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oneiros

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

ÓNAR, ÓNEIROS (rêve) [grec]

subs. nt.

Dans l’Odyssée (XIX, 560-569) une distinction est faite entre les rêves sans importance qui ne sont que tromperies et les autres, qui permettent de prédire l’avenir. Évoqués par Héraclite   (D.K., 22 B 89) et par Xénophane   (D.K., 21 A 32) notamment, les rêves intéressent aussi Démocrite (D.K., 65 B 166) qui en explique l’origine par l’existence d’images (eidôla) entrées en eux par les sens et à partir desquelles les hommes peuvent connaître l’avenir et dont ils tirent les représentations qu’ils se font des daimones et des dieux (cf. Epicure, chez Lucrèce, De rerum natura V 1169-1182 ; Aetius, Eclogae I 7, 34). Dans un passage très étrange et particulièrement difficile du Timée   (71 a-7 2 c), Platon   essaie de rendre compte de la nature et de la fonction des rêves, dont le foie est, pour ainsi dire, le siège. Aristote  , pour sa part, tentera une explication purement physiologique du rêve (De philosophia, frag. 10 Ruse). Mais, par la suite, on aura tendance à revenir à une explication religieuse du phénomène, en voyant dans les rêves des signes envoyés par les dieux (Cicéron, De div. II, 127-128) ; d’où une réaffirmation du rapport du rêve avec la divination. La chose explique notamment qu’au début de notre ère aient été produits des ouvrages proposant une interprétation systématique des rêves (Aelius Aristide, Discours sacrés ; Artémidore d’Ephèse, La clef des songes). (L. Brisson  .) [NP  ]


A atitude grega comum em relação aos sonhos pode ser ilustrada desde Homero   onde são considerados tanto como realidades objetivas, não muito diferentes em qualidade da experiência da vigília, como manifestações de uma experiência interior, alguns aspectos da qual se diluem em simbolismo. Mas de consequências mais especulativas foi a distinção encontrada em Homero entre os sonhos que brotam do «portão de marfim» e que nada mais são do que «ilusão bruxuleante, fantasia» e os do «portão de chifre» que são presságios de coisas futuras, se os mortais souberem interpretá-los. Que os Gregos fizeram tal esforço desde uma data recuada é evidente pela presença de um «intérprete de sonhos».
Contudo, a função do fantasma não se esgota nisso. Ele cumpre papel essencial também no sonho, que Aristóteles define exatamente como φαντάσμα τις, uma espécie de fantasma que aparece durante o sonho. Os movimentos produzidos pela sensação permanecem, de fato, segundo Aristóteles, nos órgãos dos sentidos não só durante a vigília, mas também durante o sono, assim como o projétil continua se movendo mesmo quando se separou do instrumento que o pôs em movimento [De insomniis, 459a]. E a adivinhação no sono, tão cara à Antiguidade, explica-se graças aos fantasmas dos sonhos que nos levam a realizar, uma vez despertos, as ações que costumamos associar inconscientemente a eles, ou então, com a maior receptividade da fantasia, durante o sono ou o êxtase, aos movimentos e às emanações externas [De divinatione per somnium, 463a-464a]. [AgambenE:137]