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inteligibilidade

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Continuando o estudo da origem do mundo, na linha dessas nossas reflexões, vejamos se é possível pensar essa origem como uma criação de coisas. Só podemos falar em coisas como de realidades intramundanas, isto é, como seres que se destacam numa prévia presença mundanal. A esse respeito, diz Heidegger  : “O mundo não é simples conjunto das coisas numeráveis e inumeráveis, conhecidas e desconhecidas. Welt weitet (o mundo [223] mundifica) e é mais existente do que as coisas tangíveis e perceptíveis, entre as quais nos julgamos em segurança”. O problema da criação do mundo deve ser elaborado em função dessas novas concepções que mudam completamente a fisionomia da problemática mesma. A criação do mundo é o resultado de um projeto de possibilidades, de um ato poético, no sentido mais amplo da palavra, que descobre, descerra e instaura uma visão das coisas. Temos, portanto, acesso ao mundo, mediante um gesto de transcendência que estabelece um regime de inteligibilidade, uma compreensão articulada dos seres intramundanos. Essa doação de sentido às coisas não é uma tarefa do intelecto discursivo, mas sim uma façanha da exuberância imaginativa, da fantasia criadora que povoa a realidade de um sem-número de personagens e de significados. Uma interpretação defeituosa dessa teoria podería levar-nos a supor que o mito seria uma criação arbitrária e caprichosa do homem, quando na realidade, o homem é que é uma criação do mito. Mais do que isso: o homem só tem acesso às suas possibilidades, só cobra consciência de si mesmo, mediante a experiência poético-religiosa. Na sugestiva imagem de Heidegger, o homem grego não preexistiu, na plenitude de sua realidade, ao tempo de seus deuses, mas foi a presença do templo que tornou o grego, grego. [VFSTM  :223-224]


En enseignant ainsi que le sujet pensant, l’objet pensé et la pensée elle-même sont identiques dans l’Intelligence divine, Plotin   paraît s’être inspiré à la fois de Platon   et d’Aristote  , comme M. Ravaisson le démontre dans son Essai sur la Métaphysique d’Aristote (t. Il, p. 407) : « Aristote a montré que la chose pensée, la chose pensante et la pensée même ne font qu’un. En effet, d’abord l’intelligible et la pensée de l’intelligible ne font qu’un : car c’est le propre de la vérité d’être adéquate à son objet. Tant qu’il reste dans l’objet connu quelque chose d’autre que la connaissance, on ne connaît encore, selon l’expression stoïcienne, qu’une empreinte ; ce n’est pas la vérité absolue, caractère de la pensée pure. Or, d’un autre côté, l’intelligible n’est intelligible que par cela même qu’il est acte: car c’est l’acte et non la puissance qui est l’objet de la pensée. L’intelligible est donc la pensée en action, et par conséquent l’intelligence qui pense. Il est intelligence, et il n’est pas simplement une intelligence en puissance, chez qui la faculté de penser est une chose et l’acte de penser en est une autre: car alors, ainsi qu’Aristote l’avait dit, la puissance formerait son essence et non l’acte. L’intelligence est tout acte; cet acte, c’est la pensée même de l’intelligible ; cette pensée est toute l’intelligence, l’intelligence première et essentielle. Donc, comme l’avait démontré Aristote, l’intelligible, la pensée et l’intelligence ne font qu’un. La pensée étant identique à l’intelligible, et celui-ci à l’intelligence, c’est une intelligence qui se pense elle-même et par une pensée qui est encore elle-même. Ainsi l’être et l’intelligence ne font qu’une même chose : cette chose est la pensée ; et, selon la formule de la Métaphysique, la pensée est la pensée de la pensée. [Bouillet  ]
LÉXICO: inteligibilidade