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aparecer

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Os homens nasceram em um mundo que contém muitas coisas, naturais e artificiais, vivas e mortas, transitórias e sempiternas. E o que há de comum entre elas é que aparecem e, portanto, são próprias para serem vistas, ouvidas, tocadas, provadas e cheiradas, para serem percebidas por criaturas sensíveis, dotadas de órgãos sensoriais apropriados. Nada poderia aparecer — a palavra “aparência” não faria sentido — se não existissem receptores de aparências: criaturas vivas capazes de conhecer, reconhecer e reagir — em imaginação ou desejo, aprovação ou reprovação, culpa ou prazer — não apenas ao que está aí, mas ao que para elas aparece e que é destinado à sua percepção. Neste mundo em que chegamos e aparecemos vindos de lugar nenhum, e do qual desaparecemos em lugar nenhum, Ser e Aparecer coincidem. A matéria morta, natural e artificial, mutável e imutável, depende em seu ser, isto é, em sua qualidade de aparecer, da presença de criaturas vivas. Nada e ninguém existe neste mundo cujo próprio ser não pressuponha um espectador. Em outras palavras, nada do que é, à medida que aparece, existe no singular; tudo que é, é próprio para ser percebido por alguém. Não o Homem, mas os homens é que habitam este planeta. A pluralidade é a lei da Terra. [ArendtVE:17]


A palavra phantasia (de onde vem nossa «fantasia») está conectada com o verbo phainesthai, aparecer. Creio que no antigo período «helenístico» «aparecer» se oferecia como significado mais do que em qualquer outra tradução, e isto incluía a aparência de que algo é o caso. É porque aparência pode tomar a forma de imaginação, ou de entreter imagens mentais, que phantasia pode também se referir àquelas atividades, ou à capacidade para elas. Nos séculos depois de Cristo, a medida que o Platonismo   e o Neopitagorismo progrediam, phantasia assumiu mais e mais papeis da imaginação. [SorabjiPC1  :61]
Definition should be viewed with regard to its origin: λóγος ουσίας. Λóγος, for the Greeks, is the “speaking” and at the same time the “spoken”—speaking in the basic function of ἀποφαίνεσθαι or δηλοῦν, “a bringing-a-matter-to-self-showing” in speaking about something. This speaking about something is its tendency toward speaking with others, self-expressing. In speaking with others and with myself, I bring what is addressed to givenness for me in such a way that I experience, in speaking, how the matter looks. Speaking is not a mere occurrence that occasionally takes place. This speaking about something with others is at the same time a self-expressing. These are inseparable structural aspects of the λóγος. Later we will have to consider this structure in order to show where that which is designated as speaking has its genuine home. [Heidegger  , GA18:20]
LÉXICO: aparecer; aparência; aparente