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sofia

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Sophia, em grego "sophia" = Sabedoria. Entidade feminina celeste, trigésimo eão para os valentinianos. Caindo fora do Pleroma, ela dá lugar ao processo da Criação. Seu retorno a Deus se efetua após um período de sofrimento no mundo. Ela simboliza e resume a aventura gnóstica.

Achamot é o nome hebraico da Sabedoria (cf. Pr 9,1). Filha engendrada "sem semente masculina" por Sophia (a Sabedoria) quando de sua Queda fora do Pleroma divino. Para os gnósticos  , os valentinianos sobretudo, Achamoth é o primeiro ser saído da Queda; engendra o Demiurgo a partir do qual o mundo de baixo vai ser criado. Consolada uma primeira vez pelo Cristo, ela será definitivamente purificada e reintegrará o Pleroma no final dos tempos. O Demiurgo, seu filho, tomará seu lugar na porta do círculo divino e as almas dos eleitos reintegrarão a substância divina enquanto um grande fogo devorará o mundo da matéria.



Bentley Layton  

A Sabedoria (Sofia) pertencente à Consideração (Oroiael: uma das quatro luminárias diante do Divino Autogerado). Mãe de Ialdabaoth, mãe dos vivos, um espírito santo, parceira da posteridade de Seth. Também chamada vida (Zoe) e referida como "uma consideração". Por vezes Zoe aparece como filha de Sofia. [Excertos de THE GNOSTIC SCRIPTURES: A NEW TRANSLATION WITH ANNOTATIONS AND INTRODUCTIONS]


Ioan Couliano  

O epíteto   Prunicos faz alusão a lascividade de Sofia. [MITO DE SOFIA]


Marvin Meyer  

Do grego pistis, no tratado Escrito Sem Título, Sofia Zoe é filha de Pistis, ou de Pistis Sophia.


Michel Tardieu  

Em sua análise do Escrito Sem Título, Tardieu apresenta a primeira realidade deficiente nascida de Pistis: Sofia. De Pistis emana uma "semelhança: Sofia. Esta última não é satisfeita do lugar que ocupa e reivindica a igualdade ou a semelhança (v. sizígia) com a entidade suprema. Ela se afirma como sendo fundamentalmente epithymia. Sofia comunicará a todos os seres emanados dela seu epithymia: ela aparece portanto no princípio mesmo deste mundo desordenado. Última realidade emanada do mundo do alto, ela será a primeira realidade em relação a este mundo daqui, raiz de todas as coisas.

No plano cosmogônico, sua função é de operar a disjunção do "do alto" do "de baixo", "cortina" ou "véu" que separa o alto do baixo e cobre de sua sombra toda realidade.

De fato, o estatuto da Sofia é essencialmente ambíguo: ligada à Pistis, ela tem um lado voltado para o alto; sendo epithymia, ela pertence ao em baixo. E é a todos os seres que ela transmite seu duplo pertencimento: princípio de plenitude e de epistrophe, princípio de deficiência e de corrupção pela epithymia.