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Schelling / Friedrich Schelling
FRIEDRICH WILHELM JOSEPH SCHELLING (1775-1854)
LÉXICO DE FILOSOFIA
SCHELLING EM HEIDEGGER
OBRA NA INTERNET: LIBRARY GENESIS
Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling nasceu em 1775 e morreu em 1854. De uma singular precocidade em filosofia, publicou em 1795 sua obra Vom Ich als Prinzip der Philosofia; aos vinte anos possuía um sistema filosófico próprio. Em 1800, em plena juventude , escreve seu System des transzendentalen Idealismus, talvez sua obra capital. Esta surpreendente maturidade de seu pensamento , unida a sua longa vida de quase oitenta anos, fez com que a filosofia de Schelling sofresse ao longo do tempo variações fundamentais, podendo-se mesmo distinguir nela quatro fases bem determinadas, que quase chegam a constituir quatro sistemas diferentes.
Schelling é o filósofo de maior influência na época romântica, e deixou sua marca profunda na filosofia, na literatura, na arte e ainda na medicina de seu tempo. Sua formação metafísica procede diretamente de Kant e de Fichte , aos quais continua originalmente; sua obra é, ao mesmo tempo, um constante diálogo com o pensamento hegeliano.
Não é possível entrar aqui no detalhe de complexa filosofia de Schelling, nem se a pode seguir passo a passo nos textos; por isso, limitei-me a escolher uma passagem especialmente representativa, na qual Schelling recolhe e desenvolve a grande ideia do eu como realidade ativa, consistente em fazer, diversa, portanto, do modo de ser das coisas; e onde, por sua vez, insiste energicamente na atitude idealista que havia de roubar tanta fecundidade a essa profunda intuição metafísica. (Resumo feito por Julian Marías)
Segundo Ernst Benz Schelling é mais reservado em seus livros sobre suas fontes e seus ancestrais espirituais, mas em suas cartas evidencia-se sua dívida com o misticismo alemão e até indiano. Em uma carta a seu pai em 1806, escreve que Franz von Baader havia lhe pedido que obtivesse os escritos de seu compatriota Christoph Oetinger , que se dirigiu a uma migo seu Pregizer, discípulo Oetinger, para obtê-los. Pregizer escreve em uma carta que Oetinger e Jacob Boehme eram assuntos maiores na conversa com Schelling.
Em geral a correspondência de Schelling denota claramente, segundo Ernst Benz, que havia uma troca ativa de literatura mística entre os líderes da filosofia idealística alemã. Schelling, em outra carta, por exemplo, se mostra empenhado em obter uma cópia dos escritos de Angelus Silesius , através de seu amigo Schubert , assim como demnada a este de tentar conseguir um antiga edição dos escritos de Tauler , "não uma revisão moderna , mas a mais antiga edição possível, que fielmente mantenha todas as características particulares deste autor; pois estes escritos são tão importantes para o estudo de nossa língua como são para o misticismo, e são tão potentes pela riqueza da expressão literária como para o despertar da mente ".
Schelling via o misticismo indiano como uma confirmação essencial de sua própria admiração pelo misticismo. Seu estudo "Philosophie de la mythologie" demonstra um conhecimento notável sobre as tradições espirituais da Índia.
Para Ernst Benz, uma nova interpretação da história se expressa nos primeiros esboços da metafísica da história de Schelling — desenvolvida em System des transcendentalen Idealismus. Concluindo sua crítica das várias concepções de história, ele escreve: "Do precedente, a única verdadeira interpretação da história segue naturalmente. Tomada como um todo, a história é uma revelação contínua e progressiva do absoluto. Nunca somos capazes, então, de determinar o ponto preciso no curso da história onde a marca da Providência ou Deus Ele mesmo se torna visível, por assim falar. Pois Deus nunca é, se chamado a ser aquilo que manifesta a si mesmo no mundo objetivo; se fosse, não ser íamos; mas Ele não cessa de revelar-se a Si mesmo. Por sua história, o homem fornece uma prova contínua da existência de Deus, mas uma prova que somente a história de sua totalidade pode trazer a termo".
Matérias
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Matter: Schelling ou La philosophie de la nature et la philosophie de la révélation
15 de novembro de 2008, por Cardoso de Castro
Schelling : ou, La philosophie de la nature et la philosophie de la révélation- A. Jacques Matter
TABLE DES MATIÈRES.
Préface
Objet et plan de cet ouvrage
Chapitre Ier. Schelling à Tubingue
— II. Schelling à Leipzig
— III. Schelling à Iéna
— IV. Schelling à Wurtzbourg
— V. Schelling à Munich
— VI. Schelling à Erlangen
— VII. Schelling de retour à Munich
— VIII. Schelling à Berlin
— IX. Les ouvrages de Schelling
— X. Du style de Schelling
— XI. L’idéalisme, le scepticisme et le dogmatisme de Kant (...)
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Richir (PM:18-21) – teses de Schelling sobre a Mitologia
16 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro
SCHELLING, F.W.. Philosophie de la mythologie. Tr. Alain Pernet. Préface de Marc Richir. Postface de François Chenet. Grenoble: Jérôme Millon, 1994, p. 18-21
Les deux premières thèses fondamentales de Schelling, dont nous allons voir qu’elles s’articulent systématiquement l’une à l’autre, sont : 1) qu’il y a une [19] corrélation stricte entre l’individuation d’un peuple et l’individuation d’une mythologie (« nous ne pouvons concevoir un peuple sans mythologie » : 63 ; 75) ; 2) que la mythologie est un vrai (...)
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Schelling : Philosophie de la Mythologie - ONZIÈME LEÇON
24 de dezembro de 2009, por Cardoso de Castro
Introduction à la Philosophie de la Mythologie, F.-W. Schelling. ONZIÈME LEÇON. Trad. S. Jankélévitch
La religion philosophique, telle que nous l’exigeons, n’existe pas. Mais, étant donné que, par !a place que nous lui assignons, elle a pour mission de nous rendre intelligibles toutes celles qui l’ont précédée, elle constitue le terme final du processus, depuis le commencement de celui-ci, ce qui revient à dire que sa réalisation ne peut s’effectuer ni aujourd’hui, ni demain, mais qu’elle est ce qui (...)
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Barbuy: Romantismo
7 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro
BARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 87-96.
Se o romantismo tivesse sido o que pretenderam os salões galantes do século XIX e o que diz Victor Hugo no prefácio de “Cromwell”, não teria passado de uma revolução de regras e adjetivos, sem substância e sem uma visão própria da realidade. Longe de um florescimento do divino e do feérico, o romantismo não seria mais do que uma fuga à “realidade” científica, mascarada pela admissão do grotesco na arte, como o (...)
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Richir (PM:12-15) – 4ª e 5ª transformações do pensamento mítico
30 de novembro de 2008, por Cardoso de Castro
SCHELLING, F.W.. Philosophie de la mythologie. Tr. Alain Pernet. Préface de Marc Richir. Postface de François Chenet. Grenoble: Jérôme Millon, 1994, p. 12-15
Cela nous amène à une quatrième transformation, qui est non moins importante. Alors que les mythes sont toujours énigmatiquement – un peu comme le sont, aujourd’hui, les « histoires drôles » qu’on se raconte – le fruit de l’élaboration collective et anonyme, de et dans la société – il n’y a pas d’auteurs repérables pour les mythes –, les récits (...)
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Richir (PM:15-17) – Schelling et la mythologie
16 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro
Parmi les grands philosophes de notre tradition, Schelling est, avec les néoplatoniciens, le seul qui se soit attaché avec une telle constance à l’étude de la pensée mythologique : certes, le texte dont nous disposons, sous le titre Philosophie de la mythologie, n’est pas un traité systématique, mais le texte d’un cours, édité et publié par Fritz Schelling après la mort de son père. Or ce cours, nous l’apprenons dans la Préface de Fritz Schelling, a été professé à Munich dès avant 1828, pour être prononcé (...)
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Schelling (SMEP:61-63) – Não sou eu sabendo, mas a totalidade sabendo em mim
18 de novembro de 2008, por Cardoso de Castro
Bowie, Andrew. Schelling and modern European philosophy: an introduction. New York: Taylor & Francis, 2001, p. 61-63
Schelling’s first, thoroughly subversive, move beyond the subject is the following: ‘It is not I that know, but rather only the totality (All) knows in me, if the knowledge which I call mine is a real, a true knowledge’ (ibid. p. 140). Schelling makes a clear distinction between the empirical knowledge generated in synthetic judgements and ‘knowledge’ in terms of the (...)
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Schelling : Philosophie de la Mythologie (leçon 12)
25 de novembro de 2010, por Cardoso de Castro
F.-W. Schelling, Introduction à la Philosophie de la Mythologie
DOUZIÈME LEÇON
Nous avons vu que le mouvement issu de Descartes en était resté à ses débuts, sans pouvoir aboutir à la science, mais que Spinoza, qui a proclamé l’immobilité du principe, ne laissa, à proprement parler, pas d’autre système que celui d’un quiétisme scientifique absolu qui peut paraître bienfaisant en comparaison des efforts aveugles d’une pensée s’épuisant en luttes stériles, mais qui n’en impose pas moins à la pensée une (...)
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André Chastel (Romantisme) – Schelling ou la métaphysique de l’imaginaire
15 de novembro de 2008, por Cardoso de Castro
Le Romantisme allemand. Org. Albert Béguin. Les Cahiers du Sud, 1949
Il n’était pas possible de mettre à jour cet essai vieux de dix ans, sans le bouleverser entièrement. Son orientation reste peut-être valable, mais au prix d’une description trop courte : c’est la maquette d’un château dont on n’aurait représenté que l’escalier intérieur et la façade. N’ayant plus le loisir de placer les ailes ni les étages, je me suis contenté — et m’en excuse — d’alléger un exorde pesant, de substituer quelques (...)
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Marcia Cavalcante (Schelling) – deus e criação
19 de outubro de 2022, por Cardoso de Castro
SCHUBACK, Marcia Sá Cavalcante. O Começo de Deus. A filosofia do devir no pensamento tardio de F.W.J. Schelling. Petrópolis: Vozes, 1998
O fazer do começo determina-se, metafisicamente, como criação. O próprio desta determinação é explicar a passagem do nada para alguma coisa, do não-ser para ser através de uma mediação, de um “criador”, de um sujeito da criação. Sendo a criação o sentido judaico-cristão de existência, onde tudo o que é se apreende como o que é criado, tudo o que é pode apenas vir a ser o (...)
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Ferreira da Silva (TM:87-91) — concepção fitomórfica do mundo
11 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro
[FERREIRA DA SILVA, Vicente. Transcendência do Mundo. São Paulo: É Realizações, 2010, p. 87-91]
“A Experiência do Divino nos Povos Aurorais”, Diálogo, São Paulo, n. 1, ser. 1955, p. 33-38.
Chamamos povos aurorais ou originários àqueles que viveram e ainda vivem o mito como a única e absoluta forma de realidade. Nessa fase da História não se recortou ainda uma Natureza, como sistema legal de fatos físicos, diante de uma esfera sobrenatural e imaterial, refúgio dos valores sagrados. Para essa espécie de (...)
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Schelling (HMP:47-48) – "há pensamento" e não "eu penso"
16 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro
Excerto traduzido de SCHELLING, F. W. J.. On the History of Modern Philosophy. Tr. Andrew Bowie. Cambridge: Cambridge University Press, 1994, p. 47-48
português
Mas podemos voltar ainda mais e até colocar em dúvida o "eu penso" – pelo menos no sentido que ele indubitavelmente tem para Descartes. A afirmação "eu penso" tem, a saber, duas fundações: (1) aquilo que pensa em mim, ou seja, por exemplo, agora exatamente duvidando; (2) aquilo que está refletindo sobre esse pensamento ou duvidando; (...)
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Barbuy: A Nação e o Romantismo
8 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro
BARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 259-291
1. A exposição que se vai seguir foi reconstituída de notas de aulas ministradas na Faculdade de Filosofia “Sedes Sapientiae”, da Universidade Católica de São Paulo, bem como de uma conferência pronunciada no Centro de Estudos Sociais e Políticos. Nesta última, procurei demonstrar, em síntese, que existem três espécies de nacionalismo: o Romântico, o Burguês e o Dialético ou comunista. Não podendo estender (...)
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Schelling: organismo e mecanismo
16 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro
SCHELLING, Friedrich von. Fichte e Schelling. Coleção Pensadores 26. Tr. Rubens Rodrigues Torres Filho. São Paulo: Abril Cultural, 1973
Qual o propósito deste tratado e por que traz em seu pórtico esse título, o leitor ficará sabendo se tiver disposição ou curiosidade para ler o todo.
Somente sobre dois pontos o autor julga necessário explicar-se antecipadamente, para que este ensaio não venha, eventualmente, a ser acolhido com preconceito.
O primeiro é que nenhuma unidade artificial de princípios (...)
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Schelling: Ecrits philosophiques et morceaux propres à donner une idée générale de son système
15 de novembro de 2008, por Cardoso de Castro
Ecrits philosophiques et morceaux propres à donner une idée générale de son système
TABLE DES MATIÈRES.
LEÇONS SUR LA MÉTHODE DES ÉTUDES ACADÉMIQUES.
Avant-propos de l’auteur
première leçon — Sur l’idée absolue de la science
deuxième leçon. — Sur la destination scientifique et morale des académies
troisième leçon. — Sur les premières conditions des études académiques
quatrième leçon. — Sur l’étude des sciences rationelles pures , des mathématiques et de la philosophie en général
cinquième leçon. — Sur les (...)
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Schelling: Philosophie de la Mythologie Livre II
7 de setembro de 2015, por Cardoso de Castro
Leçon sept Remarques préliminaires sur la philosophie de la mythologie Le point de départ de l’analyse : la possibilité d’une altération de l’homme Les expressions répondant à cette possibilité dans la mythologie : les notions de Némésis, d’Apatè (Mâyâ), le concept de tentation
Leçon huit L’altération effective de l’homme = Archi-Hasard (Fortuna primigenia) Les traces de cet événement dans la mythologie ultérieure. La figure de Perséphone La première condition de Perséphone, comparée au séjour en paradis La (...)
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Puente Antropologia Schelling
28 de março de 2022
Excertos deste estudo publicado pelas Edições Loyola
Para uma exposição mais detalhada do ser do homem, devemos nos voltar agora às Preleções Privadas de Stuttgart de 1810. Esse texto nos oferece a descrição mais completa da antropologia schellinguiana. Em nenhum outro lugar, com exceção de dois pequenos textos - um deles o fragmento intitulado Esquema Psicológico, datado de 1837/38, e o outro uma carta endereçada a Maximilian II e escrita no ano de 1854 -, Schelling se ocupará desse tema de modo tão (...)
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Schelling Mal
28 de março de 2022
A EXPLICAÇÃO DO MAL: CONCEPÇÃO TEOSÓFICA DO PECADO ORIGINAL Enquanto Schelling havia apresentado em sua fase inicial, particularmente no texto Filosofia e Religião de 1804, a impossibilidade de uma explicação para a passagem do Absoluto ao finito, agora, em sua fase intermediária, busca uma explicação para o mal e, por conseguinte, para a finitude. Outrora a finitude (Endlichkeit) não tinha para ele nenhuma importância, pois sua existência, então, só era assegurada pela perspectiva de uma consciência (...)