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instrumento

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Concluindo estas considerações sobre a visão organicista, e voltando ao princípio (à ideia de organismo vivo, interagindo com o meio), vale a pena introduzir o que o filósofo Hans Jonas   [1] nos informa sobre a própria noção de organismo. Uma observação que certamente nos vai ser de grande relevância, mais adiante, neste mesmo trabalho:

Esta similaridade entre os membros, quer dizer entre os órgãos motores externos e as ferramentas nos fornece a razão pela qual estes - e então por extensão todas as estruturas funcionais auxiliares do corpo, as estruturas internas assim como as externas, sensitivas e químicas não menos que as funções motoras - foram chamados “órgãos”, o que significa precisamente “ferramenta”: algo que realiza uma obra ou algo com o qual uma obra é realizada. Em sua célebre definição do ser vivo, Aristóteles definia diretamente o corpo vivo como “orgânico” (soma organikon), ou seja, como dotado de ferramentas ou composto de ferramentas; e ele tinha boas razões para denominar a mão humana de “ferramenta das ferramentas”, tanto porque é, por assim dizer, a ferramenta exemplar ela mesma, como porque por ela as ferramentas artificiais são feitas e empregadas como suas extensões. Portanto, se falando de “organismo” em conformidade com a significação original da palavra, falaríamos já de uma formação finalizada, pois o conceito de ferramenta não poderia ser pensado sem aquele de fim. [2] [de Castro  . Tese de Doutorado, UFRJ, 1999]


LÉXICO: instrumento e derivados; utensílio e derivados

Observações

[1JONAS, Hans (1995), Le principe responsabilité. Une éthique pour la civilisation technologique. Paris, Flammarion.

[2Idem, p. 120.