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afazer

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

75. Na objetividade, de religião, arte e filosofia, fala-se só por falar, e, quando delas se fala, fala-se sem sentido e sem propósito de lhes dar sentido. O homem da objetividade pode muito bem viver aquém-horizonte do que seja «objetivo», sem religião, sem arte, sem filosofia. Sem religião que não seja ato rotineiramente repetido, sem arte que não seja um só tornar mais grata a vida, sem filosofia que não seja apenas um refletir sobre princípios e métodos da ciência e da técnica. Na objetividade, até se poderia dizer, sem grande risco de errar por excesso, que religião, arte e filosofia são como fardos difíceis de suportar por homens que queiram mover-se livremente por entre «coisas» só «coisas», pelo que eles fizeram como sujeitos objetivantes, pelo que eles chamam, muito justa e precisamente, de «mundo objetivo», pelo que eles fizeram de si mesmos, enquanto se fizeram objetos do mesmo sujeito coisificante. Na objetividade, homens-coisas fazem coisas-objetos, e mais não fazem porque mais não podem fazer. Se sentissem a necessidade de mais fazer, ou de outro fazer, irremediavelmente perdidos estariam para a objetividade. Infelizmente para eles, o Diabo os concentra em seu afazer, e não permite que se distraiam do fazer que é só fazer e o que fazem por nada mais terem de fazer. [EudoroMito:163]


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