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super-homem

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

49. Se, por conseguinte, o trans-objetivo parece exigir um trans-sujeito, este não se obtém por superlação das características do «homem humano», sujeito do mundo das «coisas» contidas no horizonte da objetividade. O trans-sujeito dos dramas que se representam na trans-objetividade apela para a trans-humanidade dos Acólitos do Ser — são esses que vivem na e da sujeição de serem sujeitos do drama em que «mundos» e «homens» se acrescem do respectivo ser-origem, para se tornarem, cada um, em «símbolo», constituído por reunião das partes de um todo, ainda há pouco desconhecido. Isto também quer dizer que, passando do horizonte da objetividade para o horizonte da trans-objetividade, o «homem-humano» perdeu toda a iniciativa da objetivação, todas as regalias (e vexames) de um pensamento objetivante de um Mundo que lhe é próprio, como próprio lhe é o Mundo dos «objetos-coisas» separados, e nisso se torna mais ou menos do que humano, em todo o caso, desumano. Esta «desumanidade», porém — e escusado seria lembrá-lo —, nada tem que ver com as éticas e axiológicas sequelas do que, vulgarmente, se propõe como características da «humanidade». «Desumanidade», aqui, pode identificar-se, por exemplo, com aquela a que se referia Alberto Caeiro quando se negava a «sentimentalizar» a natureza, para afirmar-se como «único poeta da Natureza». Ninguém lho levou a mal; espero que a mal também não me levem que, só por não ser poeta e porque só ao poeta se perdoam todos os «desmandos da imaginação», eu venha, quase por necessária conclusão, a falar de «desumanidade» como se falasse de uma das mais naturais metamorfoses do homem que se pôs a caminho da divindade. [EudoroMito:137]


LÉXICO: super-homem