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transformação

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

90. Mas voltemo-nos mais diretamente para a questão de todas estas questões: à possibilidade de se transpor o último liminar. No trans-objetivo, todos os objetos se transmutaram em símbolos — em micro-símbolos. A transmutação, não a vê quem não passou por uma metamorfose, quem não transpôs, em vida, os umbrais da morte. O simbólico da trans-objetividade só o vê quem reviveu, uma vez passado o liminar da morte-momento da vida. E os que o passaram, todos quantos passaram e só os que passaram formam uma verdadeira comunidade. O comum da comunidade é um símbolo ou uma convergência de símbolos. Símbolos que se apossam, de dentro para fora, de todos os que virão a ser membros da comunidade. «Coisas» não podem fazê-lo; «coisas» existem, e só existem, na dispersão, só podem dispersar. Quem quer que faça, que tenha de fazer, tem de se concentrar no fazer, no afazer. Tem de viver solitário entre os muitos solitários. E de solitários não há comunidade possível. Os símbolos são pluralidade convergente em um símbolo só: o Macro-Símbolo, simbólico arquétipo de todo o simbólico, é «mundo-coisa» acrescido do seu «ser-origem», é a maior de todas as «coisas», a «coisa» que, por fora, abraça as «coisas», e, volvida em símbolo, torna-se transparência da Originária Originalidade do mundo. Quem possa ver o mundo, o seu mundo, como símbolo, transpôs o limiar da Realidade, só porque através do mundo viu a sua Origem. [EudoroMito:180]


LÉXICO: transformação; transformismo; transfiguração