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eudaimonia

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Eudaimonia/felicidade (eudaimonia)

I. Eudaimonia (de eudaimôn, “feliz”; propriamente, “que tem um bom daimon”) é aquele estado geral de uma vida que pode ser designado como “vida boa, exitosa”. “Felicidade” não é uma boa tradução para eudaimonia, se o termo caracteriza um sentimento de felicidade. Em Platão, “ser eudaimôn” é identificado com — ou tem uso semelhante a — “bem viver” (eu zên, Rep.   354a) ou “bem agir” (eu prattein, Alcib. 1 116b; Górg. 507c); além disso, “bem viver” é ligado a “viver belamente” (kalôs zen) (Crít. 48b; Cárm. 172a; Górg. 507c). Tanto o homem quanto a mulher são, em Platão, considerados felizes, isto é, portadores de eudaimonia, contanto que sejam bons e nobres (kalos kagathos; Górg. 470e). Além disso, diz-se que os deuses são felizes (Teet. 176a), assim como se fala da polis feliz (Rep. 500e; Pol. 311c; Leis 781b). Sócrates é citado como exemplo de homem feliz (Féd.   58e).

Em Platão, como em toda a ética antiga, a eudaimonia é considerada, sem mais questão, o objetivo do esforço, da ação e da vida humana em geral (cf. Crít. 48b; Eutid. 278-279a; Banq. 205a). A pergunta central sobre como se deve viver (Rep. 352d; Górg. 500c) é a pergunta sobre como se alcança eudaimonia. Em termos simplificados, nos primeiros diálogos trata-se do indivíduo e de sua eudaimonia, nos intermediários trata-se, adicionalmente, da eudaimonia do indivíduo como parte de uma comunidade social e política, e nos diálogos posteriores também da eudaimonia do indivíduo como parte do mundo inteiro. [SHÄFER]