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idem

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Paul Ricœur   também assume essa equivocidade [do si] e lhe dá um domínio único no qual dois modos de identidade são distinguidos: a identidade no sentido de idem e a identidade no sentido de ipse. O si pode ser entendido como um idem ou como um ipse, como aplicado a um ente determinado subsistente ou como aplicado a um domínio de indeterminação ôntica. A identidade no sentido de idem é aquela "cuja permanência no tempo constitui o mais alto grau, ao qual o diferente se opõe, no sentido de mudar, variável" [1]. Essa identidade é a substancialidade tradicional, ou, como diz Heidegger  , o jacência-no-fundo de todo ente [sendo], que lhe dá ser tal ente e não um outro e o preserva da mudança por um tempo que é o tempo de sua vida. Este idem constitui a integridade física de todo o ente do mundo; é a prestação de conta de um presente que permanece, se mantém e dura no aberto durante um tempo. Esta identidade do idem é a modalidade de ser que nos concerne diariamente, se oferece a nosso olhar, e igualmente a única que temos costume de levar em conta. [CARON  ; PEOS:72]

Observações

[1RICOEUR, Paul. O si-mesmo como um outro. Tr. Lucy Moreira Cesar. Campinas: Papirus, 1991, p. 12-13.