Página inicial > Termos e noções > liberdade

liberdade

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  
Arendt  

Embora o espírito que pensa e o que quer seja sempre o mesmo, e o mesmo eu una corpo, alma e espírito, está longe de ser óbvio que a avaliação do ego pensante seja confiável, permanecendo imparcial e “objetiva” quando se trata de outras atividades do espírito. Pois é verdade que, aqui, a noção de uma vontade livre não só serve como um postulado necessário em toda ética e em todo sistema de leis, mas é também um “dado imediato da consciência” (nas palavras de Bergson  ) — tanto quanto o eu-penso de Kant   ou o cogito em Descartes  , cuja existência quase nunca foi questionada pela filosofia tradicional. Para antecipar: o que levantou nos filósofos a desconfiança dessa faculdade foi a conexão inevitável com a Liberdade: “Se devo necessariamente querer, por que, então, preciso falar da vontade?”, no dizer de Santo Agostinho  . A pedra de toque de um ato livre é sempre nossa consciência de que poderíamos ter deixado de fazer aquilo que de fato fizemos — algo que absolutamente não se aplica a simples desejos ou apetites, em que as necessidades corporais, as necessidades do processo vital ou a simples força de querer algo que está à mão podem sobrepor-se a quaisquer considerações, seja da Vontade, seja da Razão. A Vontade, ao que parece, tem uma liberdade infinitamente maior do que o pensamento, que mesmo em sua forma mais livre, mais especulativa, não pode escapar ao princípio de não contradição. Esse fato inquestionável jamais foi tido somente como uma benção. Os pensadores muitas vezes consideraram-no uma maldição. [ArendtVE:190]


Heidegger  

Lo esencial (el problema) es el saber preguntar obtenido de la cosa misma y elaborado en conformidad con ella. Por eso la σοφία es μόνη ἐλευθέρα (982 b 27), «solo ella es libre», αὐτή ἑαυτῆς ἕνεκεν (982 b 27 y ss.). La σοφία se hace plenamente efectiva en el libre ser abierta a la cosa. Su única norma consiste en mantener una relación cercana con la cosa (Sachlichkeit).

Sin embargo, tal comportamiento, es decir, este tipo de libertad, entendida como el ser libre y sin prejuicios para las cosas tal como se muestran, es algo que permanece negado al hombre. «Por eso podría pensarse, y con razón», que σοφία οὐκ ἀνθρώπινη [...] κτῆσις (982 b 28 y ss.), «no es una posesión humanamente posible», es un modo de ser, un ponerse frente al mundo, del que el hombre no puede apropiarse. [Heidegger, GA22:29-30]


Plotino  

[We know that the One is altogether outside the realm of chance because we are aware of something in ourselves which transcends chance by the power of Its light; and when we attain to that and become it and put away all else we are more than free, more than masters of ourselves.]

When we say that He does not receive anything into Himself and that nothing else receives Him, in this way too we are putting Him outside the class of beings which are what they are by chance, not only by setting Him alone and pure of everything, but for another reason: we may possibly ourselves perceive in ourselves a nature of this kind, which has none of the other things which are attached to us and by reason of which we are subject to the accidents of chance. Everything else which we have is in servitude, and exposed to chance, and came to us by chance. By this alone we have effective power over ourselves and independence, by the act of a light which is like the Good, and good itself, greater than the activity of Noûs, which it transcends in its own right. When we ascend to this and become this alone and put away everything else, what can we say about it except that we are more than free, more than independent? Who then could bind us to chance or hazard or accident, when we have come to be the true Life, or to be in It, the Life which has nothing else but is Itself alone? VI. 8. 15, tr. Armstrong  ]



LÉXICO: liberdade e afins