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sofística

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  
Kierkegaard  

A sofística é precisamente o duelo infindável do conhecimento com o fenômeno, a serviço do egoísmo, que justamente jamais pode conduzir a uma vitória decisiva, porque o fenômeno volta a levantar-se tão logo é abatido; e já que somente o conhecimento, que como um anjo libertador arranca da morte o fenômeno e a faz passar da morte para a vida, somente este conhecimento pode vencer, assim a sofística se vê por fim acossada pelas legiões infinitas dos fenômenos. Ora, a forma exterior que corresponde a este monstruoso polígono, a infinitude calma e interior da vida que corresponde a este alvoroço e a esta algazarra por toda eternidade, é ou o sistema ou a ironia enquanto negatividade infinita absoluta, naturalmente com a diferença de que o Sistema é infinitamente bem-falante e a ironia infinitamente silenciosa. Excertos de Kierkegaard, O CONCEITO DE IRONIA


Coomaraswamy

Nosotros no vemos en todo esto nada que sea particularmente monástico o puritano, sino solo algo que es ciertamente serio; la repudiación de un arte por el arte, de la sofisticación y del esteticismo. El punto de vista budista sobre la retórica, en tanto que el arte de dar efectividad a la verdad, es el mismo que el punto de vista platónico, aristotélico y escolástico. Como dice San Agustín, «Yo no estoy hablando ahora de cómo complacer: estoy hablando de cómo ha de enseñarse a quienes desean instrucción». Cittakkhara, citta-vyañjana son «sofística» en el sentido de la definición de San Agustín, «A un lenguaje que busca el ornamento más allá de los límites de la responsabilidad de su gravidez (gravitas), se le llama "sofístico"». De la misma manera, «No importa cual sea la circunstancia, cuando los Buddhas predican la Ley, es sobre la Ley donde ponen la gravidez (gâravam, etimológica y semánticamente el equivalente de la gravitas de San Agustín); ellos hablan como si hicieran descender del cielo el Río Aéreo» (âkâsagangam otârento viya, Dhammapada Atthakathâ III.360). Que la predicación de la Ley «traspasa la piel y la carne y penetra hasta la médula de los huesos» (Dhammapada Atthakathâ III.361) recuerda la palabra de San Pablo   «la palabra de Dios es rápida y poderosa, y más aguda que una espada de doble filo, que penetra hasta...» (Hebreos 4:12), y la de San Agustín «¡Oh elocuencia, tanto más terrible cuanto más limpia de adorno  ; y cuanto más genuina, tanto más poderosa!: ¡Verdaderamente un hacha que parte la roca!». [COOMARASWAMY, METAFÍSICA: ALGUNAS PALABRAS PÂLI]


Brisson  

Segundo Brisson, uma leitura ingênua de Platão e de Aristóteles deixa crer uma condenação sem apelo dos Sofistas, que sempre são postos em oposição a Sócrates. No Sofista  , Platão propõe sete definições do Sofista: 1) um caçador interessado em jovens ricos; 2) 3) 4) um comerciante do saber em atacado ou em varejo; 5) um atleta especializado nos combates que fazem intervir a palavra; 6) um especialista em controvérsias que não levam senão a resultados negativos; 7) um contrafeita do filósofo, que multiplica as contradições se fundando na aparência e na opinião, ao invés da realidade.


Reale

"Sofista" é um termo que significa "sábio", "especialista do saber". A acepção do termo, que em si mesma é positiva, tornou-se, porém, negativa sobretudo pela tomada de posição fortemente polêmica de Platão e Aristóteles. Como já havia feito Sócrates, eles sustentaram que o saber dos sofistas era "aparente" e não "efetivo" e que, ademais, não era professado tendo em vista a busca desinteressada da verdade, mas sim com objetivos de lucro. Platão, em especial, insistiu na periculosidade das ideias dos sofistas do ponto de vista moral, bem como em sua inconsistência teorética. Durante muito tempo, os historiadores da filosofia adotaram, além das informações fornecidas por Platão e Aristóteles sobre os sofistas, também as suas avaliações, de modo que, geralmente, o movimento sofista foi desvalorizado, sendo considerado predominantemente como um momento de grave decadência do pensamento grego. Somente em nosso século é que foi possível uma revisão sistemática desses juízos e, consequentemente, uma radical reavaliação histórica dos sofistas. Hoje, as conclusões extraídas por W. Jaeger   são compartilhadas por todos. Escreve ele: "... os sofistas são um fenômeno tão necessário quanto Sócrates e Platão; aliás, sem eles, estes são absolutamente impensáveis". [Giovanni Reale  , História da filosofia: Antiguidade e Idade Média]



LÉXICO: sofística