuego, en realidad, permanece inmóvil, mientras que el aire esta siempre fluyendo. Cuando el aire abandona la región de la luz, sale de ella sin dejar rastro de sí; pero, mientras está bajo la luz, permanece (…)
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Plotino - Tratado 2,4 (IV, 7, 4) — A alma não é nem sopro nem uma "maneira de ser"
3 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castro
tradução
4. Mas mesmo eles [Estoicismo] são conduzidos pela verdade a testemunhar que deve haver uma forma de alma [psyche] anterior aos corpos [soma] e superior a eles, quando colocam que o sopro [pneuma] possui um intelecto [noûs] e que é um fogo [pyr] inteligente. É como se, sem fogo nem sopro, aquilo que tem um nível superior não poderia ser contado entre as realidades, e buscasse um lugar onde se estabelecer. Mas o que eles deveriam buscar, é ao invés onde estabelecer estes corpos, (…)
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Plotino - Tratado 17,1 (II, 6, 1) — Qualidade e "complemento" da realidade sensível
17 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castro
Míguez
1. ¿Es el ser [ón] algo diferente de la sustancia [ousia]? ¿Deberá considerársele como algo privado de las demás cosas, y a la sustancia como algo que se presenta con las demás cosas, el movimiento, el reposo, la identidad y la diferencia, que son como los elementos de ella? ¿Es la sustancia un conjunto en el que se incluyen el ser, el movimiento y cualquier otra cosa? El movimiento será entonces un ser por accidente; pero, ¿es también sustancia por accidente o es algo que completa (…)
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Plotino - Tratado 29,3 (IV, 5, 3) — A afecção de um intermediário não é a condição da vista (1)
13 de maio de 2022, por Cardoso de Castro
Míguez
3. Una prueba decisiva de que la forma de los objetos no es transmitida a la vista por intermedio del aire, afectado gradualmente, nos la da el hecho de que, por la noche y en la oscuridad, vemos el fuego, los astros y las formas de éstos. No podrá decirse, verdaderamente, que las formas originadas por ellos han entrado en contacto con nosotros a través de la oscuridad, porque en este caso no habría oscuridad, al iluminar el fuego sus formas. Por otra parte, aun en la más profunda (…)
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Plotino - Tratado 40,3 (II, 1, 3) — Imortalidade: o corpo do mundo e do céu
31 de maio de 2022, por Cardoso de Castro
tradução
3. Como pois apesar de sua fluidez constante, cooperam à imortalidade do mundo a matéria e o corpo do universo? Porque o corpo (flui), diríamos, mas não para fora; permanece no universo e não sai de modo algum dele, não sofrendo igualmente nem aumento nem diminuição; portanto, tampouco envelhece. Convém advertir que a terra se conserva eternamente em sua forma e em sua massa, sem que seja abandonada jamais pelo ar ou a natureza da água, pois nem a transformação destes elementos é (…)
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Plotino - Tratado 40,7 (II, 1, 7) — A composição material do céu: exegese Timeu 31b
31 de maio de 2022, por Cardoso de Castro
Míguez
7. Quizá sea lo más conveniente dar oídos a Platón: según él, si hay en la tierra algún sólido que ofrezca resistencia, es porque la tierra se halla situada en el centro, como un verdadero puente volante; y así, se muestra bien asentada para cuantos caminan sobre ella, en tanto que los animales esparcidos por su superficie adquieren una solidez como la suya. La tierra posee continuidad por sí misma, pero su iluminación la recibe del fuego; tiene además parte de agua para no caer en (…)
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Plotino - Tratado 52,11 (II, 3, 11) — A influência dos astros não mais a mesma uma vez descida
2 de junho de 2022, por Cardoso de Castro
Míguez
11. Pero hemos de pensar también que cuanto viene a nosotros de los astros no es ya, en el momento en que lo recibimos, lo mismo que era en el momento de su partida. Así como el fuego de la tierra es oscuro, de igual manera la disposición hacia la amistad aparece debilitada en aquel que la recibe, no llegando a producir, por tanto, una amistad completamente bella. El impulso del ánimo que, en la condición de un hombre normal, produciría el carácter viril, en un hombre inmoderado (…)
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Szlezák (Plotino:97-99) – energeia em Plotino
2 de fevereiro de 2022, por Cardoso de Castro
A ferramenta conceitual decisiva por meio da qual Plotino quer tornar compreensível o desenvolvimento do Uno para o múltiplo, que, em última análise, é inexplicável, é a teoria da dupla ἐνέργεια. Cada coisa dispõe de uma ἐνέργεια que constitui o seu ser, e de uma segunda ἐνέργεια que é diferente da primeira, mas dela gerada. Por exemplo, no fogo podem ser distinguidos um calor essencial e um calor gerado do primeiro, transmitido a outros objetos (2, 27-33). Assim acontece também no Uno: em (…)
[1] Esta é a significação da condenação dos filhos de Arão (Lv 10,12).