Página inicial > Palavras-chave > Termos > allegoria / ἀλληγορία / alegoria / allegory / allégorie
allegoria / ἀλληγορία / alegoria / allegory / allégorie
gr. ἀλληγορία, αλληγορίες, allêgoría = alegoria, interpretação alegórica, exegese . Etimologicamente deriva do verbo gr. allegorien, ele mesmo composto de allos "outro", e de agoreuein, "falar" (em uma assembleia ), quer dizer, empregar outros termos (que os termos próprios). Como figura da retórica, a alegoria se caracteriza por dois traços: 1) aquele de um duplo sentido — próprio e figurado —, o segundo sendo latente e devendo ser descoberto sob o primeiro, único explícito; 2) aquele de sua posterior oposição ao símbolo, no sentido que toma este termo a partir do século XIX. [Notions Philosophiques ]
Así pues, en el mito , lo que se dice es otra cosa que lo que se quiere decir; podemos destacar de pasada que eso es también lo que significa etimológicamente la palabra «alegoría» (de allo agoreuein, literalmente «decir otra cosa»), que nos da todavía otro ejemplo de las desviaciones de sentido debidas al uso corriente, ya que, de hecho, actualmente ya no designa más que una representación convencional y «literaria», de intención únicamente moral o psicológica, y que, lo más frecuentemente, entra en la categoría de lo que se llama comúnmente las «abstracciones personificadas»; apenas hay necesidad de decir que nada podría estar más alejado del verdadero simbolismo. Pero, para volver de nuevo al mito, si no dice lo que quiere decir, lo sugiere, por esta correspondencia analógica que es el fundamento y la esencia misma de todo simbolismo; así, se podría decir, se guarda el silencio al hablar, y es de eso de donde el mito ha recibido su designación.
Se puede destacar que eso es lo que significan también estas palabras de Cristo , que confirman la identidad profunda del «mito» y de la «parábola» que señalábamos más atrás: «Para aquellos que son de afuera (expresión exactamente equivalente a la de «profanos»), les hablo en parábolas, de suerte que viendo no ven y que oyendo no oyen» (San Mateo, XIII, 13; San Marcos, IV, 11-12; San Lucas , VIII, 10). Aquí se trata de aquellos que no aprehenden más que en lo que se dice literalmente, que son incapaces de ir más allá para alcanzar lo inexpresable, y que, por consiguiente «no les ha sido dado conocer el misterio del Reino de los Cielos»; y hay que observar muy especialmente que el empleo de la palabra «misterio», en ésta última frase del texto evangélico, en relación con las consideraciones que van a seguir. [MITOS, MISTÉRIOS E SÍMBOLOS]
Atualmente, sob a influência do romantismo alemão e da psicologia das profundidades, existe, como observa Jean Pépin, «o hábito de separar claramente a alegoria do símbolo, o artifício didático e a espontaneidade da vida. Para que esta distinção, aliás fundamentada, possa ser tida em consideração a propósito de Dante , tornar-se-ia necessário que ela estivesse incluída nos costumes da época. Ora, tal não acontece. A definição antiga e medieval da alegoria é tão lata que convém a quase todas as variedades da expressão figurada e, em todo o caso, à expressão simbólica» [Jean Pépin, Dante et la tradition de l’allégorie, Vrin, Paris, 1970, pp. 15-16.].
Nem Fílon nem Clemente de Alexandria diferenciam o símbolo da alegoria duma forma tão nítida como parecem supor muitos autores modernos. No entanto, eles não se confundem. A alegoria é simultaneamente um processo retórico e uma atitude hermenêutica ligada ao discurso e a interpretação, ou seja, a uma expressão e a um pensamento , ao passo que o símbolo «reconduz» o significante e o significado ao próprio Significador. Eis porque a alegoria tem o seu fundamento na metáfora e não na anáfora.
A alegoria também não está associada ao mito nem ao rito sagrados, ao passo que o símbolo é a base de toda a din âmica iniciática e religiosa. Contudo, assim como não podemos separar abusivamente a carne da alma nem do espirito, os textos tradicionais sagrados apresentam uma estreita associação entre três níveis de compreensão, ou melhor, da «realização interior», já nitidamente especificados por Orígenes : «O mais simples é instruído por aquilo a que poderíamos chamar a carne da Escritura, a leitura vulgar . Aquele que progrediu um pouco é instruído, por assim dizer, pela alma da Escritura. O perfeito... é instruído pela lei espiritual, que é a sombra dos bens futuros.» [De principiis , IV, 2, 4 (II), pp. 312-313.] Orígenes repete três vezes a palavra «instruído» por alguma razão. Formula o seu pensamento duma forma mais exata num fragmento do comentário sobre o Levítico: «A Escritura é constituída, de certa maneira, por um corpo visível, por uma alma que pode ser conhecida através do corpo e por um espírito que é o exemplo e a sombra dos bens celestes.» [Ed. Bachrens, 42, pp. 332-334, ao fundo da página.] [Tradução para o português de Isabel Braga, do livro "A Ciência dos Símbolos"]
Matérias
-
Arnold : ILLUMINISME ET CABALISME AUX XVIe ET XVIIe SIÈCLES
23 de janeiro de 2010, por Cardoso de Castro
Extrait de Paul Arnold, Ésotérisme de Shakespeare, Mercure de France, 1955.
Jean Trithème, abbé de Spanheim, mourut en 1516, vingt ans après Pic de la Mirandole. Il avait été, autant que l’Italien, un maître incontesté en « l’art » occulte ; et il avait initié à sa haute science Paracelse et Cornélius Agrippa. Sous la protection de l’empereur Maximilien, et parfois pour répondre à ses questions, il avait écrit plusieurs traités qui font date dans l’histoire du cabalisme. Héritier d’une longue tradition, il (...)
-
Platão - A República (estrutura segundo Annas)
17 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
Estrutura-resumo baseada no livro ANNAS, Julia. Introduction à la "République" de Platon. Paris: PUF, 1994, p. 451-466
PREÂMBULO
PREÂMBULO (LIVRO I): CRÍTICA DAS IDEIAS ADMITIDAS SOBRE A JUSTIÇA Introdução: Sócrates e Céfalo (I, 327a-331d) Sócrates na festa de Bendidios Conversação com o velho Céfalo sobre os incômodos da velhice O bem supremo que busca a fortuna é de não ser tentado a ser desonesto Mas (primeira opinião sobre a justiça, Céfalo): a justiça consiste em "dizer a verdade e pagar suas (...)
-
CYRANO DE BERGERAC PHILOSOPHE HERMÉTIQUE
13 de outubro de 2007, por Cardoso de Castro
Les Cahiers d’Hermès. Dir. Rolland de Renéville. La Colombe, 1947
Certes, nous ne ferions pas une constatation particulièrement originale, si nous disions que la littérature a totalement transformé la figure de Cyrano de Bergerac, en lui assurant la faveur du grand public, dans une réputation quasi universelle. Ainsi par les moyens les plus divers, la Vérité est-elle imposée aux hommes, même dans le clinquant des tréteaux, dans l’enthousiasme tapageur des foules, toujours prêtes à s’émouvoir et à (...)
-
Attar (AP) – O califa e seus sete filhos
12 de dezembro de 2008, por Cardoso de Castro
Extrait de « Anthologie persane (XIe-XIXe siècles)», par Henri Massé. Payot, 1950
Un homme qui avait parcouru l’univers, le cœur en désarroi, ses affaires troublées, pour chercher un ami qui avait disparu, me conta, le tenant de gens bien renseignés, qu’un calife était père, autrefois, de sept fils ; or chacun d’eux avait conçu de hauts desseins; ils ne renonçaient pas à la présomption ; en toute science qui existait de leur temps, chacun d’eux ressemblait à une perle unique. Comme ils étaient versés (...)
-
synteleia
28 de março de 2022
EVANGELHO DE JESUS: o inimigo que o semeou é o Diabo; a ceifa é o fim (synteleia) do mundo, e os celeiros são os anjos. Pois assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será no fim (synteleia) do mundo. (Mt 13, 39-40); Cizania - PARÁBOLA DO JOIO E DO TRIGO)
Assim será no fim (synteleia) do mundo: sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos, (Mt 13:49; Parabola da Rede - PARÁBOLA DA REDE) Perenialistas Roberto Pla: Evangelho de Tomé - Logion 60
Tudo isto (Cordeiro de Deus) o (...)
-
Lewis Dama Natura
28 de março de 2022
ESTACIO, CLAUDIANO Y LA DAMA «NATURA» A Estacio, cuya Tebaida apareció en los años noventa del siglo primero, se lo equiparaba en la Edad Media (como ya hemos visto) con Virgilio, Homero y Lucano. Como Lucano, se esforzaba por hacer frases altisonantes, con menos éxito, y también con menos continuidad. Tenía un ingenio de más altos vuelos que el de Lucano, una seriedad más auténtica, más piedad y una imaginación más versátil; la Tebaida es un poema menos tedioso y más extenso que la Farsalia. Los (...)
-
Inicio das Dores
28 de março de 2022
Mc 13:5-8
Então Jesus começou a dizer-lhes: Acautelai-vos; ninguém vos engane; muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu; e a muitos enganarão. Quando, porém, ouvirdes falar em guerras e rumores de guerras, não vos perturbeis; forçoso é que assim aconteça: mas ainda não é o fim. Pois se levantará nação contra nação, e reino contra reino; e haverá terremotos em diversos lugares, e haverá fomes. Isso será o princípio das dores. (Mc 13:5-8)
Mt 24:4-8
Respondeu-lhes Jesus: Acautelai-vos, que ninguém vos (...)
-
Coomaraswamy (AKCcivi:94-106) – Sobre lebres e sonhos (1)
13 de novembro de 2022, por Cardoso de Castro
O dr. Layard, autor de “Os homens de pedra de Malekula”, é um antropólogo famoso que depois de uns tempos tornou-se psicanalista. Seu último livro divide-se em duas partes: a primeira é o caso dos problemas de uma cliente, em que há uma referência especial ao sonho que ela teve com uma lebre que deveria ser sacrificada e estava perfeitamente resignada a ser a vítima; a segunda é um resumo do significado mitológico do simbolismo arquetípico da lebre no Egito, na Europa, na Índia, na China, na América e (...)
-
Coomaraswamy (AKCcivi:128-133) – Interpretação dos símbolos
13 de novembro de 2022, por Cardoso de Castro
Naturalmente não estamos discutindo a interpretação dos significados subjetivos ou “fantasiosos” contidos nas fórmulas iconográficas; estamos falando apenas em interpretar o significado dessas fórmulas.
Al estudioso de los símbolos a menudo se le acusa de «leer significados» dentro de los emblemas verbales o visuales cuya exégesis propone. Por otra parte, el esteta e historiador del arte, más preocupado de las peculiaridades estilísticas que de las necesidades iconográficas, generalmente evita el (...)
-
Gnosticismo Ovelha Perdida
29 de março de 2022
Roberto Pla: Evangelho de Tomé - Logion 107; Evangelho de Tomé - Logion 93
Mas quem são essas ovelhas perdidas que a Jesus preocupa? Mateus dá alguma informação sobre elas e convém revisá-la, pois Jesus se refere à ovelha perdida “entre cem”, e explica o satisfação pela ovelha “encontrada”, pois não é vontade do Pai celestial que se perca um destes “pequeninos”.
Que as ovelhas são os "elakistos - pequeninos", resulta evidente segundo o texto de Mateus. Os "elakistos - pequeninos" são, segundo isto, uma (...)
-
Barbuy: Filosofia platônica
7 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro
BARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 77-78.
Platão havia separado a Dialética de todos os outros conhecimentos, tomando a Filosofia como iluminação e inspiração; o filósofo, segundo Platão, é aquele cujas disposições inatas levam facilmente para a Ideia de cada ser; e a filosofia é o nome de um estado peculiar de entusiasmo e inspiração que faz intuir a essência transcendental das aparências ilusórias. Essas aparências são os objetos das ciências particulares, (...)
-
Baudrillard (SS) – cultura e simulacro
1º de novembro de 2021, por Cardoso de Castro
BAUDRILLARD, Jean. Simulacros e simulação. Tr. Maria João da Costa Pereira. Lisboa: Relógio d’água, 1991
português
Se outrora pudemos tomar pela mais bela alegoria da simulação a fábula de Borges em que os cartógrafos do Império desenham um mapa tão detalhado que acaba por cobrir exactamente o território (mas o declínio do Império assiste ao lento esfarrapar deste mapa e à sua ruína, podendo ainda localizar-se alguns fragmentos nos desertos – beleza metafísica desta abstração arruinada, testemunha de um (...)
-
Eudoro de Sousa (HCSM:184-188) – mitologia grega e physiomythia
8 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro
[DE SOUSA, Eudoro. Horizonte e Complementaridade. Sempre o mesmo acerca do mesmo. Lisboa, INCM, 2002, p. 184-188]
A Física (que certamente começou além dela, numa metafísica com traços semelhantes aos de determinados mitos teocosmogónicos) é a primeira filosofia que a religião grega veio a ser. Por conseguinte, a mitologia grega é a mitologia emergente de uma religião, a cuja essência pertence o vir a ser, em primeiro lugar, uma física (ou melhor: uma physiomythia), i. é, certa imagem da natureza. (...)
-
Tatakis: L’homme selon Maxime
25 de setembro de 2007, por Cardoso de Castro
Extrait de « Histoire de la Philosophie », Fascicule supplémentaire - La Philosophie Byzantine, de Basile Tatakis
Avant de saisir le rythme mystique dans l’univers, Maxime le sentit au dedans de l’homme. Ses idées sur l’âme constituent, en effet, le point central de sa pensée ; la nature qu’il lui confère, conduit, d’une part, à une certaine théorie de la connaissance, à l’intuition, à l’élévation de l’homme jusqu’à Dieu, à la déification et même jusqu’aux interprétations allégoriques et mystiques de (...)
-
Sanai: les aveugles et la question sur l’éléphant
12 de maio de 2018, por Cardoso de Castro
Français
Il y avait une grande ville dans le pays de Ghūr, dans laquelle tous les gens étaient aveugles. Un certain roi passa près de cet endroit, amenant sa armée et campant dans la plaine. Il avait un grand et magnifique éléphant pour remplir sa pompe et susciter la crainte, et attaquer au combat. Un désir s’éleva parmi le peuple de voir cet éléphant monstrueux, et un certain nombre d’aveugles, comme des imbéciles, le visitèrent, chacun courant dans sa hâte pour découvrir sa forme et sa forme. Ils (...)
-
Daniélou: ORIGÈNE ET LE MILIEU PHILOSOPHIQUE
13 de novembro de 2008, por Cardoso de Castro
Extrait d’Origène, par Jean Daniélou. La Table Ronde, 1948.
Les chapitres précédents nous ont montré que la vie et la pensée d’Origène plongeaient dans la communauté chrétienne, dans sa foi, dans ses sacrements, dans son idéal de sainteté. Mais, par ailleurs, la pensée d’Origine s’est aussi définie en fonction de la philosophie grecque de son temps. Nous avons vu dans quelles circonstances Origène a été amené à étudier la philosophie. Ce n’est pas, comme Justin ou Clément, un philosophe converti au (...)
-
Repercussões dos Manifestos RC
28 de março de 2022
Repercussão dos Manifestos Na época, esses avisos despertaram um interesse exaltado, e muitos esforçaram-se por entrar em contato com os Rosa-Cruz - Irmãos R.C. por cartas, apelos impressos e panfletos. Uma torrente de trabalhos impressos irrompe desses manifestos, respondendo ao convite feito por aqueles que os escreveram, a fim de se comunicarem e cooperarem no trabalho da Ordem. Contudo, os apelos ficaram sem resposta. Os Irmãos — se existiam — pareciam invisíveis e impérvios às solicitações (...)
-
Winandy: AUTPERT, SUR LA MÈRE DES ÉLUS
10 de novembro de 2008, por Cardoso de Castro
Ambroise Autpert. Moine et théologien, par Dom Jacques Winandy. Plon, 1953
Les sermons d’Autpert sur la Vierge sont les premiers en date de la littérature latine chrétienne. Celle-ci, sans doute, avait commenté bien avant lui des textes évangéliques dans lesquels la personne de Marie tient une grande place. Mais les orateurs chrétiens n’avaient pas encore employé directement leur éloquence à magnifier la Mère de Dieu. Et nul d’entre ceux auxquels il était arrivé de parler d’elle ne l’avait fait avec (...)
-
Platonismo de Gregorio de Nissa
29 de março de 2022
VIDE Gregorio Nissa Platonismo - JEAN DANIÉLOU - PLATONISMO E TEOLOGIA MÍSTICA Excertos da tese de doutorado de Maria Cândida Monteiro de Pacheco
No horizonte filosófico da época é comum ao pensamento pagão e cristão o reconhecimento unânime do valor e do predomínio do platonismo.
Desde o século II, o platonismo é assumido pelo pensamento cristão como propedêutica à Revelação. O itinerário espiritual de S. Justino é, neste campo, particularmente revelador, definindo uma posição que será válida por mais (...)
-
Clemente de Alexandria Tixeront
29 de março de 2022
Livros no Internet Archive According to a tradition cited by Eusebius, St. Mark is the founder of the Church of Alexandria. Between St. Mark and Bishop Demetrius, who governed that church in 221, Julius Africanus counts ten bishops. Valentine, Carpocrates, and Basilides went out from Alexandria to establish their dissident sects, a circumstance which alone implies that, already in the middle of the second century, the intellectual activity there was intense. A catechetical school had been (...)