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physis / phusis / φύσις / φύω / φύσεως / physeos / φύσἡ / physe / φύσιν / physin / physikos / φυσικός / natural / physiologoi / natura / natura naturans / natura naturata / Naturphilosophie
gr. φύσις, physis = natureza. Quando utiliza o termo physis, Platão retoma por sua conta as conclusões das investigações de seus predecessores mas inserindo-as na estrutura de uma ontologia nova, onde intervêm notadamente as noções de forma inteligível e de alma (do mundo e do homem ). Para Heidegger o significado da physis é triplo: surgir , desabrochar e abrir (v. physis). Em Plotino , forma produtora imanente à alma.
gr.
physiologoi = pré-socráticos. Nome dado aos primeiros filósofos na Grécia Antiga, anteriores a
Sócrates , como filósofos da natureza.
Aristóteles , na Física 2.1, 192b13 distingue as coisas naturais dos artefatos como tendo uma fonte interna de
mudança , incluindo movimento e repouso, enquanto os artefatos precisam ser empurrados, parados ou de outra forma atuados de fora. Alexandre de Afrodísias explica que, embora os céus giratórios nunca descansem, eles também contam como naturais. [
SorabjiPC2 :33]
Termo com grande lastro na tradição filosófica grega. O substantivo physis vem do verbo
phyo , crescer. Denota:
Não há equivalente no hebreu para physis, enquanto natureza. Philon atribui à physis muita coisa, no sentido hebraico de obra de Deus ; a natureza como sabedoria é um poder que participa da obra de Deus na criação. No NT a maioria das ocorrências de physis se dão em Paulo.
Quando utiliza o termo physis, Platão retoma por sua conta as conclusões das investigações de seus predecessores mas inserindo-as na estrutura de uma ontologia nova, onde intervêm notadamente as noções de forma inteligível e de alma (do mundo e do homem). quando se busca verter o grego physis para o latim "natura", perde-se algo do sentido original, na medida que natura designa essencialmente o "nascimento". Ora, o termo de physis significa "brotar", "crescer", "se desenvolver", e designa geralmente a origem de uma coisa, seu desenvolvimento e o resultado ao qual conduz este desenvolvimento. Em resumo, o termo physis designa o conjunto do processo de crescimento de uma coisa, de seu nascimento a sua maturidade. (Luc Brisson )
A Natureza universal é o poder receptivo universal, a “matriz” do cosmos. Segundo as cosmologias helenizantes, a Natureza se reduz ao princípio plástico do mundo formal, à raiz dos quatro elementos e das quatro qualidades sensíveis, que regem todas as mudanças de ordem física. lbn Arabi, transpondo os elementos na ordem cósmica total, atribui à Natureza uma função muito mais vasta, coextensiva de toda manifestação, aí compreendido os estados angélicos. Ela é assim análoga àquilo que os hindus designam como maya ou como shakti universal, aspecto maternal e din âmico de Prakriti , a Substância ou Materia prima. Acrescentemos, no entanto, que este princípio não desempenha nos ensinamentos de Ibn Arabi o mesmo papel fundamental que assume na doutrina advaita , na medida que o Islã considera as funções produtoras do universo de uma maneira eminentemente “teocêntrica”.]]); esta engloba todos os receptáculos (gawabil) do mundo, de seu cimo a seu fundo[[A criatura “pretende” portanto à totalidade, em virtude ao mesmo tempo de sua origem divina, de seu protótipo universal e de sua raiz natural. [Fusus ]
O estudo da natureza criada (natura naturata) é realmente a física, essas duas palavras, natureza e física, implicando a ideia de "devenir". A física se divide em cosmologia, ciência do mundo (macrocosmo), e em antropologia (ou psicologia), ciência do homem (microcosmo). Na doutrina hindu, Prakriti, que implica ideias de "produção", é o princípio feminino da manifestação universal, enquanto Purusha, nesse caso, é o princípio masculino. Maya é a aparência fenomenal do mundo, mas, em um certo sentido, Maya é, para a Vedanta , o que Prakriti é para o Samkhya; Maya, na qualidade de shakti (energia) de Brahman , tem dois poderes: avarana-çakti ou avrti-çakti, o poder de obnubilação, e viksepa-çakti, o poder de projeção, isto é, a força criadora que se exerce na manifestação. Portanto, a natureza é ambígua, porque vela e desvela o Absoluto . V. artigo consagrado a Maya por René Guénon, em Études sur l’hindouisme, p. 101. [François Chenique ]
O aeigenes physis de Platão. Leis, 773E; compare com Stasinus, como foi citado em Eutyphro, 12A e physis aple em L.A. 2.2 de Fílon, do grego phyo = sânscrito bhu (tornar-se ou fazer ser); physis de phyo pode ser comparado com Brahma (que vem de brh e significa crescer ou fazer crescer). A palavra Prana (aspiração ou respiração) indica o Espírito (atman ) que está presente como princípio vital nas coisas vivas, geralmente é traduzida por vida. [AKCcivi :Nota:110]
Matérias
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Plotino - Tratado 45,1 (III, 7, 1) — Tempo e eternidade - preâmbulo
20 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castro
Capítulo 1: Preâmbulo 1-6 : Diferença entre o preconceito imediato e o conhecimento discursivo do tempo e da eternidade. 7-16 : Não se deve contentar em repetir os discursos dos antigos sobre o tempo e a eternidade. 16-24 : Colocação metodológica: o exame da eternidade deverá preceder o exame do tempo.
Míguez
1. Dícese que la eternidad y el tiempo son dos cosas diferentes, pues la eternidad se da en la naturaleza que permanece siempre, y el tiempo, en cambio, en todo aquello que nace y en nuestro (...)
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Plotino - Tratado 28,14 (IV, 4, 14) — Zeus enquanto alma do mundo (5)
21 de abril de 2022, por Cardoso de Castro
Cap 10 a 14: Zeus enquanto alma do mundo Cap 10: A atividade ordenadora da alma do mundo é imutável Cap 11 e 12: Sua obra eleva-se da natureza e não da técnica, ela é um saber e não uma lembrança Cap 13 e 14: A questão da natureza, reflexo da alma do mundo, e de sua ação sobre os corpos
Míguez
14. En cuanto a los cuerpos que decimos engendrados por la naturaleza, los elementos son la misma naturaleza. Pero, en cuanto a los animales y a las plantas, ¿podríamos afirmar que poseen la naturaleza como (...)
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Preparação para o Neoplatonismo
24 de março de 2022
Um novo clima espiritual e a preparação do neoplatonismo Excertos de El Neoplatonismo, José Alsina Clota
Las preguntas que se formula el hombre de finales de la Antigüedad no se traducen, empero, en un simple deseo de comprensión lógica. Se trata de algo más profundo. Se trata de la manifestación de un desgarro íntimo, resultado de una ruptura entre el hombre y el mundo que le rodea. El hombre ha perdido su tradicional puesto en el cosmos. En verdad, no es ésta la primera vez en que el ser humano (...)
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Plotino - Tratado 45,4 (III, 7, 4) — O ser e a eternidade
19 de maio de 2022, por Cardoso de Castro
Cap 4: O ser e a eternidade linhas 1-12: A eternidade não é um acidente nem uma parte do mundo inteligível linhas 12-24: Porque o ser verdadeiro é necessariamente completo e logo atemporal linhas 24-33: As coisas em devir, ao contrário, adquiriram seu ser pouco a pouco linhas 33-43: A realidade eterna não falta nada e não tem desejo voltado ao futuro
Míguez
4. No hemos de creer, por tanto, que sea un accidente de la naturaleza inteligible, que le venga de fuera. Viene de sí misma y está unida a (...)
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Beneval de Oliveira: Gerd Bornheim - a finitude
5 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro
A Fenomenologia no Brasil, Beneval de Oliveira, Pallas, 1983 O presente trabalho tem como objetivo enfocar a temática do existencialismo brasileiro. Neste sentido, procuramos pesquisar as origens dessa temática, a partir de uma reinterpretação da filosofia grega, dando ênfase, sobretudo, à ontologia de Martin Heidegger, justamente por ter esse filósofo despertado maior atenção que os demais filósofos existencialistas entre os nossos estudiosos da matéria.
De outro lado, procuramos analisar a frio, (...)
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Reale: Sócrates — Alma e Virtude
24 de março de 2022
Excertos de "Giovanni Reale e Dario Antiseri - História da Filosofia"
A descoberta da essência do homem (o homem é a sua psyche)
Depois de um período de tempo em que ouviu a palavra dos últimos naturalistas, mas sem se considerar de modo algum satisfeito, como já dissemos, Sócrates concentrou definitivamente o seu interesse na problemática do homem. Procurando resolver os problemas do "princípio" e da physis, os naturalistas se contradisseram a ponto de sustentar tudo e o contrário de tudo (o ser (...)
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Plotino - Tratado 28,38 (IV, 4, 38) — Resultados
12 de maio de 2022, por Cardoso de Castro
Capítulos 30-45: A influência dos astros é devida à simpatia. Cap 37-38: Os efeitos Cap 37: Efeitos ordinários e extraordinários Cap 38: Resultados
Míguez
38. Todo lo que proviene del cielo, sin ser movido por ninguna otra parte del universo, esto es, todo lo que en general proviene de lo alto y aun, si acaso, lo que es resultado de alguna otra cosa, como por ejemplo de simples rogativas o de cantos verificados conforme a ciertas reglas, todo esto, decimos, no debe ser atribuido a las cosas (...)
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Os nomes possuem justeza (orthótes) por natureza ou por convenção?
24 de março de 2022
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Duas teses percorrem o Crátilo, na tentativa de responder à questão: os nomes possuem justeza ("correção, exatidão" — orthótes) por natureza ou por convenção? Com efeito, enquanto juiz, Sócrates assume, num primeiro momento do diálogo, o partido da justeza natural, fundamentando-se no ser permanente que todas as coisas possuiriam, independentemente de nós; assim, quem fixasse os nomes, sob a guia do dialético, neles imprimiria a forma (...)
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Lewis Dama Natura
28 de março de 2022
ESTACIO, CLAUDIANO Y LA DAMA «NATURA» A Estacio, cuya Tebaida apareció en los años noventa del siglo primero, se lo equiparaba en la Edad Media (como ya hemos visto) con Virgilio, Homero y Lucano. Como Lucano, se esforzaba por hacer frases altisonantes, con menos éxito, y también con menos continuidad. Tenía un ingenio de más altos vuelos que el de Lucano, una seriedad más auténtica, más piedad y una imaginación más versátil; la Tebaida es un poema menos tedioso y más extenso que la Farsalia. Los (...)
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Beneval de Oliveira: Em busca da verdade do Ser
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de Castro (SEI): poiesis e instrumentalidade
19 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro
DE CASTRO, Murilo Cardoso. Sobre a essência da informática. Técnica e Informática a partir do pensamento de M. Heidegger. Tese (Doutorado em Filosofia) – Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, p. 189. 2005. (revisado)
O deixar-viger concerne à vigência daquilo que, na pro-dução e no pro-duzir, chega a aparecer e apresentar-se. A pro-dução conduz do encobrimento para o desencobrimento. Só se dá no sentido próprio de uma pro-dução, enquanto (...)
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Aristóteles (A:3.2, 425b26-426a26) – percepção e percebido
27 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castro
Gomes dos Reis
425b26. A atividade do objeto perceptível e da percepção sensível são uma e a mesma, embora para elas o ser não seja o mesmo (quer dizer, o som em atividade e a audição em atividade, por exemplo). Pois é possível o que tem audição não estar ouvindo, e o que tem som nem sempre soa. Mas quando o que pode ouvir está em atividade e o que pode soar soa, então a audição em atividade ocorre simultaneamente ao som em atividade (e uma delas podería ser chamada de ato de ouvir e a outra de sonância). (...)
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Patocka (EHPH:24-27) – a "abertura"
15 de março de 2022, por Cardoso de Castro
PATOCKA, Jan. Heretical essays in the philosophy of history. Tr. Erazim Kohäk. Chicago: Open Court, 1996, p. 5-8
PATOCKA, Jan. Essais hérétiques sur la philosophie de l’histoire. Tr. Erika Abrams. Préface de Paul Ricœur. Postface par Roman Jakobson. Paris: Verdier, 1990, p. 24-27
Erazim Kohäk
Heidegger took over and recast the Husserlian idea of the need to pose the problem as one of the manifestations of that which manifests itself and of the structure of that being to which it manifests (...)
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hypostasis
28 de março de 2022
Hipóstase, Hipóstases, Três Hipóstases VIDE ousia prosopon [http://hyperlexikon.hyperlogos.info/modules/lexico/entry.php?entryID=184">TRADIÇÃO FILOSÓFICA GREGA A fim de, se acaso os macedônios vierem comigo, e vos acharem desapercebidos, não nos envergonharmos nós (para não dizermos vós) deste firme fundamento (hypostasis) de glória. (2Co 9:4)
O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa (hypostasis), e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito (...)
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Deleuze (DR:150-155) – o "eu"
30 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro
[DELEUZE, Gilles. Diferença e Repetição. Tr. Luiz Orlandi e Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1988, p. 150-155]
português
Cogito cartesiano e cogito kantiano
Nada é mais instrutivo, temporalmente, isto é, do ponto de vista da teoria do tempo, do que a diferença entre o cogito de vista da teoria do tempo, do que a diferença entre o cogito de Descartes operasse com dois valores lógicos: a determinação e a existência indeterminada. A determinação (eu penso) implica uma existência (...)
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Os Pré-socráticos e as Tragédias
24 de março de 2022
Não apenas os beócios é que não pensam. Os próprios atenienses renunciaram ao pensamento quando em Sócrates, Platão e Aristóteles a filosofia inaugurou sua avalanche histórica. Para Hegel, a filosofia é uma época concentrada em pensamentos. Para os primeiros pensadores, pensar é acordar o não pensado, acionar a inércia de pensamento de uma tradição histórica. É o que fizeram recuperando a tragédia da poesia e mitologia vigente na consciência de sua época, da religião, da política, da educação. Na crítica aos (...)
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techne
24 de março de 2022
téchnê: ofício, habilidade, arte, ciência aplicada
1. Falando de um modo geral, Platão não tem nenhuma teoria da techne. Como sucede frequentemente, uma palavra que finaliza em Aristóteles como um termo técnico cuidadosamente definido e delimitado ainda é empregada por Platão de um modo popular e não técnico. O uso contemporâneo de techne era descrever qualquer habilidade no fazer e, mais especificamente, uma espécie de competência profissional oposta à capacidade instintiva (physis) ou ao mero acaso (...)
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kosmos
24 de março de 2022
kosmos (scil. aisthétós): ornamento, ordem, o universo visível, físico (ver kosmos noetos)
1. Há uma tradição (Aécio II, 1, 1 e D. L. viu, 48) de que o primeiro a descrever o universo como um kosmos foi Pitágoras; mas a noção de universo como uma ordem surge nos fragmentos dos seus antecessores (Anaximandro, Diels, frg. 12A10; Anaxímenes, Diels, frg. 13B2), e de qualquer modo é difícil traçar a sua exata evolução ao longo dos estádios: ordem, ordem deste universo, o universo como ordem. Certamente (...)
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Fraile: Pensamento de Jâmblico
24 de março de 2022
El proceso triádico de Jámblico está inspirado en el mismo principio que el de Plotino y se realiza a través de tres momentos: a) Uno que permanece (mone, to menon), en éste el causado está en la causa, b) Otro que procede y progresa (to proion, proodos), en el cual el causado sale de la causa, c) Otro en que se verifica el retorno (to epistrephon, epistrophe), en que el causado vuelve a la causa.
1.° El Uno.—Por encima y fuera de todos los seres está el Uno, que es el ser por esencia, la Mónada, (...)
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Reale: A "segunda navegação" ou a descoberta da metafísica
24 de março de 2022
Excertos de "Giovanni Reale e Dario Antiseri - História da Filosofia Vol I"
Existe um ponto fundamental da filosofia platônica de cuja formulação dependem por inteiro a nova disposição de todos os problemas da filosofia e o novo clima espiritual em cujo interior se colocam tais problemas e suas respectivas soluções, como já observamos. Esse ponto fundamental consiste na descoberta da existência de uma realidade supra-sensível, ou seja, uma dimensão suprafísica do ser (de um gênero de ser não-físico), (...)