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morfologia

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Se, por fim, olharmos para o vasto domínio da ciência da natureza, repartido em diversos campos, podemos, em primeiro lugar, destacar duas divisões principais. A ciência da natureza é ou descrição de figuras, que denomino MORFOLOGIA, ou explanação de mudanças, que denomino ETIOLOGIA. A primeira considera as formas permanentes; a segunda, a matéria que muda segundo a lei de sua transição de uma forma a outra. A primeira é aquilo que inapropriadamente se denomina [I 115] história natural em todo o seu perímetro; em especial, botânica e zoologia nos ensinam a conhecer, em meio à mudança incessante dos indivíduos, diversas figuras orgânicas permanentes, determinadas de modo fixo, e que constituem grande parte do conteúdo da representação intuitiva. Essas figuras são [152] classificadas, separadas, unidas, ordenadas pela história natural segundo sistemas naturais e artificiais, depois são subsumidas em conceitos, o que torna possível uma visão panorâmica e um conhecimento do todo, Em seguida é também demonstrada uma analogia infinitamente nuançada no todo e nas partes a qual atravessa todas essas figuras (unité de plan), em virtude da qual se assemelham a diferentes variações sobre um tema não especificado. A passagem da matéria para essas figuras, ou seja, o nascimento dos indivíduos, não é um assunto merecedor de consideração, visto que todo indivíduo provém por geração de um outro semelhante a ele, geração que, em toda parte misteriosa, até agora se furtou ao claro conhecimento: o pouco que dela se conhece encontra o seu lugar na fisiologia, que já pertence à ciência etiológica da natureza. A esta também tende a mineralogia, que no seu tema principal, em especial lá onde se torna geologia, pertence à morfologia. [Schopenhaeur MVR1:152-153]

LÉXICO: morfologia