Capítulo 1: Que espécies de coisas são belas; crítica da definição estoica da beleza. 1-11. Relembrando o Hípias maior e o Banquete. 12-20. Os corpos não são belos por si mesmos, mas por participação (methexis) a uma Forma (eidos). 21-25. Relembrando a tese estoica sobre o belo. 25-30. Consequências absurdas da definição do belo pela proporção (symmetria). 31-49. Contra-exemplos (a): há belezas não compostas (synthesis): a luz do sol, o ouro, o relâmpago, os astros; (b): há realidades proporcionais que são (...)
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Dike / Δίκη / δικαιοσύνη / dikaiosyne / δίκαιος / δικανικός / dikanikos / δικαστήριο / dikasterio / justitia / ἀδικία / adikia / injustiça
gr. Δίκη, Díkê: deusa da mitologia grega, personificação da justiça, ordem e julgamento , filha de Zeus e Themis; compensação, processos legais, justiça. gr. ἀδικία, adikia: injustiça. dikaiosyne (he): justiça. Latim: justitia. Esse termo tem duplo significado: instituição ou justiça política; virtude, ou justiça moral. Os pensadores gregos preocuparam-se com esses dois aspectos; em primeiro lugar, Platão e Aristóteles . Sinônimos empregados às vezes: díke; dikaiótes; díkaion (tó): justo, o que é justo. [Gobry ]
Justiça também não é o pensamento da justiça, mas é como uma disposição do Intelecto, ou, melhor dizendo, um de seus atos, sua "face " tem beleza verdadeira: "nem a estrela da tarde, nem a estrela da manhã", nem qualquer coisa sensível em geral, é tão bonita. Ela é como uma estátua intelectual que se ergueu de alguma forma fora dela mesma, que se manifesta nela mesma, ou melhor dizendo, que é nela mesma. [Plotino , Enéada VI,6, 37-42]
gr. ἀδικία
O que desvirtua no homem a possibilidade que lhe assiste é, por exemplo, a injustiça injustificada (ἀδικία). [CaeiroArete]
É dependendo das presenças da justiça justificadora (δικαιοσύνη) ou da injustiça (ἀδικία) na lucidez humana (ψυχή) que podemos saber do modo como passamos pela vida, se bem ou se mal [Rep. , 353e10]. [CaeiroArete]
O modo como a injustiça (ἀδικία) faz surtir o seu efeito é idêntico ao de uma doença que afeta o corpo mas que não o destrói. Pela sua presença, não causa imediatamente a morte ao homem sobre o qual incide a sua ação [Rep., 609c]. Não se morre de injustiça, nem em geral da presença em nós daquilo que impossibilita e desvirtua a vida humana (ψυχή). [CaeiroArete]
Matérias
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Plotino - Tratado 1,1 (I,6,1) - Que espécies de coisas são belas
18 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro -
Gregorio de Nissa Criação do Homem
29 de março de 2022Excertos traduzidos por C. Folch Gomes
"A CRIAÇÃO DO HOMEM"
(cc. 2-5; P.G. 44, 132-137; S.C. 6)
Esta grande e preciosa realidade que é o homem não tivera lugar ainda na Criação. Não seria normal que o chefe fizesse sua aparição antes dos súditos. Só após a preparação de seu reino é que devia ser revelado o rei, quando o Criador do universo tivesse, por assim dizer, preparado o trono de quem iria reinar.
Eis pois a terra, as ilhas, o mar e, sobre eles, a cúpula do céu como um teto. Riquezas de todas as (...) -
Caeiro (EN:15-17) – felicidade
5 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Trad. António Caeiro. Lisboa: Quetzal, 2015, p. 15-17
O Humano está assim lançado para a felicidade. Motivado por ela. Para Aristóteles estar lançado para a felicidade caracteriza essencialmente a existência humana. É por termos um conhecimento deste projeto que nos está dado em mãos que percebemos também estarmos afastados dele ou termos já desistido de ir no seu encalço. Se «ser feliz» é o projeto fundamental da vida humana é também uma possibilidade sua. Jamais poderá (...) -
Schopenhauer (MVR1:434-435) – justiça
14 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro[Excerto de SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e como representação. Primeiro Tomo. Tr. Jair Barboza. São Paulo: Editora UNESP, 2005, p. 434-435]
No encadeamento de nosso modo de consideração encontramos como conteúdo da noção de INJUSTIÇA aquela índole da conduta de um indivíduo na qual este estende tão longe a afirmação da Vontade a aparecer em seu corpo que ela vai até a negação da Vontade que aparece num corpo alheio. Também indicamos em exemplos bastante gerais o limite onde começa o domínio (...) -
Gerson: o justo e a Justiça
24 de março de 2022Excerto de GERSON, Lloyd P.. "Self-Knowledge and the Good", in AMBURY, James & GERMAN, Andy, KNOWLEDGE AND
IGNORANCE OF SELF IN PLATONIC PHILOSOPHY. Cambridge: Cambridge University Press, 2019, p. 20-23.
O processo de identificação da natureza filosoficamente disposta começa a ser sugerido no livro VI [República]. Sócrates descreve a natureza dessas pessoas desta maneira:
Pois certamente, Adeimantus, alguém que realmente direcionou seu pensamento para as coisas que realmente são, não tem (...) -
von Balthasar (Orígenes:46-50) – Alma - mediação
19 de outubro de 2022, por Cardoso de CastroPorém a alma não é nem espírito e nem corpo, mas o "meio transicional" entre ambos...
Porém a alma não é nem espírito e nem corpo, mas o "meio transicional" entre ambos. Isto naturalmente não significa uma definição essencial. Pois para Orígenes (como para a maioria dos primeiros Padres) o ser humano é invariavelmente feito de corpo, alma e espírito. O espírito é o elemento celestial e agraciado que irá um dia ser retirada aos amaldiçoados, mas que permanece eternamente unido à alma nos abençoados. A alma (...) -
Platão (Alcibíades I:109c-113c) – o que é o justo?
11 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroRobin
Socrate: Alors, n’est-il pas vrai que ce «valoir mieux» sur lequel je t’interrogeais tout à l’heure par rapport à la décision de faire ou non la guerre, et à ceux auxquels il faut ou ne faut pas la faire, et dans le temps qu’il faut ou ne faut pas, ce doit être précisément ce qui est plus juste, n’est-ce pas?
Alcibiade: Oui, c’est évident!
— [d] En ce cas, que dirons-nous, cher Alcibiade? Est-ce toi qui ne t’es pas aperçu que cela, tu ne le sais pas? ou bien est-ce moi qui ne me suis pas aperçu que (...) -
Izutsu (ST:II.4) – iluminação
6 de setembro de 2022, por Cardoso de Castro‘Aquilo’ se estabelece como ‘aquilo’ somente quando ‘isto’ se estabelece e olha para o primeiro como seu objeto, ou como algo diferente de ‘isto’. Somente quando percebemos a relatividade fundamental de “isto” e “aquilo” podemos esperar ter uma compreensão real da estrutura das coisas.
tradução
A natureza das coisas é tal que nada é incapaz de ser ‘aquilo’ (isto é, tudo pode ser ‘aquilo’) e nada é incapaz de ser ‘isto’ (isto é, tudo pode ser ‘isto’).
Costumamos distinguir entre “isto” e “aquilo” e pensamos (...) -
Caeiro (Arete:97-99) – compreensão do acontecido
12 de dezembro de 2021, por Cardoso de CastroCAEIRO, António de Castro. A arete como possibilidade extrema do humano. Fenomenologia da práxis em Platão e Aristóteles. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2002, p. 97-99
§17 A reprodução imitadora (μίμησις) como o paroxismo da situação habitual de compreensão do que nos acontece
Esta contraditoriedade de interpretações é já apurável quando comparamos a compreensão natural que temos deles com a compreensão que nos é «oferecida» pela tematização mimética. Naturalmente, propendemos para uma compreensão da (...) -
Máximo, o Confessor — Centúria sobre Teologia I
30 de julho de 2022, por Cardoso de CastroTradução em grande parte feita a partir da versão francesa da Philokalia, mas eventualmente utilizada a versão inglesa. A tradução de cada centúria foi organizada de acordo com a sequência dos parágrafos numerados, respeitando a eventual mudança de tema tratado. PRIMEIRA CENTÚRIA — Deus
1. Um só Deus, sem princípio, incompreensível, que nele tem absolutamente toda a potência do ser, e que exclui totalmente que se possa pensar no quando e no como de seu ser. Pois é inacessível a todos, e a nenhum ser não (...) -
kosmos
24 de março de 2022kosmos (scil. aisthétós): ornamento, ordem, o universo visível, físico (ver kosmos noetos)
1. Há uma tradição (Aécio II, 1, 1 e D. L. viu, 48) de que o primeiro a descrever o universo como um kosmos foi Pitágoras; mas a noção de universo como uma ordem surge nos fragmentos dos seus antecessores (Anaximandro, Diels, frg. 12A10; Anaxímenes, Diels, frg. 13B2), e de qualquer modo é difícil traçar a sua exata evolução ao longo dos estádios: ordem, ordem deste universo, o universo como ordem. Certamente (...) -
Plotino - Tratado 27,16 (IV, 3, 16) — Os diferentes níveis de descida da alma (2)
20 de abril de 2022, por Cardoso de CastroCap 12-19: As almas humanas Cap 12: Sua descida não é total mas cíclica Cap 13: Sua descida obedece a uma lei Cap 14: As almas são o ornamento do mundo Cap 15 a 17: Os diferentes níveis de descida Cap 18: O uso do raciocínio Cap 19: Um comentário do Timeu 35a-b
Míguez
16. Los castigos que, en orden a la justicia, acontecen a los malos, conviene referirlos a esta ordenación, que es la verdaderamente debida. Pero, ¿y en cuanto a los males que, en forma de castigos, de escasez de recursos o de (...) -
Platão (Alcibíades I:113c-116e) – o justo e o vantajoso
11 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroRobin
Socrate: Voici, Alcibiade, que nous en venons au fameux mot d’Euripide: c’est de toi, ce n’est pas de moi que tu as chance d’avoir entendu cela; ce n’est pas moi qui parle ainsi, c’est toi; et c’est sans raison que tu me l’imputes! À vrai dire, tu n’as pas tort de parler ainsi; c’est en effet une folle entreprise, excellent jeune homme, que tu as en tête d’entreprendre: enseigner ce que tu ne sais pas et que tu ne t’es pas soucié d’apprendre!
Alcibiade: [d] À mon avis, Socrate, il est rare que (...) -
Plotino - Tratado 19,6 (I, 2, 6) — As virtudes da alma purificada.
29 de janeiro de 2022, por Cardoso de CastroCapítulo 6. As virtudes da alma purificada. 1-5: As impulsões involuntárias na alma são de caráter demônico 6-11: Se estas impulsões desaparecem, a alma levada a sua origem é simplesmente divina 12-19: A virtude é contemplação do que possui o intelecto. Diferença entre a virtude na alma e o análogo da virtude, no Intelecto 19-23, Exemplo da justiça em si 23-27: Extensão às outras virtudes
nossa tradução
da versão de MacKenna
6. Em tudo isso não há pecado — há apenas uma questão de disciplina — mas nossa (...) -
Plotino - Tratado 32,1 (V, 5, 1) — Porque os inteligíveis não podem se encontrar fora do Intelecto
19 de janeiro de 2022, por Cardoso de CastroCapítulo 1: Porque os inteligíveis não podem se encontrar fora do Intelecto 1-32: O Intelecto contem os inteligíveis a fim de que seu conhecimento seja infalível e imediato 32-50: Os inteligíveis têm a vida e o intelecto, e eles não estão separados uns dos outros 50-68: Pôr os inteligíveis no exterior, é privar o Intelecto da verdade e de sua natureza
Míguez
1. En cuanto a la Inteligencia, a la verdadera y real Inteligencia, ¿podría ciertamente equivocarse y no formular juicios verdaderos? De ningún (...) -
Plotino - Tratado 47,16 (III, 2, 16) — Se tudo está bem disposto, como poderia haver males?
28 de maio de 2022, por Cardoso de CastroCap. 16-17, 11: Terceira objeção e sua solução Cap. 16, 1-10: Se tudo está bem disposto, como poderia haver males? Cap. 16, 10-28: A razão é um produto do Intelecto e da Alma, ela dirige a vida. Cap. 16, 28-58: Sendo menos uma que o Intelecto e a Alma, ela contem contrários Cap. 17, 1-11: O mundo é múltiplo e contem contrários, bons e maus.
Míguez
16- Pero, si esto es así, ¿cómo existe todavía el mal? ¿Dónde se encuentran la injusticia y el error? ¿Cómo, si todo está bien, pueden realizarse actos (...) -
Plotino - Tratado 47,13 (III, 2, 13) — A justiça do universo se manifesta através do ciclo das vidas
28 de maio de 2022, por Cardoso de CastroCap. 13: A justiça do universo se manifesta através do ciclo das vidas; a ordem do universo se estende até às mais pequenas coisas
Míguez
13- No debemos, con todo, desdeñar ese argumento que nos pide miremos a cada ser, no en su situación presente, sino en los períodos anteriores y en su futuro, de modo que establezcamos lo que es justo para cada uno; y así, puede explicarse el cambio en esclavos de los que antes eran señores, si realmente fueron malos señores, porque esto será, al fin, (...) -
Aristóteles (Política:1253a9 e seg.) – expressão vocal (phone)
5 de fevereiro de 2022, por Cardoso de Castropobreza de uma tradução corrente
Assim, o homem é um animal cívico, mais social do que as abelhas e os outros animais que vivem juntos. A natureza, que nada faz em vão, concedeu apenas a ele o dom da palavra, que não devemos confundir com os sons da voz. Estes são apenas a expressão de sensações agradáveis ou desagradáveis, de que os outros animais são, como nós, capazes. A natureza deu-lhes um órgão limitado a este único efeito; nós, porém, temos a mais, senão o conhecimento desenvolvido, pelo menos o (...) -
Pla (HTDV) – Sentido oculto do Pecado
14 de agosto de 2022, por Cardoso de CastroEvangelho de Tomé - Logion 44
Deve-se começar por entender o sentido oculto do pecado. Por ser Deus a justiça e a lei, é assim mesmo a medida do justo e do injusto. Por isso, o que se intenta desde a concepção puramente religiosa que explica o evangelho, não é especialmente evitar de uma maneira direta que se cometa o pecado enquanto transgressão das medidas sagradas, embora isto seja importante, senão procurar que em cada homem se revele sua medida própria. Cada homem emprega uma medida com a qual (...) -
Platão - A República - Livro II (367e-372c) — justiça e sociedade
9 de dezembro de 2021, por Cardoso de CastroA) Gênese e desenvolvimento do Estado (II, 369b-374e) A necessidade está na origem do Estado: ninguém se basta a si mesmo; as necessidades fundamentais (nutrição, habitação, vestimenta, etc.) O princípio da divisão natural do trabalho que dela resulta e sua consequências O aumento das necessidades além do necessário e suas consequências: doenças e guerras. Daí, a necessidade de "Guardiões" . Necessidade (segundo o Princípio da Especialização), que os Guardiões têm qualidade próprias que lhes permitem (...)
Notas
- JUSTICE SOCIALE
- adikia
- arete
- Balthasar (Orígenes:60-61) – Morte Espiritual
- Bréhier (HF) – Justiça e Temperança
- Bréhier (HF) – Justiça social
- Bréhier (HF) – Problema político
- Coomaraswamy Trabalho
- enantia
- Evola Madres
- Fédon 65d-66a — Realidades absolutas, objetos do pensamento puro
- Fernando Pessoa: A Filosofia de Platão
- Filosofia Amor
- Izutsu (ST:II.4) – debate sobre opostos
- João Damasceno Alma
- Justiça
- Mattéi: O Mito das Raças em Hesíodo
- meson
- metron
- Orígenes (TP): Tratado dos Princípios IV