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etnologia

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

A historiografia idealista havia nos acostumado com a doutrina segundo a qual a história é sempre história atual, visão do passado no presente; entretanto, a imaginação histórica não é só recriação do passado, como é, de maneira absoluta, superação interiorizante da alteridade e violação do heterogêneo. Os outros sistemas culturais, os outros mundos históricos se apresentam a nós na forma do ser-para-o-outro que no conhecimento historiográfico e etnológico, entretanto, é negado em sua plena e absoluta alteridade. Em relação ao nosso conhecimento, a vida estranha e heterocultural se apresenta [125] como um ser-para-o-outro já transcendido, como a tradução, em termos de nossas categorias de conhecimento, de um lado que, em si mesmo, possui um desenvolvimento divergente e quase inapreensível. É assim que os estudos sociais em curso tiveram de apresentar os agrupamentos humanos como interação de indivíduos ou de sócios que, no entrelaçamento de sua conduta, dão origem às formações culturais. O agente dos fenômenos sociais, para nós, é sempre a unidade antropológica, com as suas características somáticas e psíquicas mais ou menos constantes, que, em relação com uma realidade mesológica determinável cientificamente, construiría as formas culturais empiricamente constatáveis. Ninguém se lembra de advertir que essa formulação sociológica constitui uma representação da vida válida unicamente para nós, uma representação da existência, exótica, rebatida naquela interioridade refletida em si mesma do nosso particular mundo ocidental. [VFSTM  :125-126]


LÉXICO: etnologia e afins