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arche / arkhe / arkhé / ἀρχή / ἀρχαί / archai / arkhai / ἐνυπάρχον / enyparchon / Anfang / anfangen / Anfängnis / anderen Anfang / erste Anfang / Beginn / principium / initium / Bereschit / Bereshith / Bereshit

  

gr. ἀρχή, arche, arkhé (he): princípio. Latim: principium. Causa original, Realidade primeira da qual procedem as outras no universo.


ANFANG — BEGINN

Zohar

“Bereschit (En el comienzo)”.

R. Yudai preguntó: ¿Cuál es el significado de Bereschit?

Significa “con Sabiduría”, la Sabiduría sobre la cual se basa el mundo, y a través de esto nos introduce a misterios profundos y recónditos. En ella, también, se halla la inscripción de las seis principales direcciones supremas, de las cuales surge la totalidad de la existencia. De la misma salen seis fuentes de ríos que fluyen al Gran Mar. Esto está implicado en la palabra Bereschit, que puede ser descompuesta en Bará-Schit (“El creó seis”).

Y, ¿quién los creó?

El Misterioso Desconocido.

Paul Nothomb

"No princípio" se escreve em hebreu BR’ (SH) YT (pronunciado "bereshit"). Em seis letras formando uma única unidade gráfica, que se pode decompor por um número de letras crescente:

  • BR’ = "criar"
  • BR’(SH) = na cabeça
  • BR’(SH) YT = no princípio

Note-se que cada uma destas palavras (ou melhor sintagmas pois em 2 e 3 o B representa a preposição que na escritura hebraica é aditada à palavra à qual ela se relaciona) começa por BR’ que quer dizer bem mais que "criar" em francês (ou português), razão pela qual se põe entre aspas.

Depois de "no princípio" vem em hebreu o verbo que se escreve em três letras idênticas às três primeiras de "no princípio". Verbo que se tem o costume de traduzir em francês (ou português) por "criar".

A confusão do vocabulário aqui é grave. Em francês fala-se correntemente de criação publicitária", de "criatividade das empresas", etc.. Em hebreu mesmo moderno o verbo BR’, quando é empregado, não tem jamais outro sujeito que não seja Deus. Só há em hebreu um só "Criador", não há "criadores".

A que poderia fazer alusão, sem referência a um ato divino, este algo que teria um princípio e que se situaria no cérebro humano (na cabeça) senão àquilo que no pensamento moderno se denomina "a realidade"? Pois deve-se notar que o "princípio" que é o título em hebreu da "Bíblia das Origens" não é um princípio absoluto mas o começo da organização daquilo que ela denomina "tohu-bohu" (um dos raros termos hebreus passados às línguas latinas). Antes deste princípio existe a matéria "informe e vazia, obscuridade acima de um abismo" e energia "vento divino planando acima das águas" como evoca magnificamente o texto. Este algo que tem princípio no cérebro humano (na cabeça) é a disposição em forma deste indistinto que não tem "realidade" sem ele. É a "invenção da realidade" a partir da matéria-energia que lhe preexiste (na medida que um estado inconsciente pode "existir"; no sentido estrito não existe que retrospectivamente para a consciência que o faz existir).

A análise sintática do segundo versículo (Gen 1,2) demonstra claramente que ele descreve um estado anterior àquele do primeiro (Gen 1,1), o que nem sempre aparece em nossas bíblias.

Mas bem entendido a "Bíblia das Origens" subordina este "princípio" a um ato divino, este algo, esta "realidade" que se elabora no cérebro humano na "Criação" do cérebro humano. A todo processo da Criação que chega ao cérebro humano.

As palavras BR’ (SH) YT (ponunciado "bereshit": no princípio) e BR’ (SH) (pronunciado "barosh": na cabeça ou "berosh" = em uma cabeça) começam, se vê, pelas letras do verbo BR’ (pronunciado "bara": "criar") que é repetido, isolado, justo após o texto. [Túnicas de Cego]

Annick de Souzenelle

Bereshit ( Beth — Resh — Alef — Shin — Yod — Thav ) “No princípio”, tal é a primeira palavra do livro do Gênese, e, lhe fazendo eco, a primeira palavra do evangelho do apóstolo João.

“NO PRINCÍPIO É O VERBO”, disse João, o apóstolo “ao segredo divino”, a Águia de Deus, que vê a impenetrabilidade de toda a coisa. Nessa impenetrabilidade está o Verbo, fundador de toda criatura. Ele é.

O Verbo é o Presente; Ele se revela no tempo presente, YHWH, “Eu sou”.

O apóstolo João não fala de um “começo” histórico que seria então para nós um passado, mas de um princípio”, presente no coração de cada um de nós, o “oriente” do ser. Se este espaço original, diamante do ser, que é o oriente é ainda chamado o “muito antigo” em nossos textos sagrados, não é em referência ao tempo histórico, mas àquele de nossa interioridade, àquele do interior de toda a coisa.

Toda a coisa, em sua impenetrabilidade, está ligada ao Verbo criador; uma só palavra, Dabar, diz-se em hebreu; Dabar é o “Verbo”, mas também a coisa, pois toda coisa não tem realidade senão em sua relação com o Verbo que a funda. [RESSONÂNCIAS BÍBLICAS; trad. Antonio Carneiro  ]

Leo Schaya

Começando pela primeira frase da Bíblia, ela não concerne diretamente os seis dias descritos no seu primeiro capítulo, mas os aspectos fundamentais e prototípicos do criador mesmo: seu Supra-Ser ou a Tri-Unidade sefirótica, assim como suas sete potências ou sephiroth onto-cosmológicos. Tudo se situa ainda no Princípio, como indica a primeira palavra deste verso inicial: Bereshith, que se traduz habitualmente por "No princípio" e que significa precisamente "dentro do Princípio". Logo: "dentro do Princípio (que Ele é Ele mesmo), Deus criou os céus e a terra" que Ele é igualmente, se se considera seu estado principial, arquetípico, eterno, onde eles são tantos de seus aspectos sefiróticos.

A frase inicial do Gênesis, que fala a primeira vista da criação como tal, revela na verdade a divina Essência e seus Aspectos prefigurando e atualizando o criado; ela é em hebreu: "Bereshith (Dentro do Princípio) bara (criou) Elohim (Deus, ou lit. Deuses) eth hashamayim (os céus) veeth haarets (e a terra)", e nós comentaremos segundo esta ordem hebraica das palavras, assim como o faz a exegese cabalística. Bereshith não designa a Essência absoluta em si ou a primeira Sephirah, Kether elyon, a "Coroa suprema", mas a segunda Sephirah, Hokhmah, a «Sabedoria» ou o Conhecimento próprio e universal de Deus, seu aspecto inteligente, inteligível e ativo, que se determina ele mesmo como Ser causal compreendendo todos seus efeitos. Este se destaca ele mesmo de sua própria Essência absoluta ou da Sephirah suprema, o Supra-Ser não-causal ou Kether, que permanece o Indeterminado, o Incondicionado, o Inefável, ao qual se faz alusão na segunda palavra desta frase bíblica, a saber bara, "criou". Não que Kether crie algo; pelo contrário, não causa nada e deixa agir Hokhmah, a Causa primeira, o que é indicado precisamente pela ausência do sujeito que deveria preceder o verbo «cria», sem que seja precisado "quem"cria; e é esta ausência ou ocultação que simboliza Ain, o divino «Nada», quer dizer Kether, enquanto é a Realidade absoluta ou absolutamente não-manifestada. Ora, Kether é não somente o Absoluto que transcende tudo o que não é Ele, mas também o «Infinito» (En-Soph) que implica toda realidade: é portanto também a Toda-Realidade, a Unidade infinita do Supra-Ser e do Ser, a Essência supra-ontológica do Ser, tanto que não há dualidade intrínseca entre eles. Kether é ao mesmo tempo o Supra-Ser não-causal e o Ser, enquanto repousa em sua própria Essência sem criar o que quer que seja; e é por e em Hokhmah, sua Sabedoria ou seu Aspecto cognitivo, que cria — sem agir Ele mesmo —, e eis porque Hokhmah é chamado «Pai» de todas as coisas. É Ele que cria, e então, não em modo cósmico, mas in principio (bereshit), como o indica o versículo bíblico que nos ocupa: Ele cria em se determinando Ele mesmo como Elohim, «Deus» e Criador, implicando seus efeitos ao estado arquétipo e ao estado criado. [A CRIAÇÃO EM DEUS]