É a partir da verificação desta possibilidade fundamental fornecida pela natureza (φύσις) que Aristóteles promove uma analítica sem horizonte nas diversas formas de fundamento (ἀιτία). A natureza (φύσις) é aquilo em que um ente fundamentalmente consiste (τόδ ἐκ τούδε) e, assim, o que dá uma explicitação à possibilidade do «processo geracional», enquanto «o encaminhamento da natureza para a natureza», na medida em que «aquilo que se forma vem de um estado natural primário para um estado natural último em que se torna naquilo que é». Em última análise este encaminhamento de um estado potencial (δυνάμει) para o estado efetivamente atualizado (ἐντελέχεια) é possibilitado pelo princípio da movimentação intrinsecamente inerente nos entes naturais, e bem assim pela possibilidade concomitante de conservação permanente daquilo de que originariamente cada coisa é feita. Toda a natureza existe sempre, portanto, num certo substrato que lhe subjaz e que permite a transformação oriunda daquela [F, 192b32-34. [CaeiroArete:290]