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hexis / ἕξις / έξεις / ἕξεις / hexeis / ἕξεως / hexeos / ἔχω / echo / habitus / habitude / hábito / disposição / predisposição / vasanas

  

gr. ἕξις, héxis: estado, característica, hábito, disposição, predisposição. A tradução corrente pelo termo hábito, derivado do latim habitus, habitude, deixa escapar vários elementos da conceptualidade grega de hexis, como possessão, estado atual.


Franz von Baader

“É em fazendo o bem que a gente se torna bom”, diz um escritor francês, e se poderia por conseguinte retornar a fórmula e dizer: « É em fazendo o mal que a gente se torna mau". Mas se é unicamente por intermédio de minha colaboração e de minha ação pessoal que me torno bom ou mau [nota], que disponho meu caráter como bom ou mau, isso implica que antes deste ato não sou nenhum nem outro, quer dizer que sou inocente ou em estado de inocência, de sorte que o fato de me tornar bom ou mau pela ação não valeria por assim dizer senão para esta primeira passagem de um estado ainda indeterminado a um estado de bondade ou de maldade determinado, a uma forma positiva ou negativa de consciência, fixada e expressa. O princípio que diz: o órgão se dispõe por sua função (a força se nutre pela ação) não quer dizer nada mais que isto: só a palavra que expressei, só o pensamento que formulei me pertencem. A criatura, em seu estado de inocência primeira, ou no estado de inocência restaurada pela graça, guarda em potência apenas (imagem, forma, etc.) uma multiplicidade de caracteres; e só a potência que a criatura exprime de novo nela e por ela, depois de ter anteriormente penetrado nesta mesma potência e ter tomado forma nela, torna-se verdadeiramente interior nela. Esta reação do ato e da manifestação faz igualmente compreender como em fazendo ou em exprimindo uma outra coisa, a primeira característica interior — já formada — possa ser de nova destruída. Mas por esta primeira determinação em favor de uma característica ou de outra, a criatura — supondo que isso se produza em um estado primitivo — suprimiu nela a possibilidade de se apropriar de outra característica; e se a característica extinta era a boa, concebe-se que seja necessário torná-la interiormente acessível por meio de uma potência liberadora. Assim, portanto, aquilo que se realiza exteriormente é precisamente aquilo que se torna interior. A causa morbi (como a causa sanitatis) é o ato primitivo que nos eleva a nós mesmos fora do equilíbrio ou que aí nos faz penetrar; a natura morbi (como a natura sanitatis) é o efeito durável deste estado primitivo enquanto ele é uma objetivação. [BaaderFG   I §1]